03/05/2013

As Facetas de Hamlet por Patrício Jr.


Um Hamlet canastrão, uma Rainha Louca, um Rei estrategista e uma Ofélia viciada em sexo, são os principais personagens propostos pelo Jovem Escriba Patrício Jr. para contarem a história do príncipe da Dinamarca imortalizado na obra de Willians Shakespeare. Uma adaptação irresponsável (no bom sentido da palavra) chegou às mãos do Grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias para a sua adaptação para a Cena, com o nome de “Hamlet – Um Exercício” o grupo se debruçou sobre a referida dramaturgia. Acostumados com a Direção Coletiva e com os Processos Colaborativos, os Facetas se depararam com um certo conflito: desfragmentaremos o texto ao nosso modo ou seremos textocêntricos?


Foto: Fábio Lima

Ponderamos bem o pouco tempo que tínhamos para a montagem, refletimos que para adentrarmos em um processo colaborativo de construção dramatúrgica, necessitaríamos de um tempo bem maior e com a possível presença do autor em alguns momentos, hajavista a vida ocupada de Patrício Jr. e o pouco tempo que tínhamos, resolvemos ser textocêntricos! Talvez, a primeiro momento tenhamos estranhado um pouco, mas nos adaptamos muito bem e rapidamente. Chegamos a conclusão que o Facetas não perderia sua essência ao tomar esta atitude, a nossa estética, também irresponsável (no bom sentido da palavra) dialogava diretamente com o texto, e sabíamos que a mesma apareceria com muita força no trabalho.
Passada a decisão do textocentrismo, fomos a definição da linha do trabalho. Já há um tempo estamos buscando a investigação com o trabalho do Palhaço Popular e com vontade levar para as ruas de nosso bairro. Então, para casarmos o nosso desejo com a montagem do Jovens Escribas em Cena, procuramos abordar o texto com essa estética do palhaço desbocado e descomprometido com padrões éticos, e que, no fim das contas, acabaram se relacionando muito bem entre si.
Monique Oliveira coordenou os trabalhos de preparação de corpo e de aproximação com o universo do Palhaço. Definimos o espaço Cênico como um Picadeiro em forma de Arena e construído com tatames vermelhos. Passamos por um processo de imersão no texto, apreendendo-o e na prática de sala tentando dar a nossa dinâmica ao mesmo. Enxertamos nossos “cacos” nos momentos em que o texto dava brecha para tal. Suprimimos algumas ações e citações que achamos desnecessárias, e/ou que não se encaixavam no discurso do nosso Grupo. Tentamos ser bem fiéis as rubricas e as indicações de Cenas propostas pelo autor, e fizemos do processo uma grande brincadeira. E este clima de festa perdurou até os momentos antes da apresentação, onde buscamos relações com as outras encenações já apresentadas (do Grupo Clowns de Shakespeare e da Cia Bololô), como o peito nu de Ofélia que foi interpretada por um homem (Omar Sena) e tinha uma relação direta com a Encenação dos Clowns e o resto do Frango Assado deixado na cozinha do Barracão Clowns pela Bololô e que havia sido utilizado em cena no dia anterior pelo mesmo Grupo, referências que foram para a Cena e que lembram as intervenções que os palhaços fazem ao chegar na cidade e incorporam coisas do lugar à dramaturgia do espetáculo. Além de Omar Sena (Ofélia), estiveram em cena Enio Cavalcante (Rei Cláudio), Giovanna Araújo (Rainha) e este que vos escreve e que atende pelo nome de Rodrigo Bico (Hamlet), fizemos o elenco desta encenação ácida, burlesca e sarcástica. E que levantou em nosso Grupo o grande desejo de reapresentá-la em outras ocasiões. Da Direção Coletiva nós não conseguimos escapar.
Fica aqui o agradecimento pelo convite, que reitera uma parceria já duradoura entre Clowns e Facetas e que nos aproximou dessa nova Cia que surge com muita força e responsabilidade que é a Bololô. E também a grande alegria de encenar um texto deste Jovem Escriba, que nos possibilitou um grande desafio e uma importante reflexão a cerca dessa coisa que chamamos de Processo Colaborativo.
Rodrigo Bico
Ator e Diretor do Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias

Solar Teatral com "A Ida ao Teatro"


                          

O Solar Bela Vista, do SESI/RN, estreia esta sexta, 05/04, o Solar Teatral, uma parceria com a Rede Potiguar de Teatro que possibilitará a exibição, a cada primeira sexta-feira do mês, de espetáculos teatrais gratuitos abertos à população.

A estreia se dará com o o espetáculo A ida ao Teatro, uma divertida história de Karl Valentin, adaptada pelo Grupo de Teatro “Facetas, Mutretas e Outras Histórias...”, onde as cobranças mútuas e as frustrações da vida conjugal são colocadas em questionamento, levando o espectador ao riso e a reflexão sobre a teia das relações humanas.

Aproveite mais esse atividade cultural gratuita oferecida pelo SESI/RN. Os espetáculos entram na grade fixa da programação do Solar Bela Vista a partir deste mês de abril. Em maio teremos o Espetáculo "Pobres de Marré" do Grupo Carmim.



29/04/2013

CALENDÁRIO DE OFICINAS - Oficinas de Implementação de Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura

 Confira aqui a programação completa:

Mato Grosso (MT) Cuiabá – 13 A 15 de março
Mato Grosso do Sul (MS) Campo Grande – 20 a 22 de março
Roraima (RR) Boa Vista – 26 a 28 de março
Goiás (GO) Goiânia – 03 a 05 de Abril
Amapá (AP) Macapá – 10 a 12 de abril
Tocantis (TO) Palmas – 17 a 19 de abril
Pernanbuco (PE) Recife – 24 a 26 de abril
Rio Grande do Norte (RN)  Natal – 08 A 10 de Maio
Bahia (BA) Salvador – 15 a 17 de maio
Ceará (CE) Fortaleza – 22 a 24 de maio
Maranhão (MA) São Luiz -27 A 29 de maio
Rio de Janeiro/Espírito Santo (RJ) – Rio de Janeiro – 05 a 07 de junho
São Paulo (SP) São Paulo – 12 a 14 de junho
Minas Gerais (MG) Belo Horizonte – 19 a 21 de junho
Rio grande do Sul (RS) Porto Alegre – 26 a 28 de junho
Santa Catarina (SC) Florianópolis – 03 a 05 de julho
Paraná (PR) Curitiba – 10 a 12 de julho

Oficinas de implementação serão realizadas pelo MinC em todas as regiões do Brasil

Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura


O Ministério da Cultura (MinC) realizará Oficinas de Implementação de Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura em todas as regiões do país.  Sob a coordenação da Secretaria de Articulação Institucional (SAI/MinC), os encontros começam nesta quarta-feira, 13 de março, e seguem até o mês de julho, com previsão de capacitação de 569 gestores.
A oficina desta quarta-feira será realizada em Cuiabá, no Mato Grosso, no Deville Cuiabá (Avenida Isaac Póvoas, 1.000), com duração até o dia 15.
Em todo o país serão implementadas 17 oficinas para capacitar os agentes culturais para a implementação de Sistemas de Cultura em estados e municípios.
A partir do Acordo de Cooperação Federativa assinado com o MinC, os entes se comprometem a criar e a estruturar os Sistemas de Cultura e seus componentes (órgão gestor, conselho de política cultural, conferências, comissão intergestores, plano de cultura, sistema de financiamento da cultura, sistema de informações e indicadores culturais, programa de formação na área da cultura e sistemas setoriais).
Confira a programação elaborada para cada região.
Metodologia
Cada oficina apresentará os conceitos, princípios e componentes do Sistema Nacional de Cultura (SNC), por meio de metodologia de palestras e debates com mediação e utilização de exercícios práticos sobre planejamento de atividades para a construção dos sistemas. O material didático referente às oficinas será disponibilizado pelo MinC em apostilas e também em formato digital.
Os encontros terão duração de três dias e as atividades serão ministradas por equipe de servidores da SAI/MinC, em colaboração com as Representações Regionais do Ministério e colaboradores dos governos estaduais e municipais. As oficinas serão analisadas por consultores da Unesco.
Para o diretor de Programas Integrados e Sistema Nacional de Cultura do MinC, Bernardo Novais da Mata Machado, a “inclusão do SNC à Constituição Nacional pede a aceleração da efetiva implementação dos sistemas nacional, estaduais e municipais”. Recentemente, o SNC passou a fazer parte do arcabouço jurídico brasileiro com a promulgação da Emenda Constitucional nº 71/2012.
Até o momento, 23 estados, o Distrito Federal e 1.515 municípios assinaram o Acordo de Cooperação Federativa. Destes, cerca de 800 municípios já cumpriram todas as fases de formalização do acordo iniciando o processo de construção dos seus Sistemas de Cultura.
SNC
O SNC é um modelo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de Cultura, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade civil. Esse novo mecanismo assegura a transparência e o controle social do setor cultural, a partir da implementação de Conselhos de Política Cultural, Conferências de Cultura e outras formas de participação de produtores culturais e da comunidade em geral.

Prêmio Culturas Populares


Período de inscrições foi prorrogado. Interessados poderão se inscrever até 5 de julho
As inscrições para o Prêmio Culturas Populares 2012, que terminariam em abril, foram prorrogadas para até o dia 5 de julho. Aberto em novembro do ano passado, o edital é desenvolvido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). A prorrogação do prazo está disposta na Portaria nº 9, publicada na edição desta segunda-feira, 25, do Diário Oficial da União (seção 1, página 25).
Nesta edição do prêmio, a homenagem é direcionada ao ator, produtor e cineasta Amácio Mazzaropi,   nascido em São Paulo em 9 de abril de 1912.  O concurso selecionará 350 candidatos, incluindo o homenageado. Serão escolhidos Mestres (170 prêmios), Grupos/Comunidades (170 prêmios) e Mestres in memoriam (10 prêmios). O investimento total é de R$ 5 milhões.
O Prêmio tem como objetivo reconhecer a atuação de Mestres e Grupos/Comunidades responsáveis por iniciativas exemplares que envolvam as expressões das culturas populares brasileiras. Também poderão participar projetos que desenvolvam atividades de retomada de práticas populares em processo de esquecimento e difusão das expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem.
As inscrições poderão ser realizadas pela internet, por meio do Sistema SalicWeb, ou por via postal, sendo necessário, em ambos os casos, encaminhar a documentação e anexos exigidos pelo Edital.
Entre na página da SCDC, leia a matéria na íntegra e acesse o Edital e todos os anexos.
(Ascom/MinC)
(Fonte: SCDC/MinC)

Cultura nordestina em debate.


 


Audiência pública vai discutir resgate da cultura nordestina no RN 

A deputada estadual Márcia Maia (PSB-RN) promove no próximo dia 07 de maio, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, às 14 horas, uma audiência pública para tratar do resgate da cultura nordestina através dos festejos juninos no Rio Grande do Norte.

Não apenas no estado, mas em toda a região Nordeste, os festejos juninos acontecem nos meses de junho e julho com festivais de quadrilhas tradicionais, estilizadas e com arraiás de rua, evento que mobiliza os diversos seguimentos da sociedade para uma prática cultural que evidencia os artistas locais e valoriza a cultura popular.
Além dos representantes de grupos juninos da capital e de todas as regiões do estado, representantes de municípios e do Governo do RN também foram convidados para ampliar o debate em favor do incentivo à cultura popular nordestina.
“É necessário que o Governo do Estado apoie essas iniciativas de forma consistente para o fortalecimento da identidade cultural do nosso povo. A continuidade dessas atividades passa por esse apoio e, por isso, queremos trazer esta discussão para a Casa Legislativa a fim de encontrar alternativas com tal propósito”, afirmou a parlamentar pessebista.

Fonte: Blog do Robson Pires.

28/04/2013

Alimento para a alma

Marta Suplicy estima que vale-cultura pode injetar R$ 11 bilhões no mercado cultural
O Vale-Cultura é a primeira política pública governamental a pôr na mão do trabalhador um recurso para o consumo cultural
O povo quer mais do que comida, como diziam os Titãs. O Brasil fez progressos. As classes que ascenderam, além do celular, aparelho nos dentes, tênis novo e filho na faculdade, querem acesso à cultura.
O alimento para a alma é a ocupação do Ministério da Cultura.

Três projetos estruturantes no Legislativo, um projeto de 360 CEUs das Artes e Esportes, a recuperação e digitalização do acervo dos nossos principais museus e da Biblioteca Nacional, o início do Museu Afro Brasileiro, em Brasília, para contar a história do nosso povo e uma articulação para potencializar nosso "soft power" no exterior são as pautas do "alimento".
Na última semana como senadora, fui relatora do Sistema Nacional da Cultura, e o aprovamos. No terceiro mês como ministra, trabalhamos a aprovação do Vale-Cultura (VC), que conquistamos. Agora, na Câmara, o Procultura, substituto --para melhor-- da Lei Rouanet.
O VC é a primeira política pública governamental a pôr na mão do trabalhador um recurso voltado para o consumo cultural.
Silvia é comerciária em Belo Horizonte, Carlos é operário em São Paulo, Joaquim é funcionário dos Correios em Belém, e Ruth, cabeleireira em Maceió. Todos querem ter acesso ao cartão magnético com os R$ 50 do VC. Poderão? Sim, se ganharem até cinco salários mínimos e se suas empresas aderirem.
Estarão habilitadas as empresas que têm lucro real (com desconto de Imposto de Renda até 1%) e as tributadas pelo "lucro presumido". Estas não terão incentivo fiscal, mas não serão tributadas nestes R$ 50, que poderão ser utilizados para adquirir ingressos de cinema, teatro, museus, shows, livros, CDs, DVDs, instrumentos musicais, entre outros produtos culturais.
Essa inclusão permitirá que padarias, cabeleireiros, lojas, pequenas e médias empresas possam entrar. O instigante é que não temos a mais leve ideia de em que ou como o povo vai escolher gastar este dinheiro.
O impacto do VC será para duas pontas: para aqueles que dificilmente têm acesso ao consumo cultural e na produção cultural.
Com a sua aprovação, o programa beneficiará diretamente até 18 milhões de brasileiros e tem potencial de injeção de até R$ 11 bilhões por ano na economia nacional, gerando renda e emprego. Neste primeiro ano, calculamos que serão injetados R$ 300 milhões.
Estamos cientes das dificuldades no Norte e Nordeste. Empresas são menos numerosas e a produção cultural tem menos ofertas. As pesquisas do Ibope e da Fundação Perseu Abramo têm mostrado essa carência de equipamentos culturais. São 89% os municípios com menos de 50 mil habitantes. A maioria deles não tem cinema, muito menos museu ou teatro. Poucos têm livraria.
A partir dessa constatação, o ministério investirá em editais para que circos possam ser aparelhados para apresentar teatro e cinema, para que a nova Lei Rouanet --o Procultura-- dê pontos para isenção fiscal a espetáculos itinerantes e em projetos que privilegiem os locais mais carentes culturalmente.
Temos conversado com prefeitos para incentivarem as livrarias e cinemas de suas cidades assim como para que fortaleçam a produção cultural já existente.
A expansão e o investimento nos Pontos de Cultura (excelente criação de Gilberto Gil que dá condição de trabalho cultural para grupos sem estrutura) também fazem parte desta articulação.
Com apoio da Câmara de Gestão da Presidência, o ministério se moderniza, atua nas suas instituições coligadas --sete, entre elas a Ancine, hoje com a tarefa e os recursos para fazer o cinema brasileiro e o setor audiovisual acontecerem na TV e no mundo. Dilma deixará um legado estruturante, além de uma marca na cultura nacional.
Fonte: Folha de São Paulo