25/10/2020

SEMENTES DO... MEU SERIDÓ

 










“Ao sertão sou eu que vou chegar primeiro,

Eu que vou chegar primeiro ao sertão,

Ao sertão sou eu que vou chegar primeiro..."

 kkkk delicia de musica chiclete cantada pelos talentosos Caio Padilha e Marcílio Amorim no espetáculo MEU SERDÓ, projeto da  CASA DE ZOÉ e que escancara para todo o brasil, e para  o mundo o orgulho e o amor que Titina Medeiros nutre e consagra ao seu chão. A terra que lhe pariu e a moldou do barro seco, da poeira dos redemoinhos e certamente, da garra desbravadora do povo nordestino.

Meu Seridó é um espetáculo com cor de terra seca, com a alegria que só são capazes os que venceram as agruras do sertão e que por isso, não tem nada a temer. Nem uma dor, nem uma tristeza tudo se transforma em bons encontros. Em família unida mesmo o pau cantando kkkkk.

A pesquisa foi realizada in loco. A trupe de atores e equipe se embrenharam no sertão de Acarí, cidade situada na região seridó no rio grande do norte e é terra natal da atriz Titina Medeiros. Na realidade não foui um mergulho apenas na geografia seca do semi-arido seridoense, mas um salto muito mais profundo para dentro das raizes, da ancestralidade daquele povo tão peculiar. O resultado é uma descrição minuciosa, quadro a quadro da istoria do surgimento desse povo tão especial e guerreiro.

O espetáculo está em temporada ON LINE GRATUITA minha gente. Domingo dia 25/10 as 20 no canal da Casa de Zoé no youtube.

Parabéns Cesar Ferrario pela direção, Nara Kelly, queridíssima e estupenda atriz arabens pela beleza e feminilidade em cena. Enfim, parabéns a todo elenco. Quero ver muito mais vezes. E que essa pandemia passe para poder rever ao vivo, na rua, no teatro.

ESTE É O LINK: https://www.youtube.com/channel/UCtmoeSTWNu_GmfGX7BJgmbQ então preparem a pipoca, apaguem a luz da sala e vamos embarcar junto com a galera do Seridó.

Porque se não correrem vocês não chegarão primeiro ao sertão. kkk


Rosinaldo Luna

MEU SERIDÓ

Teatro

Gênero: drama

Classificação etária: 12 anos

Duração: 70 minutos

 

Ficha Técnica

Direção: César Ferrario
Dramaturgia: Filipe Miguez
Direção de arte: João Marcelino
Direção musical: Caio Padilha
Pesquisadora: Leusa Araújo
Design de luz: Ronaldo Costa
Cenotécnico: Rogério Ferraz
Produção executiva: Arlindo Bezerra
Operação de luz: Janielson Silva e Ronaldo Costa
Operação de som: César Ferrario
Técnico de montagem: Sandro Paixão

Elenco:

Titina Medeiros, 

Nara Kelly, 

Caio Padilha, 

Marcílio Amorim e 

Igor Fortunato


05/06/2020

Vídeo: Trabalhadores da cultura serão agraciados com Lei Aldir ...
Sou eu quem escolho o que fazer e como fazer da minha carreira. Não que isto se aplique no geral do contexto, uma vez que o mercado nos obriga a fazer certos papeis que não seria exatamente o que se gostaria  de fazer. Viver de arte num mercado tão micro e fechado onde falta tudo, desde incentivo financeiro a postura, ainda colonial de fazer arte, nos dá uma sensação de desamparo. De injustiça em alguns casos.
Eu sou um reclamão sem causa, falo de mais, reclamo de mais. Muito mais pelos outros que por mim. Sou um artista que não vivo da arte, felizmente me propus a ter uma segunda profissão para garantir a sobrevivência da família. Então não justifica esse meu texto? Devido a instabilidade do oficio do artista fiz opção por ter uma segunda profissão que me garantisse o mínimo. Então não poderia nem reclamar, mas falo isso por que vejo meus colegas que optaram por viver de teatro, de musica que sofrem e pagam um preço alto por suas escolhas. Mas vejo neles um prazer enorme de dizer que vivem de sua arte.
Para colocar mais a prova ainda o artista, vem uma pandemia onde fomos os primeiros atingidos e seremos os últimos a podermos voltar aos nossos oficios artísticos e profissionais. Diante de tudo que se tem feito pelos governos para auxiliar os profissionais autônomos, não vi nenhuma indignação ou relação a este auxilio, porém, no momento que se falou sobre o socorro ao setor criativo, inúmeras pessoas posicionando-se contra. Esses mesmos que vivem em frente as televisões, os mesmos que sempre compraram cd's e dvd's piratas e que hoje se utilizam de sites pouco confiáveis para piratear tv a cabo e etc. Continuam baixando musica de graça da internet sem pensar que para produzir, compor a musica, criar a capa do cd, a fotografia demandou-se o trabalho de varias pessoas, que por sua vez geram impostos, que tem outas pessoas dependentes: filhos, pais, mães, esposas, esposos. E você aproveita o produto dessa q=turma no carro, no quarto, nos momentos de lazer e relax. Então porque voce acha que justamente esse profissional que lhe ajuda a suportar o estresse não merece receber pelo seu trabalho como todo profissional informal? Se depois de ler isto e ainda assim continuar o mesmo pensamento, tente viver sem o trabalho do artista. Quero como artista exigir que essas pessoas retirem tudo que tenham em casa que seja produto de arte. não ouça musica, não vejam filmes, series, retirem das paredes os quadros, mesmo as copias compradas nas lojas de artigos populares. Vamos fazer esse desafio?

Rosinaldo Luna
Ator/Diretor/Teatrologo/Artista

28/04/2019

Monólogo - Eu Te perdoo.


EU TE PERDOO
@RosinaldoLuna

(PALCO ESCURO. UMA MUSICA CRESCE ENQUANTO A LUZ VAI ABRINDO EM FIO SOBRE UM VULTO SENTADO EM UMA CADERA DE RODAS).
___ Não quero mais tomar essa porra. Não me obrigue a tomar. Eu não preciso disso... Apenas me ouça. (Grita e se debate) Porque você me tortura dessa maneira? (Black out. Uma musica suave inunda o palco como o silencio. Uma paz vai tomando conta da cena enquanto a luz, em suave igualdade vai crescendo até a Luz geral banhar tudo. O homem na cadeira de rodas nina uma criança). Txu txu txu.... Quem é o baby do papai? Quem é o rapazinho do papai? Hum? Você quer brincar? Kkkk quer? Hummm! Vamos jogar bola? (Como se a criança respondesse) Humm então é isso? Você vai ser um grande jogador de futebol? É?... Não? Ah já sei! Vai ser um médico... E vai cuidar do papai quando estiver velhinho não é?! Tá bom! Tá bom! kkk (Luz geral vai caindo em resistência e fica apenas o foco sobre a cadeira de rodas) Eduardo? Eduardo? Voçê está ai? Venha cá ajudar-me! Traga-me um copo d’água, estou com sede!... Eduardo? (Parece ouvir um resposta) Como é? O que você está fazendo? Estudando? Ah! Tudo bem então. (Parece perceber alguém na plateia. Esse vai ser seu interlocutor. Sempre que fala pergunta a opinião dele) Nossa! Quase tomei um susto kkkk você está ai? Faz tempo que chegou? (Espera a resposta do espectador. Se este não responder insistir) kkkk então devo estar maluco porque só agora o percebí. O Eduardo é meu filho. Adolescência é fogo viu! Nunca está disponível, sempre ocupado, sempre as voltas com a escola. É um garoto muito inteligente, estudioso, mas como todo adolescente dá um certo trabalho. Coisas de adolescente mesmo. Nada de mais. Não sei, hoje acordei assim, me sentindo um pouco preso, como se não pudesse me desligar das lembranças, ou como se as lembranças fossem fatos do presente momento. Não sei. Só sei que me sinto como se estivesse acordando. (Ao espectador) Você já passou por essa experiência? Já teve essa sensação? Kkk de repente me pego aqui, com essa sensação de que algo aconteceu, que estou vivendo algo que já vivi, falando com pessoas desconhecidas como se já a conhecesse, como se fossemos íntimos amigos. Talvez um parente de longa data. O meu filho Eduardo como falei é um cara excepcional, inteligente, porém ultimamente se envolveu com uns amigos meio errados. Digo errados porque os caras não querem nada com nada, só festa, bebem muito e desconfio que usam alguma coisa ilícita. Tudo bem, já fui adolescente, jovem e fiz muitas besteiras, porém, me preocupo como pai. Você sabe como é isso né? Vivi minha adolescência nos anos 80’as, plena abertura politica. O país passando por uma fusão de poderes e principalmente de mudança no regime politico. Saíamos de uma ditadura e passávamos a uma democracia. Mas muita coisa ainda era proibida. Porém isso não impedia de viver. E eu vivi, bebia, fumava um baseado aqui acolá, mesmo morrendo de medo de ser pego, mas era isso que me excitava e incitava. Claro, fazia porque tinha o grupo de amigos que também fazia e eu como todo adolescente queria ser aceito. Estar no grupo. A tal síndrome do pertencer! Porém hoje, como pai, vejo meu filho entrar e sair, as vezes nem diz bom dia. É muita liberdade. Liberdade em excesso penso as vezes. Voce já teve essa sensação, de que temos muita liberdade? Que as coisas precisam dar um certo freio? (Ri) acho que virei careta. Mas como dizia, o meu medo é do Eduardo se envolver com coisas ilegais. Os amigos dele são meio barra pesada eu acho. O Eduardo é um menino bom, as vezes até parece ingênuo, mas sei que no fundo é um cara legal. No dia que ele foi preso, sim, foi preso, porculpa de um amigo. Ele estava com alguns cartões de créditos na mochila. Tenho certeza que foi o amigo dele quem colocou aquilo lá. Mas o fato é que foram presos, Claro que na hora fiquei puto da vida  minha vontade foi de falar: “Eduardo seu filho da puta... Quer me fuder? Que porra você foi fazer da sua vida?” Mas pensando bem a culpa foi minha. Essa coisa de trabalhar demais, de estar sempre correndo aliado a idade dele o fez ficar inseguro. Mas resolvido, vendi meu carro, paguei a fiança... Ele reclamou porque ficou sem carro por uns tempos, mas depois conseguiu um emprestado com os amigos. Ele é muito articulado. Diferente do Carlos. Esse é mais introvertido, mais tímido. Me deu muita dor de cabeça, começou a ficar meio estranho. Se trancando em conchas e não queria se abrir. Sei que é um rapaz excelente, mas tem dificuldade de se relacionar, nunca namorou, vive uma vida que para mim é um pouco solitária mas ele diz que está melhor que eu que não consigo me manter num relacionamento por muito tempo. Mas o fato é que estou aqui agora conversando com o amigo e nem seu nome eu perguntei ainda. Você tem filhos? É casado XXXX? Tem mulher? Mulheres? Eu tenho uma menina. Uma só. Confesso que preferia um varão, mas veio uma menina né?! Depois que separei da mãe dela se afastou de mim, aparece aqui de vez em quando, mas essa não me dá dor de cabeça. É independente, trabalha, e vive ocupada. Beth é o nome dela. Como a Bete Balanço, a música do Cazuza, saca? Uma menina de ouro. Mas muito apegada a mãe. O Carlinhos que outro dia me deu um susto danado. Esteve doente, gastamos para caramba. Dizem que a depressão é o mal do século, Se é eu não sei, mas o que eu sei que é uma coisa devastadora. O rapaz ficou muito mal. Já não comia, não dormia, tinha mania de perseguição. Foi uma batalha mas conseguimos tratar. Ainda está um pouco debilitado, mas já voltou a trabalhar. Está agora morando com um amigo. Eu até gosto do rapaz mas gostaria que ele estivesse morando aqui comigo. Preciso de alguém para cuidar de mim, sabe? Depois do acidente... (Pára como a lembrar de algo terrível) Nossa! Que acidente? Não estou lembrando como foi esse acidente, mas sei que houve um acidente. (As memórias vem em flashes) Sim! Estou indo com uma pessoa, de carro, chove muito... (Luz vai caindo em resistência. Iluminando apenas a parte superior do homem. Como uma fotografia 3x4) A minha vista turva e o tempo fechado... muita água... não vejo a estrada... (Como que falando a alguém do lado) Você quer se acalmar? Está tudo bem! Claro que sim... pronto. Agora a culpa é minha?... Porque você não ficou? ... Mas foi você quem criou todo aquele clima... Ora Maristela! Ciuminhos a essa altura do campeonato não dá... Pára de chilique... para... para... (Estático) Foi sim um acidente. De repente o carro caiu em um buraco, ou bateu em alguma coisa. Lembro de ver a Maristela se debatendo, a água inundando tudo e pessoas correndo e gritando... pediam socorro, diziam para manter a calma... Acordei no hospital e não vi mais a Maristela ao meu lado. Fique sabendo depois que ela não tinha resistido. Minhas pernas não se mexiam mais, eu não sentia meu corpo de cintura para baixo... (Começa a gritar) Dr... Dr... Socorro? O que está acontecendo comigo? Onde está a minha esposa?! Maristela! Maristela!... Como assim?! Ela não resistiu? Não pode! Dr. Quer dizer então que estou viúvo? Ou sou um viúvo? E o Sr. Fica ai me olhando e não me diz nada? Quando que o senhor iria dizer alguma coisa?... Por favor Dr. Eu vou voltar a andar não vou? Maristela eu vou ficar paraplégico Maristela?!Eu não posso ficar sem andar Dr. Não quero ficar dependendo de outras pessoas. Não posso ficar aleijado... Dr. Dr. Porque ninguém nesta porra de hospital não me diz nada? Que merda, onde estão meus filhos? Onde estão meus filhos seus merdas?... (Ao espectador)  E você sabia disso? Me diga rapaz. Me fale... Você também sabia disso? (Caindo em si) Como você iria saber não é mesmo? Desculpa  não era a minha intenção!... O fato é que no hospital eu fiquei alguns dias. Preocupado porque não sabia noticias das crianças... Mas como?! Eles são filhos adoráveis. Eu sempre foi um pai presente. Sempre desdobrei-me para suprir as necessidades. Trabalhei feito um louco para dar tudo que eles precisavam. (Fala com espectador como se este fora o médico) Dr. Quer dizer que estou de alta? Ah! O senhor já ligou para os meus filhos? Claro que sim, eles não vieram me visitar porque devem estar muito ocupados. Afinal todos eles tem uma vida bastante corrida. ... O Eduardo está preso, eu sei. Mas os outros pode ligar...  (Luz caindo em resistência. Permanece o foco sobre o personagem) Estou lembrando.. Os primeiros dias após minha alta foram bem difíceis... Queria sair mas não podia... sem contar que os medicamentos me deixavam irritado... Não minha filha, eu não estou irritado... Calma Maristela... Como assim? Voce não é a Maristela? Quem é você então? Minha filha? Kkkkkk Ah meu Deus. Perdão! Estou ficando louco. Além de aleijado, louco! Quero ir no banheiro... (A uma espectadora como se fosse a filha) Beth quem é esse rapaz? É o seu novo namorado? Ele sempre está aqui. Eu vou logo dizendo, não vou muito com a cara dele não. Não sei o que estou fazendo aqui neste apartamento. Quero ir para casa... É mesmo? E sua mãe?... (Uma tristeza vai tomando conta do semblante) Sua mãe me abandonou. Eu sei. Ela foi embora com o Antonio Fagundes, Ela sempre disse que amava o Antônio Fagundes. Você está namorando demais... Já fez sua pesquisa do colegio. Amanhã tem prova de história viu? (Vai ficando cada vez mais sonolento. Como que dopado) Hoje estou andando muito ruim... Não quero tomar remédio... Já amanheceu. Eduardo?! Você está aí? Quero ir para casa... Não quero tomar esse remédio, ele me deixa assim, mole. Por favor, eu não quero tomar isto... Celina você voltou? Queria ter tempo para pedir perdão... Veja nossos filhos. Estão todos crescidos!... Cuidei sempre deles, sempre. Nunca deixei faltar nada... Agora eles estão cuidando de mim... Não é lindo? Tomam conta de mim... Me dão remédios para dormir! Eu entendo... Está me dando um sono Fagundes... Não, não quero tomar esse remédio Eduardo... Não.. Por favor eu não quero esse remédio quero apenas a presença de vocês... Meus olhos estão ficando pesados... Meus filhos, não me entorpeçam o coração. Antes me deixem partir porque me dói ser um fardo para vocês... Já disse. Não quero mais tomar essa porra. Não me obrigue a tomar. Eu não preciso disso... Apenas me ouça...Eu não quero ir agora... Eu vou me comportar eu prometo...  Não. Eu posso ir sozinho ao banheiro... Carlos me leve ali no Alecrim... Eu vou me comportar. Não. Não me obriguem a tomar isso novamente. Não grite assim comigo... Eu vou ficar quieto, eu juro. Não vou lhe dar mais trabalho... Prometo viu? Alguém poderia me levar para casa? É muito triste ficar aqui cercado de gente estranha. Porque você me tortura dessa maneira?... Meus filhos vocês vieram me buscar? Eu... Eu amo vocês! ( A luz fecha totalmente sobre o homem e a cadeira este vai ficando de pé como que voando ele sai de cena e fica apenas a cadeira sob a luz que vai sendo coberta por uma poeira fininha) (OFF) De repente tudo ficou tão leve. Não serei mais fardo... Eu os perdoo! Carlos você está feliz? Beth?! Eduardo quando volta dessa viagem? Cuidado você vai cair da bicicleta... Não vá para o fundo, o mar está puxando muito hoje... txu txu txu... quem são as criancinhas que o papai ama?!
(Luz fechando até a escuridão total)
FIM














Texto disponível para montagem mediante autorização do autor.
Contato: rosinaldoluna1@hotmail.com

Rosinaldo Luna
Parnamirim/Rn
Abril/2019

12/04/2019

Dramaturgia social: como usamos máscaras para interagir

Texto extraido do blog: A mente é Maravilhosa

É possível analisar nossa interação com os demais como se estivéssemos atuando em uma peça de teatro, como se a vida social fosse uma sucessão de interpretação de papéis. Chamamos de dramaturgia social o enfoque microssociológico focado no estudo das relações entre o comportamento humano e as regras sociais que controlam nossas interações cotidianas.
“A vida é uma representação teatral”. Sócrates debatia, no diálogo da peça ‘O Banquete’, qual gênero teatral, a comédia ou a tragédia, mais se aproximava da vida real. Ele apostava na tragédia. A frase anterior, no entanto, não é sua. A frase é de Erving Goffman e a argumentação dos dois é bastante diferente. Goffman é criador da corrente do interacionismo simbólico. Essa teoria sustentava que a cada interação social que realizamos, tentamos projetar, de forma consciente ou mesmo inconsciente, uma imagem específica de nós mesmos, manipulando a maneira como os outros vão nos perceber.
Para Goffman, nossa personalidade não é um fenômeno interno, e sim a soma das diferentes máscaras que nós usamos ao longo da vida: uma dramaturgia social.

Explicando a dramaturgia social

Tanto o ator teatral quanto o social possuem como principal objetivo manter a coerência em suas interações com aqueles que o rodeiam e com o ambiente. Para transmitir uma impressão positiva devemos contar com habilidades dramáticas e sociais, além do vestuário e adereços necessários. Mas tudo isso carece de importância se os outros atores presentes no cenário não são capazes de coincidir na temática e na definição da situação, nas expectativas e nas limitações da interpretação que nos indicam de forma implícita como agir em um determinado contexto – um entorno social específico.

Casal com máscaras

Alcançar o desenvolvimento nessa dramaturgia social – ou seja, saber se mover por entre os cenários e os momentos em que projetamos uma imagem para os demais e os bastidores (nossa vida privada, que muitas vezes também é uma máscara que usamos apenas para olhar no espelho), assim como mostrar desenvoltura na mudança de um papel para o outro, e contar com adereços e roupas adequadas para cada momento, constituem requisitos indispensáveis para a obtenção de sucesso na vida social. Durante a execução de uma peça, quem não sabe atuar é um perigo para o elenco e acaba sendo afastado do grupo.
Enquanto atuamos, nossos comentários e expressões de surpresa, de aprovação, de ironia ou desgosto moldam a opinião que os demais têm de nós. Somos conscientes disso, e exatamente por esse motivo, gerimos nosso discurso, ponderamos nossos gestos e monitoramos nossas reações. Todos atuamos a todo momento e definimos nossos papéis baseados no contexto em que estamos, buscando nos encaixar nele naquele momento.
Esse ajuste pessoal a um papel, essa definição pessoal perante os demais, é algo que acontece a todo momento, sendo um esforço presente em todas as interações sociais. Como os atores de um filme, é possível que comecemos a obra (um trabalho, um relacionamento ou um curso em uma universidade) com uma personagem indefinida, ainda pouco explorada, mas aberta a se modificar de acordo com o enfoque que está sendo apresentado e com a reação da audiência. A partir daí, dedicaremos nossa vida a se ajustar à personagem, ao menos até que o filme termine e tenhamos que tirar essa máscara para procurar outras (somos demitidos do trabalho, pedimos o divórcio, acaba o curso da universidade, etc).

Imagem, ocultação e moral

Para Goffman, no contexto dessa dramaturgia social as pessoas tentam apresentar uma imagem idealizada cada vez que interagem ou atuam. Isso se dá pela simples razão de que estamos convencidos de que é benéfico ocultar algumas partes dos outros ou de nós mesmos:
  • Ocultamos o processo de preparação do nosso papel. Como o professor que, após preparar uma aula durante horas a ministra fingindo que sabe tudo de cor, preferimos oferecer aos outros apenas o resultado final de toda a nossa atuação. Nada de mostrar os erros de gravação, nem de mostrar quantas vezes precisamos repetir cada fala até que ela fosse enfim memorizada. Isso tudo fica apenas nos bastidores.
  • Ocultamos o trabalho sujo realizado para conseguir o papel. Nossa personagem pode ser incompatível com tudo o que fizemos até então, e até mesmo com nosso esforço para chegar a algum lugar e com nosso merecimento de ter recebido aquele papel. Pensemos em um políticoque chega a um cargo público por meio da compra de votos… ele certamente vai omitir essa parte da sua interpretação.
  • Ocultamos aquilo que nos impediria de seguir atuando. Muitas vezes ficamos calados ou evitamos reagir diante de humilhações que podem afetar a imagem que escolhemos passar.

Dramaturgia social

Como o próprio Erving Goffman dizia, na nossa condição de atores, os indivíduos se preocupam em manter a impressão de que cumprem as regrasque podem ser aplicadas em qualquer julgamento, mas esse mesmo indivíduo não se preocupa enquanto ator no problema moral de cumprir essas regras. O que importa é apenas o problema amoral de fabricar uma impressão convincente de que está cumprindo seu papel. Nossa atividade se baseia em grande medida em parecer moral, mas na verdade não temos qualquer interesse moral na nossa atuação social. Somos mercenários da moralidade enquanto atores. E não somos mesmo?

Concurso de Vídeos "Luz, Câmera, Educação!"

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lança o concurso de vídeos de um minuto “Luz, Câmera, Educação!”. A participação é voltada para trabalhadores em educação de escola pública sindicalizados, estudantes de escolas públicas e seus pais ou responsáveis. A etapa de votação do Júri Popular será aberta para toda a sociedade. O objetivo é dar visibilidade à educação básica no Brasil dentro da 20ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que vai se realizar de 22 a 26 de abril em todo país.
O(a) autor(a) do vídeo vencedor de cada uma das 3 categorias (estudantes, professores sindicalizados e comunidade escolar) mais o(a) da escolha especial do Júri Popular, receberá um troféu e um prêmio equivalente o Piso Salarial Nacional do Magistério.
Leia o regulamento, o termo de uso e inscreva-se gratuitamente por aqui.
De:

Editais de Cultura

O blog de quem faz a cultura (ser sempre) viva!!!

11/04/2019

A importância da pausa na interpretação.

Foto: Diego Cabral Fotógrafo
O ator é um ser ansioso de mais. Deseja de mais, ama de mais, se entrega de mais e sofre além da conta. Por esse motivo que é quase uma unanimidade no palco o ator que não respira. As vezes ao observarmos um jovem ator, principalmente, temos a impressão que ele vai explodir. As veias do pescoço saltam, os olhos querem sair das calotas e quase sempre terminamos a cena casados.
Claro que estou dramatizando, mas o fato é que as vezes temos mesmo essas sensações. 
E o que provoca isto?__ A pausa. Ou a ausência dela.
Quando estamos interpretando e temos uma frase longa é necessários que façamos pausas, que usemos essas pausas para prender a atenção do público, para dar mais profundidade e trabalhar melhor a intenção do que queremos dizer. A pausa é importante para que o texto não fique corrido, para que a nossa interpretação se torne mais convincente e que o espectador, entenda exatamente o que falamos.
Você pode ser um excelente ator/atriz e perder uma cena se não fiz as pausas bem feitas, porém se for um péssimo ator, ou uma atriz mediana e se consegue trabalhar bem a pausa, certamente  convencerá melhor e consequentemente terá os olhos de quem interessa voltados para voce.
Portanto, trabalhem as pausas. Esqueçam a pontuação ortográfica e as substituam por PAUSAS. 
Isto irá te ajudar imensamente na cena e atrairá elogios e olhares para seu trabalho.
Lembrem-se, respirar é vital. O ator é dono do tempo, do texto, portanto não tenha pressa em terminar a frase,. curta, saboreie, deguste cada palavra com o tesão de um beijo. 
Boa pausa!
Rosinaldo Luna

13/12/2018

SANTANA E SÃO JOAQUIM, UMA ORAÇÃO MILAGROSA.

AUTO DO NATAL: SANTANA E SÃO JOAQUIM, UMA ORAÇÃO MILAGROSA
Texto: Rosinaldo Luna/Claudia Borges
Direção: Rosinaldo Luna
PROMOÇÃO: SEMTHAS - Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e Assistência Social
APOIO: Prefeitura Municipal de São José de Mipibú



Olá
Mais um natal e com ele MAIS UM AUTO.
Será a sexta edição consecutiva de montagens natalinas. Dois projetos. O primeiro em São Paulo do Potengi que permaneceu por quatro anos e que hoje tem continuidade com os artistas potengienses e direção de Edmercio Pereira.
Esse ano estamos preparando a segunda montagem de SANTANA E SÃO JOAQUIM, UMA ORAÇÃO MILAGROSA que tem no texto a parceria da querida poetisa Cláudia Borges. um grande acontecimento que acontecrá nas noites de 21 e 22/12/2018  as 19:30h no largo da matriz em São José de Mipibu..
O texto natalino ganha ares de show popular ao inserir danças e lendas de Mipibú através de grupos para folclóricos compostos por usuários dos serviços de convivência do Secretaria Municipal de Assistência Social e seus funcionários em sua grande maioria.
Esse ano temos a parceria do cineasta e jornalista Nilson Eloy que registrará todo o espetáculo que será transformado em um mine doc. para exposição nas comunidades e distritos do município durante o ano de 2019. Uma maneira de levar entretenimento e arte ao povo, feita pelo povo e para o povo.
Estamos confiantes e felizes por podermos montar mais um trabalho e cheio de gratidão a Maria Suênia Abrantes,Sec. da SEMTHAS, bem como a gestá municipal do Prefeito Arlindo Dantas por acreditarem que esse projeto poderá ir muito além.
Feliz Natal a todos e até lá.
Venha ver, traga a família.

Rosinaldo Luna


AS IMAGENS DE 2017

Nely é Santana

Luan Silva é Anjo Gabriell

Grupo adolescentes. DANÇA ÁRABE




27/01/2018

Mais um para o curriculum. Auto de Natal, SANTANA E SÃO JOAQUIM, UMA ORAÇÃO MILAGROSA.

Com muita felicidade compartilho algumas imagens do meu AUTO DE NATAL, SANTANA E SÃO JOAQUIM, UMA ORAÇÃO MILAGROSA que montei para o S. de Assistência Social de São José de Mipibu.
O trabalho formado por funcionários e usuários dos serviços de convivência daquela secretaria ganhou ares de mega produção e agradou a todos os espectadores que lotaram o largo da matriz naquelas duas noites de apresentações.
O testo escrito por mim e Claudia Borges e dirigido por mim, levou um verdadeiro festival de arte e cultura popular intercalado com a fé do povo do lugar.
Em especial agradeço aos grupos culturais, Boi de Reis do Manimbú, Samba de Côco, Pastoril dos idosos, Grupo Remelexo, o grupo de balé do professor Luciano Oliveira, ao coral anjos de barro, os adolescentes do pau brasil que arrebentaram com sua dança árabe e no grupo de teatro de bonecos, as anjinhos crianças e pela felicidade de conseguirmos odos juntos colocarmos em evidência uma lenda tão interessante como é a PROCISSÃO DAS ALMAS. Lindas. Excepcionais.
Todo trabalho em sintonia com o grupo do áudio visual, Nylson Eloy e Ariel Fagundes se doando e criando momentos mágicos.
#GRATIDÃO
































Fiquem com as imagens.

22/09/2017

Borderline surpreende pela consciência do ator Bruce Brandão em cena!

Bruce Brandão é Rutras em BORDERLINE

Acabo de chegar do teatro TCP onde está em temporada a montagem carioca do espetáculo escrito por Junior Dalberto BORDERLINE.
Mais uma vez saio do teatro impactado com o poder desse texto que trata de uma doença tão complexa e tão comum porém quase invisível para a população em geral.
O ator Bruce Brandão desde o primeiro momento no palco domina a cena e trabalha tão conscientemente as marcas e os subtextos, que estes por sí já seriam suficientes para um bom espetáculo. Mas quando temos no palco um grande ator devorando um texto brilhante o resultado é UMA PEÇA DE TEATRO.
Bruce desbulha os subtextos de forma tão peculiar e consciente que é impossível não ler o pensamento do personagem.
Eu e Milena Luna com o autor Junior Dalberto e o ator Bruce Brandão
A tranquilidade em cena, a direção coerente dá-nos em emoções as nuances do psicológico perturbado e perturbador do personagem Ruttras.
Eu gosto do texto, não por ter um ator amigo no palco e um autor que é uma espécie de amigo/guru, eu gosto do texto porque ele é um mergulho profundo de cabeça no abismo que é ser e a mente humana..
Um detalhe do espetáculo é a luz, maestralmente operada.
Porém me arrebatou a poesia sublime e delicada da cena final. Uma Delicadeza, um beijo na alma, uma redenção de um ser que durante a vida provocou tanta dor.
Ainda dá tempo de ver Borderline, amanhã é o último dia.
By Rosinaldo Luna

Serviço:
Teatro: BORDERLINE
Texto: Junior Dalberto

Sabado 23/09/2017 as 20:00h

20/08/2017

Evanescence lança nova versão de “Bring Me To Life” para o álbum “Synthesis”

Evanescence liberou nesta sexta-feira (18) o primeiro “single” do álbum “Synthesis”. O disco é descrito pela banda como uma experimentação e traz grandes hits e faixas favoritas da carreira do grupo em versões repaginadas com a ajuda de uma orquestra.

O álbum “Synthesis” será no outono norte-americano e terá uma turnê própria. Os shows começam dia 14 de outubro pela cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos.


Para mim, esse é um projeto de paixão total. Há tantas camadas em nossa música, por baixo da enorme bateria e guitarras. Sempre quis colocar os belos arranjos e elementos de programação de David Campbell em evidência e essa ideia se transformou em uma completa repaginação, com uma orquestra completa e não apenas cordas – programação elaborada e experimentação. Essa será a primeira vez que sairemos em turnê com uma orquestra e eu estou muito animada em performar dessa maneira, focada nos vocais e na emoção e na história que construímos ao longo dos anos. Também estou muito animada pelo novo material que está nesse álbum. Além de duas músicas novas, há muitos lindos momentos instrumentais. Como um todo, [o álbum] flui como uma trilha sonora grande e dinâmica,” explicou Amy Lee, em nota oficial.

Emma Stone é a mais poderosa de Hollywood

Ela conseguiu segurar o posto por dois anos seguidos. Mas agora, Jennifer Lawrence não é mais a atriz mais bem paga de Hollywood. Ela passou o bastão para outra jovem estrela ganhadora do Oscar, Emma Stone. Segundo o estudo anual da revista Forbes, que cobriu o período de 1 de junho de 2016 até 1 de junho de 2017, Emma se tornou a mais poderosa. Veja abaixo quem são as 10 mais:

1 – Emma Stone  – 26 milhões

Aparentemente boa parte desse dinheiro todo veio de um percentual da bilheteria de La La Land, que rendeu quase 450 milhões no mundo inteiro, tendo custado somente 30. Com isso, ela foi a maior ganhadora em percentual, analisando ano após ano, da lista. Bota poderosa nisso!

2 – Jennifer Aniston – 25.5 milhões

Entra ano, sai ano, Jennifer Aniston está sempre por ali, entre as Top 5. É claro que uma boa parte vem de seus filmes, como o futuro The Yellow Birds, só que o grosso vem mesmo de seus acordos publicitários, como os da Emirates,Smartwater e Aveeno. Além disso, a linha para cabelos Living Proof, onde ela tinha uma porcentagem, foi vendida no final do ano, por uma soma não divulgada, o que ainda a deixou mais rica.

3 – Jennifer Lawrence – 24 milhões

Ok, ela não é mais a número 1, mas com certeza isso não deve ter deixado JLawpreocupada com as contas para pagar com “somente” 24 milhões. Isso veio de futuros lançamentos como Mãe! e Red Sparrow, além, é claro, de seu acordo com a Dior. Pobrezinha! Rs!

4 – Melissa McCarthy – 18 milhões

Mesmo com o término da série Mike & Molly, Melissa ainda continua firme e forte entre as primeiras. Além de sua linha de roupas, ela tem três filmes para estrear no ano que vem. E não se pode esquecer suas participações em Saturday Night LiveGilmore Girls.

5 – Mila Kunis – 15.5 milhões

Surpreso como eu de ver Mila nessa lista? Bem, ela teve o enorme sucesso dePerfeita é a Mãe e de sua sequência, que ainda vai estrear este ano. Além disso, ela continua a fazer a voz de Meg em Uma Família da Pesada (desde 1999), e tem mais um filme para estrear no ano que vem, The Spy who Dumped Me.

6 – Empate de Emma Watson e Charlize Theron – 14 milhões


Emma teve dois filmes grandes: um fracasso – O Círculo –  e um mega-sucesso, A Bela e a Fera. Já Charlize deve ter ganhado um bom dinheiro para ser a vilã deVelozes e Furiosos 8. Com Atômica, que estreia este mês nos cinemas, ela também deve ter se dado bem, já que também era produtora, mas afinal investiu cinco anos para viabilizar o filme. Sem esquecer que tanto Emma com Charlize também tem acordos com Dior.

8 – Empate  – Cate Blanchett e Julia Roberts – 12 milhões

Cate nunca para, mas a última vez em que esteve na lista foi em 2009. Dessa vez, ela teve produções como Thor Ragnarok, que estreia no final do ano, a versão feminina de Onze Homens e um Segredo, com Sandra Bullock, e ainda a voz de Kaa, em O Livro da Selva, dirigido por Andy Serkis, os dois últimos programados para 2018. Já Julia não tem filmado tanto, mas continua a receber dividendos de seus filmes antigos. Ela tem um filme para estrear agora em novembro,Extraordinário, com Jacob Tremblay. E não se pode esquecer seu contrato milionário com a Lancôme.

10 – Amy Adams – 11.5 milhões

Amy pode não ter sido indicada para o Oscar – injustamente – mas não tem do que reclamar. Teve o sucesso de A Chegada, a participação no filme da Liga da Justiça e ainda uma série, Objetos Cortantes, de Gillian Flynn, que vai estrear este ano.

Gloria Perez anuncia participação de Pabllo Vittar na novela “A Força do Querer”

Pabllo Vittar precisou cancelar seu compromisso na Rede Globo neste sábado (19), mas estará em breve na emissora. A cantora, que estava escalada para participar do Criança Esperança, vai estar na novela “A Força do Querer”. Quem anunciou a novidade foi a própria autora do folhetim, Gloria Perez, nas redes sociais. O dia da exibição do episódio e se Pabllo interpretará ela mesma ou uma personagem não foram divulgados.

Pabllo está de repouso. A cantora está com uma grave infecção no siso e vai precisar passar por cirurgia. Para focar em sua recuperação, a artista cancelou oCriança Esperança e shows até o final do mês. O ator Silvero Pereira, o Nonato/Elis Miranda da novela “A Força do Querer”, vai substituir a drag em um dueto com Sandy.