18/08/2013

2° Curta Brasília tem inscrições até 31 de Agosto.

Evento aceita produções com, no máximo, 25 minutos de duração, até o dia 31 de agosto. As inscrições são gratuitas

                    
Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Festival Curta Brasília, que acontece entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro, na Capital Federal. Até o dia 31 de agosto, é possível enviar gratuitamente filmes com até 25 minutos de duração e realizados a partir de janeiro de 2010 para a seleção do festival, dedicado exclusivamente ao formato curta-metragem.

O evento se divide em duas mostras competitivas: Curta Brasília, onde concorrem filmes cujos realizadores sejam nascidos ou residentes no Distrito Federal há mais de dois anos, e Curta Brasil, aberta para obras de qualquer lugar do país. A inscrição deve ser realizada pelo site, por meio do preenchimento do formulário online e do envio postal do DVD, identificado conforme o regulamento, juntamente com a ficha de inscrição impressa e assinada. Os curtas inscritos e não selecionados para as mostras competitivas podem, a critério do festival, compor as mostras paralelas do evento.

Os vencedores das mostras competitivas, definidos por voto popular, levam para casa o Troféu Curta Brasília e a soma de R$ 5 mil, cada. Os filmes exibidos também concorrem a prêmios oferecidos por parceiros do festival, como o Prêmio Cine França Brasil, que consiste em passagens aéreas para a França; o Prêmio Direitos da Infância, oferecido pelo Instituto Sabin e pela UNICEF, que dará R$ 1 mil ao filme que melhor aborde assuntos relacionados ao tema; Troféu Cinememória, para o melhor documentário; e prêmios da União dos Cineclubes do DF e Entorno, rede Brazucah, Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo - ABCV, Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas - ABD Nacional e CineB.

O evento promove oficinas, debates, circuitos itinerantes e outras atividades, além das exibições de filmes, com entrada franca. Acesse o site oficial e saiba mais sobre o Festival Curta Brasília.
 

13/08/2013

Espetáculo circular irá visitar bairros de São Paulo do Potengi

Há alguns dias iniciei o novo trabalho teatral para São Paulo do Potengi. Deste vez trata-se de uma interferência performática. 
Batizada de PROJETO CRUZADA, o espetáculo é circular e irá visitar bairros, escolas e comunidades do município levando em sua bagagem um palestra sobre violência e drogas. Esses dois males que se infiltrarem nosso município e vem destruindo nossa paz e nossas famílias.
O texto do ator e teatrólogo Rosinaldo Luna, versa de forma diferente, com uma linguagem pirotécnica, sobre a personagem central, a Violência, que chega com seu enorme poder de sedução e aos poucos engendra nossos filhos em suas teias, e os atira em seus abismos.
O espetáculo também terá incluído em seu contexto, pacientes do CAP'S e alunos do pro-jovem e com isto trabalha a inclusão. No caso do s pacientes do CAPS'S além da inclusão pretendemos interferir de forma terapêutica, contribuindo para a melhora no quadro patológico dos mesmos.
O projeto está em fase de elaboração e será inscrito nos editais do Ministério da Cultura, além do patrocino da Prefeitura Municipal de são Paulo do Potengi, através das Sec. de Cultura, Saúde e Assistência Social do Município. Além destes será apresentado a Câmara Municipal de São Paulo do Potengi onde buscará também apoio.Todas as formas de captação estão sendo utilizadas para a viabilização do projeto incluindo a sociedade civil, a pessoas, empresários o grupos e associações que desejem patrocinar. 
Um belíssimo espetáculo, onde teremos uma batalha fantástica e nesse caso, nós venceremos a violência.
No elenco teremos a atriz Luana Araújo, e os atores Nerivan Sivestre, Madson Dantas e Lucas Luna, estes confirmados até agora. Na coordenação dos meninos do CAPS' os colaboradores Elias Fabião e Chicletinho, músicos além da própria Luana Araújo, Psicóloga Miria Campos e toda a casa, que vem e empenhando há mais ou menos dois meses nessa cena de inclusão.
O espetáculo estreará em outubro e é parte das oficinas de montagem do AUTO DO NATAL 2013. Primeiro Auto de Natal encenado na Cidade.
O texto e a direção é do Rosinaldo Luna.

By Rosinaldo Luna

12/08/2013

Prego batido Ponta virada!

Prego batido Ponta virada!
Quem nunca ouviu isto sendo dito por alguém? São essas frases de efeito, aspectos particulares no modo de falar, vestir, andar, pensar, se relacionar com  o outro que criam a identidade de um povo. Essa identidade chamamos de CULTURA. Outra frase que resume a cultura de um povo: Em tal lugar não tem CULTURA. Nada mais cultural! Porém isto mostra que cultura existe sim em todo canto, porque cultura é o conjunto de pequenos tesouros individuais que compõe o todo. Hoje na sociedade organizada, estamos tentando mostrar para todos que cultura não é aquela produzida nos grandes salões da elite, mas o que o mais simples lavrador, artesão, mestre de cultura está realizando e é preciso valorizar e levar essa arte até estes salões suntuosos. A elite precisa saber o que nós, o povo produzimos, e que não só produzimos cultura como somos a própria cultura.
Prego batido ponta virada. Esta frase significa a síntese do está feito. Simples assim. E esta sensação me tomou de conta o peito desde o último raio de sol da sexta-feira dia 09 de agosto com o encerramento apoteótico da II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA DE SÃO PAULO DO POTENGI. Sei que não foi de tudo perfeita, mas também sei que nunca aconteceu uma manifestação cultural tão grandiosa no município, ao menos nos últimos anos. Essa reativação dos movimentos culturais, que São Paulo do Potengi vem presenciando desde a montagem da PAIXÃO DE CRISTO em março, é um marco para a cultura do município. O debate em plenária, mediado pelo brilhante professor Jobson Lima, as palestras da professora Francinete Ribeiro, historiador Professor Luciano e do próprio Jobson Lima, foram um diferencial. A fala do prefeito José Leonardo Cassimiro e sua colocação em mesa, diante da plenária, que está disposto a trabalhar com cultura é um passo importante para impulsionar o fazer cultural.
Dentre as propostas retiradas na conferência, ficou recorrente a necessidade da formação dos gestores e agente culturais, o que já iniciamos a busca por parceiros neste trocando em miúdos, a conferência foi um momento importante para o artista local. Retiramos seis delegados para a conferência estadual, e iremos representar nosso município com muito orgulho e quem sabe até poderemos chegar a II Conferência Nacional de Cultura em Brasília. São Paulo do Potengi está podendo. Por isto eu digo: É prego batido e ponta virada Parabéns São Paulo do Potengi. Antes gostaria de listar nomes de pessoas que contribuíram para a construção e realização do evento a começar pelo empenho do prefeito José Leonardo Cassimiro, Sec. Maria Neci, Professora Francinete Ribeiro, que iniciou o processo de construção desta conferência, Jobson lima, Professor Luciano, Mara, Prof. Wellington, Prof Adriano, Profa. Jandira, profa. Conceição, coordenadora de cultura do município, os vereadores Lula da Carne e Assis Araújo, Moacir Farias, atores Madson Dantas, Kelly Silva, Nerivan Silvestre, aos profissionais e meninos do PRO-JÓVEM, ao grupo de teatro AGENTES EM AÇÃO da Sec. de Saúde, Sec. Daílva, Enfa. Aniúsca, Luana Araújo e equipe do CAPS's SPP e São Tomé, Chicletinho e Elias Fabião. Casa de Cultura de São José de Campestre,aos grupos para folclóricos Boi Sete Estrelas e Flor de Mucamber e a todo o povo de São Paulo do Potengi que lotou a praça Monsenhor Expedito para ver o show de encerramento doa conferência. Parabéns  e obrigado em nome de todos que trabalharam em prol do sucesso desta conferência.
Grupo de teatro AGENTES EM AÇÃO


Elias Fabião e Chicletinho - CAP's SPP





Mestre Alexandre à frente do Boi Sete Estrelas










Equipe d pro Jovem com a Professora Fabiana e o Professor Abel


By Rosinaldo Luna


02/08/2013

Boi Sete Estrela em São Paulo do Potengi.

Tudo certo para a II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA DE SÃO PAULO DO POTENGI. Esta é  a oportunidade dos artistas e comuidade sentar frente a frente e traçar uma nova diretriz para a produção cultural de são Pualo do Potengi. Durante todo o dia 09 de Agosto, estaremos discutindo formas de viabilizarmos meios para a produção, fruição, valorização das culturas e dos sabers de nossos artistas e mestres. A conferência inicia-se as 08 horas e terminará as 17h com o enserramenteo do cortejo cultural que terá como rpincipal atração o BOI SETE ESTRELAS, de são José de Camprestre. Este grupo, vem se destacando no cenário cultural do estado com um belissimo show folclórico, levando a cultura popular a diversos lugares, divulgando o nome daquele município
dando a oportunidades a jovens e adultos a ingressarem no mundo das artes.
O Secretário Municipal de Cultura de São José de Campestre, competentíssimo divulgador da cultura do nosso povo está à frente deste grupo, que aceito de pronto o convite deste artista para abrilhanta a conferência. E isto que precisamos instituir no nosso município. O espírito de empreendedor dos nossos jovens. Além do Boi Sete Estrelas, teremos apresentações culturais de artistas do município:
Participem.

By Rosinaldo Luna

30/07/2013

Programação completa do Agosto da Alegria.

Começa amanhã.A secretária de Cultura, professora Isaura Rosado, publicou em sua página do Facebook a programação completa do Agosto da Alegria.A programação que a coluna publicou algumas notas atrás trata-se dos eventos da primeira semana.Porém a programação cultural  do Agosto encolheu, ficou mais enxuto. Poucos shows deram espaço à discussão de "políticas públicas para a cultura".. Participe.
Agosto da_alegria_02

Estréia do Véu de Renda Negra.

Dia 06 de Agosto, no TCP, acontece o lançamento do curta metragem "Véu de Renda Negra". O filme foi produzido durante uma oficina ministrada pelo competente cineasta Carlos Tourinho. No elenco, destaque para o ator e bailarino Dimas Carlos, vivendo um travesti chamado Ava Gardner. Vamos conferir.
DIMAS CARLOS_NO_FILME
CAST DO FILME
AVA GARDNER= Dimas Carlos
CONCEIÇÃO= Luana Venceslau
MARIA DE JESUS= Eliene Albuquerque
TONHA= SILBENE SYL
CORONEL SILVINO –Márcio Otávio
PREFEITO= Reginaldo Cosme
JUIZ= Eduardo Alexandre Garcia Eduardo Alexandre Garcia.
foto: Divulgação/ITEC

São Paulo do Potengi não tem cultura?



Tenho ouvido com certa regularidade uma frase que me preocupa bastante: “São Paulo do Potengi não tem cultura!” Isto realmente me incomoda. Como também me incomoda a falta de público para eventos importantíssimos como aconteceu ontem à noite na posse dos novo acadêmicos da ACADEMIA JUVENIL DE LETRAS - MARIA NINI DE ARAUJO SOUTO, que contou com uma tímida plateia formada por amigos e familiares dos acadêmicos e algumas autoridades.
Este evento por si só, já merece ser aplaudido de pé, ainda mais quando recebe para a cerimônia, imortais de outras academias e que saíram entusiasmados com o ineditismo. São Paulo do Potengi é o único município do país onde existe uma academia juvenil de letras. Me impressiona a garra e ousadia da Professora Mariquinha e o desprendimento da professora Cruzinha Campos que em dois dias preparou os acadêmicos para apresentarem músicas do cancioneiro que dizem tudo e mais alguma coisa sobre nós, sobre a musica brasileira, sobre a arte e que nos afirma que em São Paulo do Potengi, existe sim cultura. E das boas! Cultura popular com o grupo do boi de Seu Esmerino Cassimiro, das quadrilhas juninas, exemplo da Brilho Potiguar, que conquistou esse ano diversos prêmios, e cultura erudita, com o coral, a banda marcial. A manutenção da cultura através do nosso memorial, apesar de totalmente esquecido pelo governo do estado.
Temos seu Abrósio Azevedo, Silvério Alves, o fomento do Johan Adonnis, com um belo e importante projeto através do Território da Cidadania, que pretende disponibilizar inúmeros instrumentos musicais, e que passa neste momento por uma busca a alguém capaz de gerir e trabalhar esses instrumentos na formação de músicos na cidade. A disposição do Arpiginho em realizar junto com outros amigos, o arraiá da capela do bairro Nossa Senhora Aparecida. Temos queijada, cavalgada, festa do seu Zé Miguel, temos a cultura religiosa, o recorde de componentes que vem cada dia mais, crescendo a participação no terço dos homens. Isto é cultura!

Temos a galinha caipira do Zé Arnaldo, a voz do Beto Show,  temos Joélica Diniz, cantora que saiu daqui e canta em grandes bandas por este país afora. Alexandre Moreira, nosso amigo e amante da terra, uma virtuose no mundo da música e sua esposa, a Sra. Conceição Moreira, musicista e introdutora do curso de violão na gestão anterior do Naldinho, e que se Deus quiser retomará suas atividades em breve.
Somos a terra do grande Antônio Aleixo e sua "Risada de maestro", música de sua autoria. Das rodas de violão com Antônio Aleixo, Zé Domingos e João Rodrigues. E se formos falar sobre o legado do maestro Tiãozinho...Tiãozinho é cultura pura!

Então com esta pequena relação de pessoas que agitam e se sacrificam para a promoção e manutenção do saberes e manifestações culturais, já temos um bom número de atividades. E isto é cultura!
Desmistificamos a sensação de que não existe cultura em SPP?
Temos este sentimento talvez, porque?  Falta divulgação, apoio, mecanismos para produzir e fazer fruir esses bens culturais? Claro. Porém o que provoca isto é a falta de conhecimento e ainda a postura amadora nas realizações dos eventos. O que deve mudar em breve.
No próximo dia 09 de Agosto, todos os artistas e a sociedade em geral terá a oportunidade de discutir junto aos gestores públicos políticas para o fomento das atividades culturais no município, bem como tomarem conhecimento dos programas do governo federal para a prática, produção, premiação dos mestres da cultura popular e demais mecanismos que possibilitam ao artista, popular ou erudito tratar sua arte como produto.

Então tudo isto que digo aqui,
 serve para mim principalmente deixar de me incomodar com a frase que deu impulso ao desenvolvimento deste texto e que da próxima vez eu responderei que: "Não. São Paulo do Potengi tem Arte, tem movimentos culturais, tem artistas da melhor qualidade e que estamos caminhando para que todos tomem conhecimento disto". E aproveitar para convidar aos menos avisados que a cultura pulsa nesta cidade tão querida.
O trabalho realizado na Escola Estadual Mauricio Freire é exemplo disto. Os acadêmicos, com suas poesias, ainda se aventurando em nos mostrar suas capacidades no canto, o poeta Moacir Farias, que até então conhecia apenas sua verve poética, descubro que é um grande legado cultural, conhecedor da arte e cultura popular de quase toda a América Latina. E isto? Não é  cultura?

E cultura é todo trabalho do indivíduo que cria, compõe, produz e até os que facilitam e prestigiam as artes e saberes do povo. Um exemplo disto é o próprio gestor municipal, Prefeito José Leonardo, que é um admirador da cultura do povo, e que se comprometeu ontem em buscar parcerias para ajudar a ACADEMIA JUVENIL DE LETRAS DE SÃO PULO DO POTENGI a manter seu curso.

Em um dos momentos mais emocionantes, o ator José Nerivan interpretou um poema escrito para homenagear o Profeta das águas, Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, emocionando e tirando lágrimas dos mais emotivos. Tudo isto é arte, tudo isto é cultura.

É a arte do Elias Fabião e seu filho. Ambos musicistas formados pelo grande maestro Tiãozinho.
É a arte das rezadeiras, das tiradoras de benditos e cantadeiras de inselênças.

Então meus amigos,  no nosso município existe sim cultura. E das boas!


By Rosinaldo Luna


Programação do Agosto da Alegria 2013

A programação do festival Agosto da Alegria parece piada. Onde estão os shows, as apresentações? Difícil entender. Gostaria de poder aplaudir em algum momento a gestão atual, mas infelizmente é impossível encontrar um elogio, uma coisa bem elaborada. Em todos os sentidos, em todos os níveis, em todas as secretarias. Tudo é medíocre. O que tem a ver esse rapaz que mora na Califórnia vir expor no agosto da alegria?Sei lá. Achei fraco de mais!

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31.7 – Encontro de Secretários de Cultura do Nordeste, provocado pelo secretário estadual da Paraíba, o também cantor Chico César (que vinha cantar aqui, ó?). Às 15h, na Escola de Governo (Centro Administrativo);
1.8 – Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes de Cultura do Brasil, com representantes da secretaria de Articulação e da Economia Criativa do MinC. Às 9h, também na Escola de Governo;
1.8 – 3º Salão de Arte Popular Chico Santeiro, com vernissage agendada às 19h, na Pinacoteca do Estado (Centro Histórico). Curadoria do marchand Antônio Marques e Ângela Ferreira;
1.8 – Vernissagem da exposição Mocó: do Barroco ao Contemporâneo, às 19h, também na Pinacoteca. São 40 obras do artista plástico Rasmussem Ximenes, natural de Currais Novos e residente na Califórnia. Curadoria de Karla Alves;
- Mostra Nordeste de Artes Visuais. Participação de artistas visuais nordestinos, tendo como representante potiguar, Marcelo Gandhi;
1.8 – Naifes da Coleção do Governo do RN, às 16h, no IFRN Cidade Alta;
2.8 – Encontro de presidentes dos Conselhos Estaduais de Cultura, às 9h, na Escola de Governo;
2.8 – 3º Fórum Nacional de Economia Criativa, com Cláudia Leitão, do MinC (não disse a hora)
7.8 – Entrega do Mérito Deífilo Gurgel, no Salão Nobre do TAM, às 18h30;
- Minicurso de Direitos Culturais (não informou data nem horário). Será no Ponto de Cultura Tecido Social. Com Roberto Monte e Aluízio Matias.

25/07/2013

Filme Feliz Natal, de Selton Melo será exibido pelo IFRN-na segunda feira a tarde

Feliz Natal, de Selton Mello (Brasil, 2008)
por Eduardo Valente

Por um cinema da performance
A estréia de Selton Mello na direção de longas-metragens não deixa margem para dúvidas quanto à filiação do Selton diretor frente a dois filmes onde o Selton ator foi parte importante da criação: Lavoura Arcaica, de Luis Fernando Carvalho; e O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia. De Lavoura, vêm a fotografia e a trilha sonora hiper-presentes como elementos de sobresignificação e de desejo construção de um universo essencialmente cinematográfico, além do ambiente da família e seus traumas como elemento catalisador dos dramas em cena (além da presença na tela de Leonardo Medeiros como protagonista, claro). Já de Cheiro do Ralo vêm uma estrutura dramática calcada nos jogos de poder e violência entre os personagens, sempre no sentido de um esgarçamento das relações, além de uma construção de cena que pensa cada cena como um pequeno palco para a performance dos atores. Esta listagem acima não é exaustiva (não só das formas de reverberações dos filmes nesta obra, nem mesmo das influências do filme de Selton como um todo – há um tanto de Cassavetes, de Lucrecia Martel, de Paul Thomas Anderson no filme), nem quer ser servir como instância redutora do trabalho, como se este fosse apenas uma junção dos universos alheios (inclusive porque é apenas natural que um ator que sempre teve vários projetos e uma presença marcante na criação dos filmes leve muito do que vivenciou de mais pregnante como parte do seu trabalho). Serve apenas como uma introdução para começar a entender e penetrar na lógica que rege este Feliz Natal.
O filme começa com alguns planos rápidos e hiperaproximados de corpos que se esfregam, além de uma grua elegante que esquadrinha o espaço de um ferro-velho. Logo, o personagem de Leonardo Medeiros, que havíamos visto no ferro-velho, chega a uma festa de Natal, onde aos poucos vamos entendendo as relações. A festa é filmada com uma câmera nervosa e expressivamente próxima dos corpos, usando de uma montagem cheia de picotes entrecortados. Vamos tendo acesso a pedaços de situações apenas, a diálogos que se referenciam a um passado de ressentimentos generalizados e que sinalizam um estado de perversão latente (a proximidade dos corpos de mãe e filho, o olhar dele para a sobrinha, as relações extra-conjugais somente subentendidas). Logo, porém, na medida em que a festa se aproxima de um final bombástico, os cortes rápidos são substituídos por um longo plano-sequência que em grande parte acompanha Darlene Glória no papel de uma mãe de família completamente entregue aos barbitúricos e álcool, quase fora da realidade.
Tanto num primeiro momento como no outro, Feliz Natal expõe de saída seu funcionamento estrutural: ele se propõe como exemplar de um cinema da performance. Performance dos atores, pois praticamente todos têm um momento para solar em cena, momentos que funcionam como se quase tudo parasse para que assistamos a um discurso de Darlene Glória, a uma réplica de Lúcio Mauro, a uma dança de Cláudio Mendes, a um surto de Thelmo Fernandes, a uma intervenção inteligente e/ou fofa das crianças. Mas também performance dos elementos artísticos do filme: a câmera que chama a atenção para seu trabalho com o foco e com a proximidade dos corpos, a fotografia que chama a atenção para seu uso dos grãos e do escuro, a montagem que chama a atenção para seus cortes abruptos ou raccords inesperados, a trilha sonora que chama a atenção para seus acordes dramáticos. Como resultado, Feliz Natal é um filme que funciona quase o tempo todo na hiperatividade, no perigoso jogo de afogar o espectador numa catarse dos elementos cênicos.
É claro que esta opção é um dado inicial do filme, e não algo a ser elogiado ou criticado por si mesmo. E que este desejo de catarse da linguagem se irmana ao momento de catarse familiar e pessoal vivenciado pelos personagens: se tudo em Feliz Natal é over, isso começa com os personagens e suas experiências. No entanto, deve-se perguntar sempre a um filme: por que esta opção pela catarse em si? Afinal, como dado, a “ficção da família disfuncional” já é hoje algo tão batido e estabelecido quanto a da “família feliz” um dia foi – e Selton Mello parece sempre consciente disso, tanto pelas influências com as quais dialogo abertamente, quanto até por colocar na boca do personagem de Darlene Glória em determinado momento uma piada com o próprio termo da “disfunção”.
Não é por acaso, então, que no meio a uma constante histeria de registro e de vivências de personagens, Feliz Natal faz questão de apostar aqui e ali na ponta solta, na sutileza de construção possível. É o ódio paterno que mais se subentende do que explica, é a vivência passada com os amigos que mais se alude do que mostra, é acima de tudo a presença de alguns personagens que, dois tons abaixo, conseguem uma curiosa empatia no meio do caos reinante (pensamos principalmente no casal formado por Paulo Guarnieri e Graziela Moretto). Há aqui um curioso curto-circuito dentro mesmo da lógica de Feliz Natal que, paradoxalmente, causa alguns de seus momentos e qualidades mais fortes e ao mesmo tempo sabota uma possibilidade de lógica interna que resolva o filme de forma mais definitiva. O filme passa a viver desta maneira bipolar: encontra considerável impacto em vários momentos de performance, mas maior empatia naquilo que não explora tão avidamente, que deixa mais quieto e ao fundo. Só que a constante ida e vinda entre os dois, torna o filme bastante exasperante.
Curiosamente, aliás, o final do filme reza pelas duas cartilhas, expondo esta fratura que o compõe (e, sim, vamos falar do final, quem não quiser saber, não leia): por um lado, o plano hiper-construído (em tempo, enquadramento, luz) que leva o menino, que sempre surgia em cena como um respiro dentro da perversão familiar generalizada, a um tipo de suicídio que, ao mesmo tempo que parece negar a possibilidade de futuro e inocência, acusa a negligência de pais e avós (que deixam o remédio à mão e não cuidam do menino); por outro lado, a aparente superação do trauma pela nova rotina do personagem de Leo Medeiros, filmado com uma distância respeitosa nesse seu ritual de chegada em casa, inclusive com um “filtro natural” colocado por uma cortina. Denúncia e punição de uma falência ou elogio de um novo começo? É entre dois pólos tão opostos como estes que transita o filme de Selton Mello o tempo todo: entre a histeria e a sutileza, o estereótipo e a construção individual de personagem. Nesta corda bamba e tanto que se dispõe a explorar, o filme se expõe a várias quedas, mas também faz por merecer vários aplausos por momentos de real maravilhamento.

Data: Segunda 29/07
Horas: 15h
Local: IFRN-Central Natal.

Outubro de 2008
editoria@revistacinetica.com.br
Na próxima segunda a noite virá um representante da Secretaria de Audiovisual do Minc falar sobre os editais de audiovisual em andamento e a política nacional do setor. Repassem pros seus amigos da área audiovisual pois o evento é aberto para toda a comunidade. Abaixo informações:

Secretaria do Audiovisual promove encontros no Nordeste visando discutir a questão do fomento e meios de financiamento para a área.
As políticas públicas voltadas para o audiovisual brasileiro serão destaque na região Nordeste a partir da próxima semana. O Coordenador de Inovação e Plataformas Audiovisuais da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV / MinC) Leonardo Rossato cumpre agendas em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os encontros são gratuitos e abertos a realizadores, estudantes e demais interessados na sétima arte.
No dia 29 de julho, Rossato segue para Natal, no Rio Grande do Norte, onde recebe os realizadores potiguares no Auditório do IFRN Cidade Alta. O encontro será na Avenida Rio Branco, 743, centro da cidade, a partir das 19h.
Auditório do IFRN Cidade Alta, Avenida Rio Branco, 743, Centro da Cidade.

E às 15h estaremos exibindo gratuitamente também no Auditório do IFRN Cidade Alta o filme "Feliz Natal", dirigido opr Selton Mello. Este evento é uma parceria com a SEDA Audiovisual. Mais informações sobre o filme: http://www.revistacinetica.com.br/feliznatal.htm
Cinética
www.revistacinetica.com.br
A estréia de Selton Mello na direção de longas-metragens não deixa margem para dúvidas quanto à filiação do Selton diretor frente a dois filmes onde o Selton ator foi parte importante da criação: Lavoura Arcaica, de Luis Fernando Carvalho; e O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia. De Lavoura, vêm a fo

Unesco reconhece vida e obra de comunista como patrimônio da humanidade



Ernesto_Che_Guevara_1O argentino nascido em Rosário, Província de Santa Fé em 14 de Junho de 1928, Ernesto Che Guevara fez de sua vida uma das maiores contribuições para a libertação dos povos da América latina e do mundo. Agora a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, reconhece os escritos do revolucionário como Patrimônio da Humanidade. Os documentos foram incluídos no Programa de Memória do Mundo. Este programa que possui em seu registro 299 documentos e coleções dos cinco continentes agora conta com 431 manuscritos do Che, 567 documentos sobre sua vida e obra, assim como uma seleção de materiais iconográficos, cinematográficos, cartográficos e objetos para museu. Para Juan Antonio Fernández, presidente da Comissão Nacional Cubana da Unesco, esta decisão reconhece a “contribuição do Che ao pensamento revolucionário latino-americano e mundial, que o converteram em símbolo de rebeldia, de liberação e internacionalismo”.
ImagemO exemplo do guerrilheiro heroico ultrapassa as barreiras do tempo e até hoje inspira os revolucionários do mundo. Che, como era carinhosamente chamado entre os guerrilheiros do movimento 26 de Julho, ficou conhecido por utilizar de suas próprias atitudes para demonstrar como deve se comportar um revolucionário frente a diversas situações, seja da vida cotidiana, seja no front de batalha. Ernesto nunca se recusava a uma tarefa e defendia que um revolucionário deve estar onde a revolução necessita. Enquanto Ministro da Indústria foi um grande entusiasta do trabalho voluntário como emulação comunista, ele próprio se dedicou durante anos ao trabalho voluntário na produção, uma vez por semana.
Sobretudo, Che era um internacionalista e ao cumprir com suas tarefas em Cuba, foi construir a revolução no mundo. Passando pela África e por fim voltando à América Latina o guerrilheiro foi assassinado na Bolívia sob orientação e apoio da CIA em 9 de outubro de 1967. Ainda assim, Che vive, nas lutas dos povos do mundo para libertarem-se da opressão. Suas ideias estão mais vivas do que nunca. Seu exemplo arrasta milhões todos os anos para as lutas. Sobre Che, não há melhores palavras do que as de seu amigo e camarada Fidel quando diz, “Se queremos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a este tempo, um modelo de homem que pertence ao futuro, de coração digo que esse modelo, sem uma mancha em sua conduta, sem uma só mancha em suas atitudes, sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo é Che! Se queremos expressar como desejamos que sejam nossos filhos, devemos dizer com todo o coração de veementes revolucionários: queremos que sejam como Che!”

Leia também:
http://lidymonteirowm.wordpress.com/2013/07/20/escritos-de-che-guevara-se-tornam-patrimonio-da-humanidade-em-cerimonia-da-unesco/

http://averdade.org.br/2011/09/che-e-fidel-uma-amizade-revolucionaria/