28/04/2019

Monólogo - Eu Te perdoo.


EU TE PERDOO
@RosinaldoLuna

(PALCO ESCURO. UMA MUSICA CRESCE ENQUANTO A LUZ VAI ABRINDO EM FIO SOBRE UM VULTO SENTADO EM UMA CADERA DE RODAS).
___ Não quero mais tomar essa porra. Não me obrigue a tomar. Eu não preciso disso... Apenas me ouça. (Grita e se debate) Porque você me tortura dessa maneira? (Black out. Uma musica suave inunda o palco como o silencio. Uma paz vai tomando conta da cena enquanto a luz, em suave igualdade vai crescendo até a Luz geral banhar tudo. O homem na cadeira de rodas nina uma criança). Txu txu txu.... Quem é o baby do papai? Quem é o rapazinho do papai? Hum? Você quer brincar? Kkkk quer? Hummm! Vamos jogar bola? (Como se a criança respondesse) Humm então é isso? Você vai ser um grande jogador de futebol? É?... Não? Ah já sei! Vai ser um médico... E vai cuidar do papai quando estiver velhinho não é?! Tá bom! Tá bom! kkk (Luz geral vai caindo em resistência e fica apenas o foco sobre a cadeira de rodas) Eduardo? Eduardo? Voçê está ai? Venha cá ajudar-me! Traga-me um copo d’água, estou com sede!... Eduardo? (Parece ouvir um resposta) Como é? O que você está fazendo? Estudando? Ah! Tudo bem então. (Parece perceber alguém na plateia. Esse vai ser seu interlocutor. Sempre que fala pergunta a opinião dele) Nossa! Quase tomei um susto kkkk você está ai? Faz tempo que chegou? (Espera a resposta do espectador. Se este não responder insistir) kkkk então devo estar maluco porque só agora o percebí. O Eduardo é meu filho. Adolescência é fogo viu! Nunca está disponível, sempre ocupado, sempre as voltas com a escola. É um garoto muito inteligente, estudioso, mas como todo adolescente dá um certo trabalho. Coisas de adolescente mesmo. Nada de mais. Não sei, hoje acordei assim, me sentindo um pouco preso, como se não pudesse me desligar das lembranças, ou como se as lembranças fossem fatos do presente momento. Não sei. Só sei que me sinto como se estivesse acordando. (Ao espectador) Você já passou por essa experiência? Já teve essa sensação? Kkk de repente me pego aqui, com essa sensação de que algo aconteceu, que estou vivendo algo que já vivi, falando com pessoas desconhecidas como se já a conhecesse, como se fossemos íntimos amigos. Talvez um parente de longa data. O meu filho Eduardo como falei é um cara excepcional, inteligente, porém ultimamente se envolveu com uns amigos meio errados. Digo errados porque os caras não querem nada com nada, só festa, bebem muito e desconfio que usam alguma coisa ilícita. Tudo bem, já fui adolescente, jovem e fiz muitas besteiras, porém, me preocupo como pai. Você sabe como é isso né? Vivi minha adolescência nos anos 80’as, plena abertura politica. O país passando por uma fusão de poderes e principalmente de mudança no regime politico. Saíamos de uma ditadura e passávamos a uma democracia. Mas muita coisa ainda era proibida. Porém isso não impedia de viver. E eu vivi, bebia, fumava um baseado aqui acolá, mesmo morrendo de medo de ser pego, mas era isso que me excitava e incitava. Claro, fazia porque tinha o grupo de amigos que também fazia e eu como todo adolescente queria ser aceito. Estar no grupo. A tal síndrome do pertencer! Porém hoje, como pai, vejo meu filho entrar e sair, as vezes nem diz bom dia. É muita liberdade. Liberdade em excesso penso as vezes. Voce já teve essa sensação, de que temos muita liberdade? Que as coisas precisam dar um certo freio? (Ri) acho que virei careta. Mas como dizia, o meu medo é do Eduardo se envolver com coisas ilegais. Os amigos dele são meio barra pesada eu acho. O Eduardo é um menino bom, as vezes até parece ingênuo, mas sei que no fundo é um cara legal. No dia que ele foi preso, sim, foi preso, porculpa de um amigo. Ele estava com alguns cartões de créditos na mochila. Tenho certeza que foi o amigo dele quem colocou aquilo lá. Mas o fato é que foram presos, Claro que na hora fiquei puto da vida  minha vontade foi de falar: “Eduardo seu filho da puta... Quer me fuder? Que porra você foi fazer da sua vida?” Mas pensando bem a culpa foi minha. Essa coisa de trabalhar demais, de estar sempre correndo aliado a idade dele o fez ficar inseguro. Mas resolvido, vendi meu carro, paguei a fiança... Ele reclamou porque ficou sem carro por uns tempos, mas depois conseguiu um emprestado com os amigos. Ele é muito articulado. Diferente do Carlos. Esse é mais introvertido, mais tímido. Me deu muita dor de cabeça, começou a ficar meio estranho. Se trancando em conchas e não queria se abrir. Sei que é um rapaz excelente, mas tem dificuldade de se relacionar, nunca namorou, vive uma vida que para mim é um pouco solitária mas ele diz que está melhor que eu que não consigo me manter num relacionamento por muito tempo. Mas o fato é que estou aqui agora conversando com o amigo e nem seu nome eu perguntei ainda. Você tem filhos? É casado XXXX? Tem mulher? Mulheres? Eu tenho uma menina. Uma só. Confesso que preferia um varão, mas veio uma menina né?! Depois que separei da mãe dela se afastou de mim, aparece aqui de vez em quando, mas essa não me dá dor de cabeça. É independente, trabalha, e vive ocupada. Beth é o nome dela. Como a Bete Balanço, a música do Cazuza, saca? Uma menina de ouro. Mas muito apegada a mãe. O Carlinhos que outro dia me deu um susto danado. Esteve doente, gastamos para caramba. Dizem que a depressão é o mal do século, Se é eu não sei, mas o que eu sei que é uma coisa devastadora. O rapaz ficou muito mal. Já não comia, não dormia, tinha mania de perseguição. Foi uma batalha mas conseguimos tratar. Ainda está um pouco debilitado, mas já voltou a trabalhar. Está agora morando com um amigo. Eu até gosto do rapaz mas gostaria que ele estivesse morando aqui comigo. Preciso de alguém para cuidar de mim, sabe? Depois do acidente... (Pára como a lembrar de algo terrível) Nossa! Que acidente? Não estou lembrando como foi esse acidente, mas sei que houve um acidente. (As memórias vem em flashes) Sim! Estou indo com uma pessoa, de carro, chove muito... (Luz vai caindo em resistência. Iluminando apenas a parte superior do homem. Como uma fotografia 3x4) A minha vista turva e o tempo fechado... muita água... não vejo a estrada... (Como que falando a alguém do lado) Você quer se acalmar? Está tudo bem! Claro que sim... pronto. Agora a culpa é minha?... Porque você não ficou? ... Mas foi você quem criou todo aquele clima... Ora Maristela! Ciuminhos a essa altura do campeonato não dá... Pára de chilique... para... para... (Estático) Foi sim um acidente. De repente o carro caiu em um buraco, ou bateu em alguma coisa. Lembro de ver a Maristela se debatendo, a água inundando tudo e pessoas correndo e gritando... pediam socorro, diziam para manter a calma... Acordei no hospital e não vi mais a Maristela ao meu lado. Fique sabendo depois que ela não tinha resistido. Minhas pernas não se mexiam mais, eu não sentia meu corpo de cintura para baixo... (Começa a gritar) Dr... Dr... Socorro? O que está acontecendo comigo? Onde está a minha esposa?! Maristela! Maristela!... Como assim?! Ela não resistiu? Não pode! Dr. Quer dizer então que estou viúvo? Ou sou um viúvo? E o Sr. Fica ai me olhando e não me diz nada? Quando que o senhor iria dizer alguma coisa?... Por favor Dr. Eu vou voltar a andar não vou? Maristela eu vou ficar paraplégico Maristela?!Eu não posso ficar sem andar Dr. Não quero ficar dependendo de outras pessoas. Não posso ficar aleijado... Dr. Dr. Porque ninguém nesta porra de hospital não me diz nada? Que merda, onde estão meus filhos? Onde estão meus filhos seus merdas?... (Ao espectador)  E você sabia disso? Me diga rapaz. Me fale... Você também sabia disso? (Caindo em si) Como você iria saber não é mesmo? Desculpa  não era a minha intenção!... O fato é que no hospital eu fiquei alguns dias. Preocupado porque não sabia noticias das crianças... Mas como?! Eles são filhos adoráveis. Eu sempre foi um pai presente. Sempre desdobrei-me para suprir as necessidades. Trabalhei feito um louco para dar tudo que eles precisavam. (Fala com espectador como se este fora o médico) Dr. Quer dizer que estou de alta? Ah! O senhor já ligou para os meus filhos? Claro que sim, eles não vieram me visitar porque devem estar muito ocupados. Afinal todos eles tem uma vida bastante corrida. ... O Eduardo está preso, eu sei. Mas os outros pode ligar...  (Luz caindo em resistência. Permanece o foco sobre o personagem) Estou lembrando.. Os primeiros dias após minha alta foram bem difíceis... Queria sair mas não podia... sem contar que os medicamentos me deixavam irritado... Não minha filha, eu não estou irritado... Calma Maristela... Como assim? Voce não é a Maristela? Quem é você então? Minha filha? Kkkkkk Ah meu Deus. Perdão! Estou ficando louco. Além de aleijado, louco! Quero ir no banheiro... (A uma espectadora como se fosse a filha) Beth quem é esse rapaz? É o seu novo namorado? Ele sempre está aqui. Eu vou logo dizendo, não vou muito com a cara dele não. Não sei o que estou fazendo aqui neste apartamento. Quero ir para casa... É mesmo? E sua mãe?... (Uma tristeza vai tomando conta do semblante) Sua mãe me abandonou. Eu sei. Ela foi embora com o Antonio Fagundes, Ela sempre disse que amava o Antônio Fagundes. Você está namorando demais... Já fez sua pesquisa do colegio. Amanhã tem prova de história viu? (Vai ficando cada vez mais sonolento. Como que dopado) Hoje estou andando muito ruim... Não quero tomar remédio... Já amanheceu. Eduardo?! Você está aí? Quero ir para casa... Não quero tomar esse remédio, ele me deixa assim, mole. Por favor, eu não quero tomar isto... Celina você voltou? Queria ter tempo para pedir perdão... Veja nossos filhos. Estão todos crescidos!... Cuidei sempre deles, sempre. Nunca deixei faltar nada... Agora eles estão cuidando de mim... Não é lindo? Tomam conta de mim... Me dão remédios para dormir! Eu entendo... Está me dando um sono Fagundes... Não, não quero tomar esse remédio Eduardo... Não.. Por favor eu não quero esse remédio quero apenas a presença de vocês... Meus olhos estão ficando pesados... Meus filhos, não me entorpeçam o coração. Antes me deixem partir porque me dói ser um fardo para vocês... Já disse. Não quero mais tomar essa porra. Não me obrigue a tomar. Eu não preciso disso... Apenas me ouça...Eu não quero ir agora... Eu vou me comportar eu prometo...  Não. Eu posso ir sozinho ao banheiro... Carlos me leve ali no Alecrim... Eu vou me comportar. Não. Não me obriguem a tomar isso novamente. Não grite assim comigo... Eu vou ficar quieto, eu juro. Não vou lhe dar mais trabalho... Prometo viu? Alguém poderia me levar para casa? É muito triste ficar aqui cercado de gente estranha. Porque você me tortura dessa maneira?... Meus filhos vocês vieram me buscar? Eu... Eu amo vocês! ( A luz fecha totalmente sobre o homem e a cadeira este vai ficando de pé como que voando ele sai de cena e fica apenas a cadeira sob a luz que vai sendo coberta por uma poeira fininha) (OFF) De repente tudo ficou tão leve. Não serei mais fardo... Eu os perdoo! Carlos você está feliz? Beth?! Eduardo quando volta dessa viagem? Cuidado você vai cair da bicicleta... Não vá para o fundo, o mar está puxando muito hoje... txu txu txu... quem são as criancinhas que o papai ama?!
(Luz fechando até a escuridão total)
FIM














Texto disponível para montagem mediante autorização do autor.
Contato: rosinaldoluna1@hotmail.com

Rosinaldo Luna
Parnamirim/Rn
Abril/2019

12/04/2019

Dramaturgia social: como usamos máscaras para interagir

Texto extraido do blog: A mente é Maravilhosa

É possível analisar nossa interação com os demais como se estivéssemos atuando em uma peça de teatro, como se a vida social fosse uma sucessão de interpretação de papéis. Chamamos de dramaturgia social o enfoque microssociológico focado no estudo das relações entre o comportamento humano e as regras sociais que controlam nossas interações cotidianas.
“A vida é uma representação teatral”. Sócrates debatia, no diálogo da peça ‘O Banquete’, qual gênero teatral, a comédia ou a tragédia, mais se aproximava da vida real. Ele apostava na tragédia. A frase anterior, no entanto, não é sua. A frase é de Erving Goffman e a argumentação dos dois é bastante diferente. Goffman é criador da corrente do interacionismo simbólico. Essa teoria sustentava que a cada interação social que realizamos, tentamos projetar, de forma consciente ou mesmo inconsciente, uma imagem específica de nós mesmos, manipulando a maneira como os outros vão nos perceber.
Para Goffman, nossa personalidade não é um fenômeno interno, e sim a soma das diferentes máscaras que nós usamos ao longo da vida: uma dramaturgia social.

Explicando a dramaturgia social

Tanto o ator teatral quanto o social possuem como principal objetivo manter a coerência em suas interações com aqueles que o rodeiam e com o ambiente. Para transmitir uma impressão positiva devemos contar com habilidades dramáticas e sociais, além do vestuário e adereços necessários. Mas tudo isso carece de importância se os outros atores presentes no cenário não são capazes de coincidir na temática e na definição da situação, nas expectativas e nas limitações da interpretação que nos indicam de forma implícita como agir em um determinado contexto – um entorno social específico.

Casal com máscaras

Alcançar o desenvolvimento nessa dramaturgia social – ou seja, saber se mover por entre os cenários e os momentos em que projetamos uma imagem para os demais e os bastidores (nossa vida privada, que muitas vezes também é uma máscara que usamos apenas para olhar no espelho), assim como mostrar desenvoltura na mudança de um papel para o outro, e contar com adereços e roupas adequadas para cada momento, constituem requisitos indispensáveis para a obtenção de sucesso na vida social. Durante a execução de uma peça, quem não sabe atuar é um perigo para o elenco e acaba sendo afastado do grupo.
Enquanto atuamos, nossos comentários e expressões de surpresa, de aprovação, de ironia ou desgosto moldam a opinião que os demais têm de nós. Somos conscientes disso, e exatamente por esse motivo, gerimos nosso discurso, ponderamos nossos gestos e monitoramos nossas reações. Todos atuamos a todo momento e definimos nossos papéis baseados no contexto em que estamos, buscando nos encaixar nele naquele momento.
Esse ajuste pessoal a um papel, essa definição pessoal perante os demais, é algo que acontece a todo momento, sendo um esforço presente em todas as interações sociais. Como os atores de um filme, é possível que comecemos a obra (um trabalho, um relacionamento ou um curso em uma universidade) com uma personagem indefinida, ainda pouco explorada, mas aberta a se modificar de acordo com o enfoque que está sendo apresentado e com a reação da audiência. A partir daí, dedicaremos nossa vida a se ajustar à personagem, ao menos até que o filme termine e tenhamos que tirar essa máscara para procurar outras (somos demitidos do trabalho, pedimos o divórcio, acaba o curso da universidade, etc).

Imagem, ocultação e moral

Para Goffman, no contexto dessa dramaturgia social as pessoas tentam apresentar uma imagem idealizada cada vez que interagem ou atuam. Isso se dá pela simples razão de que estamos convencidos de que é benéfico ocultar algumas partes dos outros ou de nós mesmos:
  • Ocultamos o processo de preparação do nosso papel. Como o professor que, após preparar uma aula durante horas a ministra fingindo que sabe tudo de cor, preferimos oferecer aos outros apenas o resultado final de toda a nossa atuação. Nada de mostrar os erros de gravação, nem de mostrar quantas vezes precisamos repetir cada fala até que ela fosse enfim memorizada. Isso tudo fica apenas nos bastidores.
  • Ocultamos o trabalho sujo realizado para conseguir o papel. Nossa personagem pode ser incompatível com tudo o que fizemos até então, e até mesmo com nosso esforço para chegar a algum lugar e com nosso merecimento de ter recebido aquele papel. Pensemos em um políticoque chega a um cargo público por meio da compra de votos… ele certamente vai omitir essa parte da sua interpretação.
  • Ocultamos aquilo que nos impediria de seguir atuando. Muitas vezes ficamos calados ou evitamos reagir diante de humilhações que podem afetar a imagem que escolhemos passar.

Dramaturgia social

Como o próprio Erving Goffman dizia, na nossa condição de atores, os indivíduos se preocupam em manter a impressão de que cumprem as regrasque podem ser aplicadas em qualquer julgamento, mas esse mesmo indivíduo não se preocupa enquanto ator no problema moral de cumprir essas regras. O que importa é apenas o problema amoral de fabricar uma impressão convincente de que está cumprindo seu papel. Nossa atividade se baseia em grande medida em parecer moral, mas na verdade não temos qualquer interesse moral na nossa atuação social. Somos mercenários da moralidade enquanto atores. E não somos mesmo?

Concurso de Vídeos "Luz, Câmera, Educação!"

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lança o concurso de vídeos de um minuto “Luz, Câmera, Educação!”. A participação é voltada para trabalhadores em educação de escola pública sindicalizados, estudantes de escolas públicas e seus pais ou responsáveis. A etapa de votação do Júri Popular será aberta para toda a sociedade. O objetivo é dar visibilidade à educação básica no Brasil dentro da 20ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que vai se realizar de 22 a 26 de abril em todo país.
O(a) autor(a) do vídeo vencedor de cada uma das 3 categorias (estudantes, professores sindicalizados e comunidade escolar) mais o(a) da escolha especial do Júri Popular, receberá um troféu e um prêmio equivalente o Piso Salarial Nacional do Magistério.
Leia o regulamento, o termo de uso e inscreva-se gratuitamente por aqui.
De:

Editais de Cultura

O blog de quem faz a cultura (ser sempre) viva!!!

11/04/2019

A importância da pausa na interpretação.

Foto: Diego Cabral Fotógrafo
O ator é um ser ansioso de mais. Deseja de mais, ama de mais, se entrega de mais e sofre além da conta. Por esse motivo que é quase uma unanimidade no palco o ator que não respira. As vezes ao observarmos um jovem ator, principalmente, temos a impressão que ele vai explodir. As veias do pescoço saltam, os olhos querem sair das calotas e quase sempre terminamos a cena casados.
Claro que estou dramatizando, mas o fato é que as vezes temos mesmo essas sensações. 
E o que provoca isto?__ A pausa. Ou a ausência dela.
Quando estamos interpretando e temos uma frase longa é necessários que façamos pausas, que usemos essas pausas para prender a atenção do público, para dar mais profundidade e trabalhar melhor a intenção do que queremos dizer. A pausa é importante para que o texto não fique corrido, para que a nossa interpretação se torne mais convincente e que o espectador, entenda exatamente o que falamos.
Você pode ser um excelente ator/atriz e perder uma cena se não fiz as pausas bem feitas, porém se for um péssimo ator, ou uma atriz mediana e se consegue trabalhar bem a pausa, certamente  convencerá melhor e consequentemente terá os olhos de quem interessa voltados para voce.
Portanto, trabalhem as pausas. Esqueçam a pontuação ortográfica e as substituam por PAUSAS. 
Isto irá te ajudar imensamente na cena e atrairá elogios e olhares para seu trabalho.
Lembrem-se, respirar é vital. O ator é dono do tempo, do texto, portanto não tenha pressa em terminar a frase,. curta, saboreie, deguste cada palavra com o tesão de um beijo. 
Boa pausa!
Rosinaldo Luna