23/05/2013

Governo quer criar universidade de artes

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo vai criar uma universidade de artes, que vai oferecer cursos de graduação e pós-graduação voltados para as artes e a cultura. De acordo com o ministro da Educação Aloizio Mercadante, a pasta, em conjunto com o Ministério da Cultura, terá 100 dias para apresentar um projeto. A universidade estará entre as quatro que o Ministério da Educação (MEC) vai criar em 2014.
"Queremos reunir na universidade todas as expressões da cultura: a música clássica, a dança clássica, a música popular, a dança popular, as artes plásticas, a pintura, a poesia, tudo em cursos de graduação, mestrado, doutorado, em uma única instituição", disse Mercadante.
A universidade não tem lugar definido. O ministro explica que os governadores e prefeitos devem enviar propostas. "Quem apresentar o melhor espaço, o espaço mais interessante, culturalmente mais rico, a melhor arquitetura, seguramente levará o projeto. Vamos fazer uma seleção pública para a localização da universidade", diz.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, acrescenta que a universidade poderá ganhar outros campi. "A universidade de artes pode começar como uma primeira e depois ser ampliada. Poderemos ter um celeiro de talentos e especializações em áreas que ainda não temos. O brasileiro é criativo, vai muito longe, mas se tiver instrumentos na jornada, poderá alcançar um grau de excelência. Pode ser um marco bastante importante para a cultura no Brasil".
Edição: Beto Coura

22/05/2013

Martha acha absurda a decisão de suspender o Edital Produtores e Criadores Negros.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirmou nesta quarta-feira (22) que a decisão do juiz José Carlos Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária Federal no Maranhão, que suspendeu os editais para produtores e criadores negros, é assustadora. Para a ministra, o posicionamento do juiz vem na contramão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que se posicionou a favor das cotas raciais. O Ministério da Cultura irá recorrer.

“Nós temos que ter ações afirmativas no país para compensar as dificuldades e desigualdades que afetam diversas comunidades”, afirmou a ministra ao destacar que o MinC já fez editais destinados aos povos indígenas e que lançará agora com a Secretaria de Políticas para as Mulheres editais para as mulheres.

Os editais para negros foram criados após a constatação de que eram poucos projetos com a temática afrodescendentes aprovados pela Lei Rouanet e, as aprovadas, dificilmente conseguiam captação do patrocínio.

No começo tivemos poucas inscrições, o que levou o MinC a demandar suas regionais a fazer um trabalho nas comunidades negras. O MinC fez mais de 100 oficinas em diferentes partes do país para ajudar os criadores a elaborar projetos. Em São Paulo foram 22 e no Rio de Janeiro 20.

Foram inscritos 2827 projetos. “Agora estamos com um bom desafio de aumentar o edital para uma demanda constatada como reprimida”, comemorou a ministra.

21/05/2013

Madonna ganha três prêmios no Billboard Awards


Madonna fez bonito na festa da premiação da Billboard Awards. Além de ganhar o prêmio de Melhor Turnê com sua MDNA Tour, conforme anunciado semanas antes, a cantora também levou para casa os troféus de Melhor artista Dance e Melhor Álbum Dance, pelo MDNA.

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Antes de subir ao palco, foi exibido um trailer exclusivo da MDNA Tour que será lançado em DVD/CD e blue ray em breve.

Top Touring Artist – Madonna
Top Dance Artist – Madonna
Top Dance AlbumMDNA - Madonna


Vilão Jeremias cativa mais do que herói de 'Faroeste caboclo'


Atores Isis Valverde e Fabrício Boliveira em cena do filme 'Faroeste caboclo' (Foto: Divulgação) 
Os atores Isis Valverde e Fabrício Boliveira em cena do filme 'Faroeste caboclo' (Foto: Divulgação)

No filme “Faroeste caboclo”, Jeremias não desvirgina mocinhas inocentes nem diz que é crente mas não sabe rezar, como na descrição da música que serve de inspiração à obra. A versão cinematográfica, no entanto, traz delito ainda mais nocivo cometido pelo vilão: ele é mais cativante que João de Santo Cristo, protagonista e condutor da narrativa.
Em tese, não seria problema. Mas é, porque exemplifica descuidos na construção do herói que viaja da Bahia a Brasília para melhorar de vida. Se Jeremias – que prossegue “traficante de renome”, “maconheiro sem-vergonha” e promotor da “rokconha” – tem direito de figurar em passagens de humor, drama ou mesmo caricatura, a João resta um comportamento previsível.
Não se pode negar, contudo, que há fidelidade ao material de origem: o herói é tão trágico quanto na canção. No todo, o filme de René Sampaio é leal à quilométrica letra da Legião Urbana e à reconstrução de época – as coisas se passam nos anos 1980 (veja ao lado trailer de "Faroeste Caboclo").
Por outro lado, já na primeira cena, o longa desobedece (beneficamente) os versos de Renato Russo, ao inverter a ordem dos fatos. A intenção talvez seja provocar alguma surpresa numa audiência que provavelmente já conhece o conteúdo. Ou talvez seja justificar o “Faroeste” que está no título. O que se vê na tela é uma tomada em close nos olhos de João (Fabrício Boliveira, da série “Suburbia”), artifício habitual em produções que retratam o velho oeste. Funciona como aviso do diretor e de sua equipe: isto é um filme com referências próprias, não um clipe.
Uma das liberdades mais evidentes tomadas é a introdução precoce de Maria Lúcia (Isis Valverde) e do citado Jeremias (Felip Abib). É medida providencial, uma vez que fica logo estabelecido o romance e o drama essenciais do filme. Na música, eles apareciam mais tarde. Os outros acertos são, aparentemente, acessórios – e fundamentais. É a criação de personagens e situações que não existiam na música. Caso do policial a cargo do ator Antonio Calloni, bem no papel. E de passagens “inéditas” e amenas nas quais João é menos tenso, ansioso. Nesses momentos, ele supera a obviedade.
O ator Felipe Abib vive o personagem Jeremias no filme 'Faroeste caboclo' (Foto: Divulgação) 
Felipe Abib vive o personagem Jeremias
(Foto: Divulgação)
“Faroeste caboclo” começa confuso, com ações aparentemente inexplicáveis de João. Nada com que se preocupar. Conforme a história anda, elas vão sendo justificadas em flashbacks. O roteiro privilegia a relação amorosa entre João e Maria Lúcia. Ele sofre por ser pobre, negro e discriminado – recorre ao crime e à violência para ascender. Ela sofre por algum motivo qualquer não revelado, é rica (filha de senador, personagem de Marcos Paulo), branca e recorre à maconha com razoável frequência.
Embora o roteiro não esclareça de onde vem o sofrimento da jovem, Isis Valverde é suficientemente carismática para lidar bem com a limitação. As circunstâncias em que se dá seu envolvimento com o João são improváveis, mas o público acredita no sentimento entre os personagens. As cenas de sexo entre ambos – novamente com bastante close e o contraste de cor de pele sublinhado – se prestam a isso.
Avaliado o conjunto, resta de “Faroeste caboclo” o zelo com a música de Renato Russo: quem assistir ao filme com a letra em mãos não vai ter tantas reparos a fazer quanto aos principais fatos – o modo como se apresentam é que muda. E ainda o vilão Jeremias. Ele não chega a fazer o que o Coringa de Heath Ledger fez com o Batman de Christian Bale em “Cavaleiro das trevas” (2008). Mas melhora tudo sempre que aparece, a ponto de se torcer por seu regresso – outra prova do efeito positivo de se infringir a música. Na canção da Legião, Jeremias entra em cena apenas na segunda metade dos versos. O vilão só não merecia a afetação das cenas que precedem o duelo.

By Cauê Muraro Do G1, em São Paulo