03/05/2013

As Facetas de Hamlet por Patrício Jr.


Um Hamlet canastrão, uma Rainha Louca, um Rei estrategista e uma Ofélia viciada em sexo, são os principais personagens propostos pelo Jovem Escriba Patrício Jr. para contarem a história do príncipe da Dinamarca imortalizado na obra de Willians Shakespeare. Uma adaptação irresponsável (no bom sentido da palavra) chegou às mãos do Grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias para a sua adaptação para a Cena, com o nome de “Hamlet – Um Exercício” o grupo se debruçou sobre a referida dramaturgia. Acostumados com a Direção Coletiva e com os Processos Colaborativos, os Facetas se depararam com um certo conflito: desfragmentaremos o texto ao nosso modo ou seremos textocêntricos?


Foto: Fábio Lima

Ponderamos bem o pouco tempo que tínhamos para a montagem, refletimos que para adentrarmos em um processo colaborativo de construção dramatúrgica, necessitaríamos de um tempo bem maior e com a possível presença do autor em alguns momentos, hajavista a vida ocupada de Patrício Jr. e o pouco tempo que tínhamos, resolvemos ser textocêntricos! Talvez, a primeiro momento tenhamos estranhado um pouco, mas nos adaptamos muito bem e rapidamente. Chegamos a conclusão que o Facetas não perderia sua essência ao tomar esta atitude, a nossa estética, também irresponsável (no bom sentido da palavra) dialogava diretamente com o texto, e sabíamos que a mesma apareceria com muita força no trabalho.
Passada a decisão do textocentrismo, fomos a definição da linha do trabalho. Já há um tempo estamos buscando a investigação com o trabalho do Palhaço Popular e com vontade levar para as ruas de nosso bairro. Então, para casarmos o nosso desejo com a montagem do Jovens Escribas em Cena, procuramos abordar o texto com essa estética do palhaço desbocado e descomprometido com padrões éticos, e que, no fim das contas, acabaram se relacionando muito bem entre si.
Monique Oliveira coordenou os trabalhos de preparação de corpo e de aproximação com o universo do Palhaço. Definimos o espaço Cênico como um Picadeiro em forma de Arena e construído com tatames vermelhos. Passamos por um processo de imersão no texto, apreendendo-o e na prática de sala tentando dar a nossa dinâmica ao mesmo. Enxertamos nossos “cacos” nos momentos em que o texto dava brecha para tal. Suprimimos algumas ações e citações que achamos desnecessárias, e/ou que não se encaixavam no discurso do nosso Grupo. Tentamos ser bem fiéis as rubricas e as indicações de Cenas propostas pelo autor, e fizemos do processo uma grande brincadeira. E este clima de festa perdurou até os momentos antes da apresentação, onde buscamos relações com as outras encenações já apresentadas (do Grupo Clowns de Shakespeare e da Cia Bololô), como o peito nu de Ofélia que foi interpretada por um homem (Omar Sena) e tinha uma relação direta com a Encenação dos Clowns e o resto do Frango Assado deixado na cozinha do Barracão Clowns pela Bololô e que havia sido utilizado em cena no dia anterior pelo mesmo Grupo, referências que foram para a Cena e que lembram as intervenções que os palhaços fazem ao chegar na cidade e incorporam coisas do lugar à dramaturgia do espetáculo. Além de Omar Sena (Ofélia), estiveram em cena Enio Cavalcante (Rei Cláudio), Giovanna Araújo (Rainha) e este que vos escreve e que atende pelo nome de Rodrigo Bico (Hamlet), fizemos o elenco desta encenação ácida, burlesca e sarcástica. E que levantou em nosso Grupo o grande desejo de reapresentá-la em outras ocasiões. Da Direção Coletiva nós não conseguimos escapar.
Fica aqui o agradecimento pelo convite, que reitera uma parceria já duradoura entre Clowns e Facetas e que nos aproximou dessa nova Cia que surge com muita força e responsabilidade que é a Bololô. E também a grande alegria de encenar um texto deste Jovem Escriba, que nos possibilitou um grande desafio e uma importante reflexão a cerca dessa coisa que chamamos de Processo Colaborativo.
Rodrigo Bico
Ator e Diretor do Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias

Solar Teatral com "A Ida ao Teatro"


                          

O Solar Bela Vista, do SESI/RN, estreia esta sexta, 05/04, o Solar Teatral, uma parceria com a Rede Potiguar de Teatro que possibilitará a exibição, a cada primeira sexta-feira do mês, de espetáculos teatrais gratuitos abertos à população.

A estreia se dará com o o espetáculo A ida ao Teatro, uma divertida história de Karl Valentin, adaptada pelo Grupo de Teatro “Facetas, Mutretas e Outras Histórias...”, onde as cobranças mútuas e as frustrações da vida conjugal são colocadas em questionamento, levando o espectador ao riso e a reflexão sobre a teia das relações humanas.

Aproveite mais esse atividade cultural gratuita oferecida pelo SESI/RN. Os espetáculos entram na grade fixa da programação do Solar Bela Vista a partir deste mês de abril. Em maio teremos o Espetáculo "Pobres de Marré" do Grupo Carmim.



29/04/2013

CALENDÁRIO DE OFICINAS - Oficinas de Implementação de Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura

 Confira aqui a programação completa:

Mato Grosso (MT) Cuiabá – 13 A 15 de março
Mato Grosso do Sul (MS) Campo Grande – 20 a 22 de março
Roraima (RR) Boa Vista – 26 a 28 de março
Goiás (GO) Goiânia – 03 a 05 de Abril
Amapá (AP) Macapá – 10 a 12 de abril
Tocantis (TO) Palmas – 17 a 19 de abril
Pernanbuco (PE) Recife – 24 a 26 de abril
Rio Grande do Norte (RN)  Natal – 08 A 10 de Maio
Bahia (BA) Salvador – 15 a 17 de maio
Ceará (CE) Fortaleza – 22 a 24 de maio
Maranhão (MA) São Luiz -27 A 29 de maio
Rio de Janeiro/Espírito Santo (RJ) – Rio de Janeiro – 05 a 07 de junho
São Paulo (SP) São Paulo – 12 a 14 de junho
Minas Gerais (MG) Belo Horizonte – 19 a 21 de junho
Rio grande do Sul (RS) Porto Alegre – 26 a 28 de junho
Santa Catarina (SC) Florianópolis – 03 a 05 de julho
Paraná (PR) Curitiba – 10 a 12 de julho

Oficinas de implementação serão realizadas pelo MinC em todas as regiões do Brasil

Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura


O Ministério da Cultura (MinC) realizará Oficinas de Implementação de Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura em todas as regiões do país.  Sob a coordenação da Secretaria de Articulação Institucional (SAI/MinC), os encontros começam nesta quarta-feira, 13 de março, e seguem até o mês de julho, com previsão de capacitação de 569 gestores.
A oficina desta quarta-feira será realizada em Cuiabá, no Mato Grosso, no Deville Cuiabá (Avenida Isaac Póvoas, 1.000), com duração até o dia 15.
Em todo o país serão implementadas 17 oficinas para capacitar os agentes culturais para a implementação de Sistemas de Cultura em estados e municípios.
A partir do Acordo de Cooperação Federativa assinado com o MinC, os entes se comprometem a criar e a estruturar os Sistemas de Cultura e seus componentes (órgão gestor, conselho de política cultural, conferências, comissão intergestores, plano de cultura, sistema de financiamento da cultura, sistema de informações e indicadores culturais, programa de formação na área da cultura e sistemas setoriais).
Confira a programação elaborada para cada região.
Metodologia
Cada oficina apresentará os conceitos, princípios e componentes do Sistema Nacional de Cultura (SNC), por meio de metodologia de palestras e debates com mediação e utilização de exercícios práticos sobre planejamento de atividades para a construção dos sistemas. O material didático referente às oficinas será disponibilizado pelo MinC em apostilas e também em formato digital.
Os encontros terão duração de três dias e as atividades serão ministradas por equipe de servidores da SAI/MinC, em colaboração com as Representações Regionais do Ministério e colaboradores dos governos estaduais e municipais. As oficinas serão analisadas por consultores da Unesco.
Para o diretor de Programas Integrados e Sistema Nacional de Cultura do MinC, Bernardo Novais da Mata Machado, a “inclusão do SNC à Constituição Nacional pede a aceleração da efetiva implementação dos sistemas nacional, estaduais e municipais”. Recentemente, o SNC passou a fazer parte do arcabouço jurídico brasileiro com a promulgação da Emenda Constitucional nº 71/2012.
Até o momento, 23 estados, o Distrito Federal e 1.515 municípios assinaram o Acordo de Cooperação Federativa. Destes, cerca de 800 municípios já cumpriram todas as fases de formalização do acordo iniciando o processo de construção dos seus Sistemas de Cultura.
SNC
O SNC é um modelo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de Cultura, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade civil. Esse novo mecanismo assegura a transparência e o controle social do setor cultural, a partir da implementação de Conselhos de Política Cultural, Conferências de Cultura e outras formas de participação de produtores culturais e da comunidade em geral.

Prêmio Culturas Populares


Período de inscrições foi prorrogado. Interessados poderão se inscrever até 5 de julho
As inscrições para o Prêmio Culturas Populares 2012, que terminariam em abril, foram prorrogadas para até o dia 5 de julho. Aberto em novembro do ano passado, o edital é desenvolvido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). A prorrogação do prazo está disposta na Portaria nº 9, publicada na edição desta segunda-feira, 25, do Diário Oficial da União (seção 1, página 25).
Nesta edição do prêmio, a homenagem é direcionada ao ator, produtor e cineasta Amácio Mazzaropi,   nascido em São Paulo em 9 de abril de 1912.  O concurso selecionará 350 candidatos, incluindo o homenageado. Serão escolhidos Mestres (170 prêmios), Grupos/Comunidades (170 prêmios) e Mestres in memoriam (10 prêmios). O investimento total é de R$ 5 milhões.
O Prêmio tem como objetivo reconhecer a atuação de Mestres e Grupos/Comunidades responsáveis por iniciativas exemplares que envolvam as expressões das culturas populares brasileiras. Também poderão participar projetos que desenvolvam atividades de retomada de práticas populares em processo de esquecimento e difusão das expressões populares para além dos limites de suas comunidades de origem.
As inscrições poderão ser realizadas pela internet, por meio do Sistema SalicWeb, ou por via postal, sendo necessário, em ambos os casos, encaminhar a documentação e anexos exigidos pelo Edital.
Entre na página da SCDC, leia a matéria na íntegra e acesse o Edital e todos os anexos.
(Ascom/MinC)
(Fonte: SCDC/MinC)

Cultura nordestina em debate.


 


Audiência pública vai discutir resgate da cultura nordestina no RN 

A deputada estadual Márcia Maia (PSB-RN) promove no próximo dia 07 de maio, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, às 14 horas, uma audiência pública para tratar do resgate da cultura nordestina através dos festejos juninos no Rio Grande do Norte.

Não apenas no estado, mas em toda a região Nordeste, os festejos juninos acontecem nos meses de junho e julho com festivais de quadrilhas tradicionais, estilizadas e com arraiás de rua, evento que mobiliza os diversos seguimentos da sociedade para uma prática cultural que evidencia os artistas locais e valoriza a cultura popular.
Além dos representantes de grupos juninos da capital e de todas as regiões do estado, representantes de municípios e do Governo do RN também foram convidados para ampliar o debate em favor do incentivo à cultura popular nordestina.
“É necessário que o Governo do Estado apoie essas iniciativas de forma consistente para o fortalecimento da identidade cultural do nosso povo. A continuidade dessas atividades passa por esse apoio e, por isso, queremos trazer esta discussão para a Casa Legislativa a fim de encontrar alternativas com tal propósito”, afirmou a parlamentar pessebista.

Fonte: Blog do Robson Pires.

28/04/2013

Alimento para a alma

Marta Suplicy estima que vale-cultura pode injetar R$ 11 bilhões no mercado cultural
O Vale-Cultura é a primeira política pública governamental a pôr na mão do trabalhador um recurso para o consumo cultural
O povo quer mais do que comida, como diziam os Titãs. O Brasil fez progressos. As classes que ascenderam, além do celular, aparelho nos dentes, tênis novo e filho na faculdade, querem acesso à cultura.
O alimento para a alma é a ocupação do Ministério da Cultura.

Três projetos estruturantes no Legislativo, um projeto de 360 CEUs das Artes e Esportes, a recuperação e digitalização do acervo dos nossos principais museus e da Biblioteca Nacional, o início do Museu Afro Brasileiro, em Brasília, para contar a história do nosso povo e uma articulação para potencializar nosso "soft power" no exterior são as pautas do "alimento".
Na última semana como senadora, fui relatora do Sistema Nacional da Cultura, e o aprovamos. No terceiro mês como ministra, trabalhamos a aprovação do Vale-Cultura (VC), que conquistamos. Agora, na Câmara, o Procultura, substituto --para melhor-- da Lei Rouanet.
O VC é a primeira política pública governamental a pôr na mão do trabalhador um recurso voltado para o consumo cultural.
Silvia é comerciária em Belo Horizonte, Carlos é operário em São Paulo, Joaquim é funcionário dos Correios em Belém, e Ruth, cabeleireira em Maceió. Todos querem ter acesso ao cartão magnético com os R$ 50 do VC. Poderão? Sim, se ganharem até cinco salários mínimos e se suas empresas aderirem.
Estarão habilitadas as empresas que têm lucro real (com desconto de Imposto de Renda até 1%) e as tributadas pelo "lucro presumido". Estas não terão incentivo fiscal, mas não serão tributadas nestes R$ 50, que poderão ser utilizados para adquirir ingressos de cinema, teatro, museus, shows, livros, CDs, DVDs, instrumentos musicais, entre outros produtos culturais.
Essa inclusão permitirá que padarias, cabeleireiros, lojas, pequenas e médias empresas possam entrar. O instigante é que não temos a mais leve ideia de em que ou como o povo vai escolher gastar este dinheiro.
O impacto do VC será para duas pontas: para aqueles que dificilmente têm acesso ao consumo cultural e na produção cultural.
Com a sua aprovação, o programa beneficiará diretamente até 18 milhões de brasileiros e tem potencial de injeção de até R$ 11 bilhões por ano na economia nacional, gerando renda e emprego. Neste primeiro ano, calculamos que serão injetados R$ 300 milhões.
Estamos cientes das dificuldades no Norte e Nordeste. Empresas são menos numerosas e a produção cultural tem menos ofertas. As pesquisas do Ibope e da Fundação Perseu Abramo têm mostrado essa carência de equipamentos culturais. São 89% os municípios com menos de 50 mil habitantes. A maioria deles não tem cinema, muito menos museu ou teatro. Poucos têm livraria.
A partir dessa constatação, o ministério investirá em editais para que circos possam ser aparelhados para apresentar teatro e cinema, para que a nova Lei Rouanet --o Procultura-- dê pontos para isenção fiscal a espetáculos itinerantes e em projetos que privilegiem os locais mais carentes culturalmente.
Temos conversado com prefeitos para incentivarem as livrarias e cinemas de suas cidades assim como para que fortaleçam a produção cultural já existente.
A expansão e o investimento nos Pontos de Cultura (excelente criação de Gilberto Gil que dá condição de trabalho cultural para grupos sem estrutura) também fazem parte desta articulação.
Com apoio da Câmara de Gestão da Presidência, o ministério se moderniza, atua nas suas instituições coligadas --sete, entre elas a Ancine, hoje com a tarefa e os recursos para fazer o cinema brasileiro e o setor audiovisual acontecerem na TV e no mundo. Dilma deixará um legado estruturante, além de uma marca na cultura nacional.
Fonte: Folha de São Paulo





27/04/2013

Foi Ariano Suassuna quem disse!

O texto abaixo foi copíado descaradamente de um post que está rolando no facebook e que eu concordo plena e totalmente. Lembro-me de uma música do Genival Lacerda,"Ele tá de olho", Lançada há algum tempo atrás e que era uma assinte aos bons costumes. À época, era impensado um repertório "fuleramentoso" tão escroto como o de hoje. Bom, me incomoda muito ver meninas dançando ao som de músics tipo, mulher rolêra, e outra pérolas do FORRUIM cearense, que  junto com seus cantores de única voz e cabelos de cahpinha invadiram a tv e nossas casas. Mas deixemos que o mestre dê sua própia impressão sobre o "movimento muiscal brasileiro"
Rosinaldo Luna
Ariano Suassuna falando do forró atual...

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna
Ariano Suassuna falando do forró atual...

‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

UM BREVE HISTÓRICO DO TEATRO DE BONECOS



Teatro de dedos - Teatro CristãoO teatro de bonecos teve sua origem na mais remota antiguidade.
Acredita-se que os primitivos encantavam-se com suas sombras movendo-se nas paredes, nessa época as mães teriam desenvolvido o TEATRO DE DEDOS, projetando, com as mãos sombras diversas nas paredes para distrair os filhos.
Com o passar do tempo, os homens começaram a modelar bonecos de barro, sem movimentos a princípio. Mais tarde conseguiram articular a cabeça e os membros dos bonecos, para, a seguir fazer representações com eles.
Na Índia, China e Jawa, também eram realizados teatro de bonecos. Os Egípcios ensinavam espetáculos sagrados nos quais
a divindade falava e era representada por uma figura articulada.
Na Grécia antiga os bonecos articulados tinham, além da importância cultural, conotações religiosas. O Império romano assimilou da cultura grega o teatro de bonecos, que rapidamente
se espalhou pela Europa.
Na idade média, os bonecos eram utilizados nas doutrinações religiosas e apresentadas em feiras populares. Houve um período em que os integrantes desses grupos de teatro foram muito
perseguidos porque representavam personagens que faziam críticas as autoridades religiosas.
Na Itália, o boneco mais conhecido foi o MACEUS, que antecedeu o POLICHINELO. Na Turquia havia o KARAGÓZ, na Grécia, as ATALANAS, na Alemanha, o KASPER, na Rússia, o PRETUSKA, em Jawa, o WAYANG, na Espanha, o CRISTÓVAM, na Inglaterra, o PUNCH,
na França, o GUINHOL, no Brasil, o MAMULENGO.

Todos esses bonecos, de poucos recursos técnicos mas com grande possibilidades expressivas, possuem algo em comum: A irreverência, a espontaneidade, a não submissão ao estabelecido, a comicidade e por vezes, a crueldade. Na América os fantoches foram trazidos pelos colonizadores.
MARIONETES - Teatro Cristão Entretanto, os nativos já confeccionavam bonecos articulados, que imitavam movimentos de homens e animais. Depois da primeira guerra, as marionetes foram difundidas pelo mundo introduzidas nas escolas, principalmente na Checoslováquia e nos Estados
Unidos.
No Brasil, os bonecos começaram a ser utilizados em representações no século XVI. No tempo dos vice-reis eram muito apreciados. Foi no nordeste que o teatro de bonecos apareceu com destaque, principalmente em Pernambuco, onde até hoje é tradição. É o teatro MAMULENGO, rico em situações cômicas e satíricas.
A muito tempo grupos vem se esforçando para desenvolver o teatro de bonecos no Brasil, mas só a partir de meados do século passado os resultados começaram a aparecer. Nos últimos anos, o teatro de bonecos tomou grande impulso em nosso País, com o aperfeiçoamento da atuação dos grupos. Esses grupos além de apresentarem seus trabalhos, desenvolve oficinas do gênero e festivais de teatro de animação, tendo como apoio e reconhecimento como forma de cultura e arte por parte da secretarias de cultura e cooperativas de teatro.
FONTE: TEATRO CRISTÃO

MANIPULAÇÃO DE FANTOCHES


FANTOCHES - Teatro Cristão O boneco é um objeto inanimado até que o manipulador lhe dá vida. Essa vida é expressa pelo modo como o manipulador manipula o seu boneco. Essa é a maneira a se considerar em dar
vida a um boneco.

Para primeiro dominar a técnica de manipulação de bonecos, é necessário que o ator conheça os movimento de suas mãos antes de começar a trabalhar com o boneco em si. Conhecer o movimento de cada dedo, movimentar o pulso e criar ritmos em cada movimento. Feito isso o ator-manipulador estará adquirindo percepção e domínio do movimento das mãos, educando-as para adquirir o máximo de sincronismo e naturalidade quando estiver interpretando com o fantoche.

Podemos observar que as nossas mãos estão em constante movimento ( Juntamente com os braços e o corpo ), com elas também nos comunicamos através de gestos, ora demonstrando algo, ora expressando um sentimento. Antes de começarmos a trabalhar a parte da manipulação, vamos primeiro trabalhar o corpo e a voz, conhecer a postura correta de se manipular um boneco.
Para isso começaremos com exercícios básicos de aquecimento físico, alongamento e relaxamento para o corpo e braços.
1. Mantenha-se em pé, coluna reta com os braços paralelo ao corpo.
2. Respire e solte o ar por duas vezes.
3. Passe o braço direito por cima da cabeça e segure o rosto do lado esquerdo e puxe inclinando a cabeça para o direito. Faça o mesmo procedimento com o braço esquerdo passando-o por cima da cabeça e segure o rosto do lado direito e puxe inclinando a
cabeça para a esquerda.
4. Movimente a cabeça para cima e para baixo, para os lados.
5. Relaxe a cabeça e agora gire os ombros 8 vezes para frente e para trás.
6. Relaxe os ombros e agora gire os braços oito vezes para frente e para trás.
7. Estique os braços para frente alongando-os e solte relaxando, repita quatro vezes.
8. Coloque os braços ao lado do corpo e apertando-os ao sovaco, tente fazer o movimento como se tivesse batendo asas, mas somente do cotovelo até as mãos, faça com rapidez e depois solte e relaxe, repita por quatro vezes.
9. Inspire e expire. Agora respire ofegante e lentamente usando sempre o diafragma.
10. Faça um aquecimento de coluna.
Primeiro desça a cabeça; depois o peito ; barriga ; cintura; quadris; coxa; enrolando o corpo até o chão. Permaneça por um momento, conte até cinco vá desenrolando o corpo subindo por último a cabeça. Repita o movimento por três vezes.
11- Trabalhe os pés. Fazendo movimento para cima e para baixo. Agora faça movimento em círculo por cinco vezes, para dentro e para fora. Faça o mesmo exercício só que agora com os joelhos.
12- Respire e repita o exercício 9.
13- Estique os braços para frente com as mãos abertas como se fosse um sinal de pare.

Fonte: Teatro Cristão.

Os Perigos de Vitória


O espetáculo infantil volta ao palco da Casa da Ribeira. A peça conta a história de uma menina que descobre, um dia antes do seu 12º aniversário, que os pais fizeram uma negociata na sua infância e a prometeram à Tirana Drago para ser escrava numa mina de ouro. Desesperada, Vitória inicia uma jornada para enfrentar a Tirana e evitar que seja mais uma escrava dessa mina. No caminho, ela se depara com obstáculos e guardiões. Coisas terríveis e maravilhosas acontecem nos caminhos escolhidos por Vitória.
sampleO elenco é formado pelos atores Hugo Ferreira, Glacyane Azevedo, Jociel Luis, Luana Vencerlau e Marina Chuva, selecionados por meio do edital Cena Aberta Formação. Ao longo de quatro meses, eles foram conduzidos por uma equipe de profissionais reconhecidos na área teatral da cidade, responsáveis por criar e desenvolver, através de processo colaborativo, um espetáculo de teatro para crianças.
FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Henrique Fontes
Assistente de Direção: Quitéria Kelly
Dramaturgia: Clotilde Tavares
Cenário, figurino e desenho de luz: João Marcelino
Aderecista: André Ferreira
Trilha Original: Luiz Gadelha
Preparadora vocal: Heliana Pinheiro
Preparadora corporal e direção de movimento: Ana Cláudia Viana



MOSTRA JÚNIOR DALBERTO DE MONÓLOGOS PROMETE SACUDIR A CENA DE NATAL.

Idealizado por alunos do curso Superior em Produção Cultural, disciplina ministrada pelo professor Ytalo Pinto, do IFRN Centro Histó...