07/12/2010

Me queiras




Um beijo roubado de mim
Um sorriso negado
Um amor magoado de ser
Um abismo sem fim entre nós.

Que me queiras assim
Sem roubar o seu beijo
Sem abismos, sem medos
Só desejo, desejo.

Rosinaldo Luna
12/2010.

05/12/2010

Teatro na Escola

O artigo a seguir é de autoria do teatrologo Emílio Carlos a quem apartir de agora vou me dedicar a ler e a acompanhar seus ensinamentos. Quero deixar calro que antes de tudo, o respeito ao autor deve estar em primeiro lugar. Mas voces pdoem falar: como blogou o artigo do rapaz aqui? Bem, o artigo está disponivel gratuirtamente na net, mas isso não me dá o direito de blogar sem dar as referências. Quero agradecer ao autor por poder oferer para todos voces uma leitura tão bão e importante  para nós artistas que utilizamos sempre o teatro escola para a formação de platéia.

A importância do Teatro na Escola
por Emílio Carlos de




- Principais benefícios do teatro aos jovens estudantes

O teatro desperta a imaginação, leva ao questionamento de atitudes e realidades, faz sonhar e educa. Ver uma peça de teatro é uma experiência inesquecível. Fazer teatro é uma experiência única!


- Como o teatro pode estar presente na escola?

É comum pensarmos que teatro é para a aula de Artes. Porém todas as disciplinas tem o seu lado dramatúrgico. Imagine os alunos lerem um livro e depois encená-lo. Ou dramatizarem uma situação matemática do dia a dia. Ou encenarem um acontecimento da história.
Tudo é possível em termos de teatro; inclusive projetos que incluam várias disciplinas ao mesmo tempo.



- Em relação ao aspecto pedagógico, qual a importância do teatro para o desenvolvimento do aluno? O que o aluno pode aprender nestas aulas, que o ajudará em sua formação como pessoa?

Desde o aspecto lúdico até o processo de ensino-aprendizagem, o teatro é uma grande ferramenta nas mãos dos educadores. O aluno vai aprender a importância do trabalho em grupo, da participação ordenada, de conhecer e confiar em quem trabalha com ele. Além disso o teatro estimula a criatividade e a imaginação, a iniciativa, o respeito mútuo, a desinibição e a sensibilidade. Tudo isso fará diferença na sua formação.


- Além de ajudar na evolução de várias áreas, como na coordenação, na criatividade, na memorização, no vocabulário e na socialização, o teatro não é feito apenas de atores em cena, isto é, no palco. Há muitos alunos que também atuam “nos bastidores”, na estrutura por trás do espetáculo. O que os alunos podem aprender com isso? Organização? A importância do trabalho em equipe?

Quem trabalha nos bastidores percebe tudo isso e mais: ele passa a ver que todos são igualmente importantes para que o espetáculo aconteça. Não importa se você está no palco ou se está na iluminação – todos são igualmente importantes. Também aqui o teatro reproduz a vida: para obtermos um resultado precisamos de várias pessoas envolvidas. O coletivo se impõe ao individual. No teatro da vida cada um desempenha o seu papel, tal como as diferentes partes de um corpo, para benefício de todos.


- Dicas de como é possível inserir o teatro na escola.

É possível inserir o teatro em qualquer disciplina, e em projetos multidisciplinares. O teatro enriquece a experiência com os temas tratados nas disciplinas. Por exemplo: para trabalhar a preservação do meio ambiente você pode montar uma exposição que vai apresentar o tema ao visitante e que culmina com uma peça teatral como forma de vivenciar o tema. As datas comemorativas também fornecem boas oportunidades para se fazer teatro na escola.



- Cuidados/estrutura que a escola precisar tomar/ter no momento de inserir o teatro como disciplina ou como aula extracurricular

O primeiro cuidado é com quem vai ensinar teatro na escola. Essa pessoa precisa reunir conhecimentos em arte e educação ao mesmo tempo. E ter intimidade com a faixa etária com a qual se vai trabalhar. Não basta ser ator para ensinar teatro.
Toda a beleza do teatro está na imaginação, no pacto que existe entre o público e o espetáculo. O público sabe que é uma peça, que o cenário é apenas cenário mas o teatro tem a magia de fazer sonhar. Assim um pano azul se transforma no mar, uma spot de luz amarela pode ser o sol, e tudo isso só depende dos atores interpretarem bem.
As crianças são atores em potencial: elas são altamente imaginativas. Só precisam de quem canalize sua imaginação. O jovem já está numa fase mais racional e para levá-lo à emoção da personagem você precisa fazer com que ele entenda o papel.
Você não precisa de grandes estruturas nem de muito dinheiro para fazer teatro. Material reciclado dá grande resultado visual para cenários, material de cena e figurinos. Há também o TNT (tecido-não-tecido): uma opção barata e acessível.
Sempre que possível deixe os próprios alunos fazerem os cenários e os figurinos, ou pelo menos colaborarem na idealização e realização. Isso faz parte do desenvolvimento cognitivo e deve ser estimulado.
Lembre-se sempre que o grande espetáculo para o público está nos atores e o grande espetáculo para os alunos está em fazer teatro. Assim um holofote de fachada de casa (com 150 watts) se transforma num canhão de luz do teatro; vasos formam um jardim; EVA se transforma em máscaras, roupas, material de cena.
Você não precisa de um auditório com cadeiras estofadas para fazer teatro; você pode fazer teatro na sala de aula, no pátio, ao ar livre. A estrutura necessária é mínima.
Tenha em mente que uma produção precisa ser LM-PRB: linda, maravilhosa prática, rápida e barata. Com pouquíssimo dinheiro e muita criatividade você pode fazer muito.


-        O motivo da falta de hábito do brasileiro de não ir ao teatro com frequência é que muita gente não conhece teatro. Muitos nunca viram uma peça teatral na vida. Por isso é importante estimular crianças e jovens desde cedo a verem teatro, a fazerem teatro. É importante levar o teatro até o aluno. Assim se forma o público que irá ao teatro no futuro. Quando a minha Cia de Teatro se apresentava em escolas era comum os alunos dizerem:- “Eu achava teatro chato; mas agora que eu vi sua peça eu achei legal”.


Sobre o Autor - Emílio Carlos é diretor, ator e dramaturgo. Trabalha com teatro desde 1985, fazendo teatro adulto e infantil, com crianças e com bonecos. Já dirigiu vários grupos e cias de teatro, se apresentando pelos Estados de SP e MG (inclusive tendo feito várias temporadas em São Paulo – Capital).
A coleção Memória do Teatro de Bonecos traz 5 de suas peças teatrais. A Coleção em Dvd foi lançada pela Editora Emílio Carlos e pode ser vista no site:

PRODUÇÃO TEATRAL - SÉTIMA CONVERSA


  SELEÇÃO DE ELENCO

Pois é galera. Já somam sete conversas, espero que estejam sendo úteis. Durante esse tempo de envolvimento com o fazer teatral, um dos problemas encontrados é o elenco. Nós ainda não temos a política da imparcialidade, confesso que também pratico o paternalismo, e é comum essa pratica. Mas é preciso que os profissionais comecem a tratar o assunto de maneira mais profissional. Claro que para o diretor é confortável trabalhar com amigos. Isso torna o trabalho mais interessante, porém, cria-se com isso uma ilha de exclusão, e limita o mercado a trabalhar sempre com os mesmos elencos.
Esses grupos estão aí há muito tempo. Sempre as mesmas pessoas contratando as mesmas pessoas. Claro, que todos os personagens dessa discurção estão lá por talento, porém, existem outros talentos que não conseguem aparecer no mercado por não fazer parte desses grupos.
Outro dia, conversando com uma pessoa ligada ao movimento em Natal, perguntei sobre a contratação de pessoas para um famoso festival de teatro e a mesma me falou que não quer ninguém além das que já estavam lá. Que o grupo funciona e que não quer mudar nada. Tudo bem fiquei calado, porém acho que esse grupo deixa de adquirir elementos novos para o processo.
A prática de grupos prejudica muito o movimento cultural da cidade. Se o profissional não estiver nos grupos trabalho perdido, não entra em processo nenhum. Isto sinto na pele, se dependesse dos movimentos estaria morto, mas graças a Deus não me enquadro nessa condição. Claro, às vezes fico triste, pois sei da qualidade do meu trabalho, porém não posso forçar ninguém a contratar meus serviços. Agora é chato você ver pessoas que não tem a mesma experiência que um bom ator atuando em todas as montagens simultaneamente, enquanto outros muito melhores preparados ficando de fora. Uns fazendo vitrines natalinas, ou frente de lojas para complementar o orçamento.
Portanto, o ideal para o sucesso de um projeto é o critério de seleção de elenco. Deve-se contratar o profissional por currículo, ou por convite, portanto que esse profissional esteja dentro do perfil do personagem e não por se amigo, assim, corremos o risco de contratar um bom ator e queimá-lo por não estar inserido no biótipo do personagem para o qual foi contratado para fazer.
A seleção deve ser imparcial e o diretor juntamente com uma equipe de profissionais capacitados escolherá o elenco que representará o espetáculo. Uma boa produção está acontecendo em Natal, no que se refere a seleção imparcial. O musical Beco da Alma de Claudia Magalhães tem direção de Danilo Guanais e João Marcelino. E seguiu um esquema de seleção muito boa. Primeiro a seleção de currículos, segundo a primeira audição e depois a segunda, onde foi selecionado o elenco. E não houve proteção, nem preferências, atores amigos dos diretores foram desclassificados por detalhes, como a foto exigida na inscrição.
Essa postura da equipe do musical me deixou orgulhoso. E sugiro a todos vocês que se espelhem nesse exemplo. Não levem em consideração os laços de amizade apenas, contratem amigos profissionais e não profissionais amigos. Você pode até deixar algum colega chateado, porém, se você contrata um profissional por amizade corre o risco de perder os dois, o profissional e o amigo.


By
Rosinaldo Luna.