17/06/2011

Romance do boi da Mão de Pau


 

Romance do boi da Mão de Pau

Fabião das Queimadas (Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha) 1848-1928. Rio Grande do Norte.

Vou puxar pelo juízo
Para saber-se quem sou
Prumode saber-se dum caso
Tal qual ele se passou
Que é o boi liso vermelho
O Mão de Pau corredor

Desde em cima, no sertão
Até dentro da capitá
Do norte até o sul
Do mundo todo em gerá
Em adjunto de gente
Só se fala em Mão de Pau

Pois sendo eu um boi manso
Logrei a fama de brabo
Dava alguma corridinha
Por me ver aperiado
Com chocalho no pescoço
E além disto algemado...

Foi-se espalhando a notícia
Mão de Pau é valentão
tendo eu enchocalhado
Com as algemas nas mão
Mas nada posso dizer
Que preso não tem razão

Sei que não tenho razão
Mas sempre quero falá
Porque alé d'eu estar preso
Querem me assassinar...
Vossa mercês não ignorem
A defesa é naturá

Veio cavalos de fama
Pra correr ao Mão de Pau
Todos ficaram comido
De espora e bacalhau...
Desde eu bezerro novo
Que tenho meu gênio mau

Na serra de Joana Gomes
Fui eu nascido e criado
Vi-me morrer lá pro Salgado
Daí em vante os vaqueiro
Me trouveram atropelado...

Me traquejaram na sombra
Traquejavam na comida
Me traquejavam nos campo
Traquejavam na bebida
Só Deus terá dó de mim
Triste é a minha vida

Tudo quanto foi vaqueiro
Tudo me aperriou
Abaido de Deus eu tinha
Fabião a meu favor
Meu nego, chicota os bicho
Aqueles pabuladô

Pegaram a me aperiar
Fazendo brabo estrupiço
Fabião na casa dele
Esmiuçando por isso
Mode no fim da batalha
Pude fazê o serviço

Tando eu numa maiada
Numa hora d'amei-dia
Que quando me vi chegá
Três vaqueiro de enxurria
Onde seu José Joaquim
Este me vinha na guia

Chegou-me ali de repente
O cavalo Ouro Preto
E num instante pegou-me
Num lugá até estreito
Se os outro tiveram fama
Deles não vi proveito

Ali fui enchocalhado
Com as algemas na mão
Butado por Chico Luca
E o Raimundo Girão
E o Joaquim Siliveste
Mandado por meu patrão

Aí eu me levantei
Saí até choteando
Porque eu tava peiado
Eles ficaram mangando
Quando foi daí a pouco
Andava tudo aboiando...

Me caçaram toda a tarde
E não me puderam achar
Quando foi ao pôr-do-sol
Pegaram a se consultar
Na chegada de casa
Que história iam contar

Quando foi no outro dia
Se ajuntaram muita gente
— Só pra dar desprezo ao dono
Vamos beber aguardente
Pegaram a se consultar
Uns atrás, outro agüente

Procurei meu pasto veio
A serra de Joana Gome
Não venho mais no Salgado
Nem que eu morra de fome
Pru que lá aperriou-me
Tudo o que foi de home

Prefiro morrer de sede
Não venho mais no Salgado
No tempo que tive lá
Vivi muito aperriado
Eu não era criminoso
Porém saí algemado

Me caçaram muito tempo
Ficaram desenganado
E eu agora de-meu
Lá na serra descansado
Acabo de muito tempo
Vi-me muito agoniado

Quando foi com quatro mês
Um droga dum caçadô
Andando lá pulos matos
Lá na serra me avistou
Correu depressa pra casa
Dando parte a meu sinhô

Foi dizê a meu sinhô
— Eu vi Mão de Pau na serra
Daí em diante os vaqueiro
Pegaro a mi fazê guerra
Eu não sei que hei de fazê
Para vivê nesta terra

Veio logo o Vasconcelos
No cavalo Zabelinha
Veio disposto a pegar-me
Pra ver a fama qu'eu tinha
Mas não deu pra eu buli
Na panela das meizinha

Sei que tô enchocalhado
Com as argema na mão
Mas esses cavalo mago
Enfio dez num cordão
Mato cem duma carreira
Deixo estirado no chão

Quando foi no outro dia
Veio Antônio Serafim
Meu sinhô Chico Rodrigue
Isto tudo contra mim
Vinha mais muito vaqueiro
Só pro mode dá-me fim

Também vinha nesse dia
Sinhô Raimundo Xexéu
Este passava por mim
Nem me tirava o chapéu
Estava correndo à toa
Deixei-o indo aos boléus

Foram pro mato dizendo
O Mão de Pau vai a peia
Se ocuparo neste dia
Só em comê mé-de-abeia
Chegaro em casa de tarde
Vinham de barriga cheia

Neste dia lá no mato
Ao tirá duma "amarela"
Ajuntaram-se eles todo
Quase que brigam mor-dela
Ficaram todos breados
Oios, pestana e capela

Quem vinhé a mim percure
Um cavalo com sustança
Ind'eu correndo oito dia
As canela não me cansa
Só temo a cavalo gordo
E vaqueiro de fiança

Eu temia ao Cubiçado
De Antônio Serafim
Pra minha felicidade
Este morreu, levou fim
Fiquei temendo o Castanho
Do sinhô José Joaquim

Mas peço ao José Joaquim
Se ele vier no Castanho
Vigi não faça remô
Qu'eu pra corrê não me acanho
Nem quero atrás de mim
De fora vaqueiro estranho

Logo obraram muito mal
Em correr pro Trairi
Buscar vaqueiro de fora
Pra comigo divirti
Tendo eu mais arreceio
Dos cabras do Potengi

Veio Antônio Rodrigues
Veio Antônio Serafim
Miguel e Gino Viana
Tudo isto contra mim
Ajuntou-se a tropa toda
Na casa do José Joaquim

Meu sinhô Chico Rodrigues
É quem mais me aperriava
Além de vir muita gente
Inda mais gente ajuntava
Vinha em cavalos bons
Só pra vê se me pegava

Vinha dois cavalos de fama
Gato Preto e o Macaco
E os donos em cima deles
Papulando no meu resto
Tive pena não nos vê
Numa ponta de carrasco

Ao sinhô Francisco Dias
Vaqueiro do coroné
Jurou-me muito pega-me
No seu cavalo Baé
Porém que temia a morte
S'alembrava da muié

Vaqueiro do Potengi
De lá inda veio um
Um bicho escavacadô
Chamado José Pinun
Vinha pra me comê vivo
Porém vortô em jijum

Veio até do Olho d'Água
Um tal Antônio Mateu
Num cavalo bom que tinha
Também pra corrê a eu
Cuide de sua famia
Vá se recomendá a Deus

Veio até sinhô Sabino
Lá da Maiada Redonda
É bicho que fala grosso
Quando grita, a serra estronda
Conheça que o Mão de Pau
Com careta não se assombra

Dois fio de Januaro
Bernardo e Maximiano
Correram atrás de mim
Mas tirei-os do engano
Veja lá que Mão de Pau
Pra corrê é boi tirano

Bernardo por sê mais moço
Era mais impertinente
Foi quem mais me perseguiu
Mas enganei-o sempre
Quem vier ao Mão de Pau
Se não morrer, cai doente

Cabra que vier a mim
Traga a vida na garupa
Se não eu faço com ele
O que fiz com Chico Luca
Enquanto ele fô vivo
Nunca mais a boi insulta

Sinhô Antônio Rodrigue
Mas seu Gino Viana
Vocês tão em terra aleia
Apois vigie como anda
Se não souberam dançá
Não se metessem no samba

Vaqueiro do Trairi
Diz. Aqui não dá recado
Se ele dé argum dia santo
Todos ele são tirado
Deix'isso pr'Antonho Ansermo
Que este corre aprumado

Quando vi Antonho Anselmo
No cavalo Maravia
Fui tratando de corrê
Mas sabendo que morria
Saiu de casa disposto
Se despidiu da famia

Vou embora desta terra
Pru que conheci vaqueiro
E vou de muda pros Brejo
Mode dá carne aos brejeiro
Do meu dono bem contente
Que embolsou bom dinheiro

Adeus, lagoa dos Veio
E lagoa do Jucá
E serra da Joana Gome
E riacho do Juá
Adeus, até outro dia
Nunca mais virei por cá

Adeus, cacimba do Salgado
E poço do Caldeirão
Adeus, lagoa da Peda
E serra do Boqueirão
Diga adeus que vai embora
O boi d'argema na mão

Já morreu, já se acabou
Está fechada a questão
Foi s'embora desta terra
O dito boi valentão
Pra corrê só Mão de Pau
Pra verso só Fabião!

(Em Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros e cantadores. sl, Ediouro, sd, p.89-93)

Artista


Se eu nascese novamente e tivese o poder de escolha nasceria artista.
Novamente mau entendido!
Novamente mau interpretado!
Mais uma vez duro!
Mais uma vez imaturo!
Outra vez desacreditado!
Porém, totalmente feliz!

Mas se eu nascese outra vez
e outra vez nascese artista,
faria tudo igual.
Novamente.
Pois o artista necesita apenas do ar
De um pouco do oceano e da brisa da tarde para lubrificar suas asas facilitando o vôo.
Alimento de sua alma.

Se mais uma vez nascese,
e nascesse artista, em tudo faria igual.
Deixaria de fora apenas as dores do carnaval.

Rosinaldo Luna

12/06/2011

O turismo do "não" do presidente da FUNARTE (pago por nós, claro!)

Todos voces sabem que esse blog não é nem pretende ser politicamente correto, ecologicamente correto, nem nenhum desses modelos de nomenclaturas ultimamante impostas pela mídia. Aqui me dou o direito de postar coisas que ache interessante e que tenham fundamento, sem pretenções políticas ou pessoais. Mas se quiser, postarei elogios rasgados a quem faz arte ou outros talentos bem.
Bom, porque estou falando isso? Não sei! Mas dentre algunms blogs que sigo tem o blog que a Illana Felix escreve e dois textos me chamaram a atenção. Tomo a liberdade de aqui posta-los para todos vocês vêem como a cultura está sendo tratada nesse país. Pasmem e "chupem essa manga".

"O texto abaixo recebi na lista do Forum Potiguar Cultural, repassado por Henrique Fontes. Acho que merece divulgação, porque se for verdade que iremos pagar pelo turismo do Sr. Antônio Grassi que pelo menos ele saiba que Natal não será o seu destino mais agradável. Até porque em época de borboletas, a Cidade do Sol não é mais a mesma. Vale a leitura".




O turismo do "não" do presidente da FUNARTE (pago por nós, claro!)

Olá companheiros,

Estive hoje na Funarte São Paulo, pois houve ampla convocação afirmando que o presidente dessa instituição, Antônio Grassi, iria falar com a categoria teatral. Pela manhã foi com o pessoal do circo.Inicialmente estranhei a divisão por área, mas como sei que cada um tem suas demandas, parecia interessante. Mas após a reunião, penso que é estratégico, pois se trata "individualmente" e assim enfraquece as reivindicações coletivas.Por que digo isso?


Ao chegar, vi alguns gatos pingados, a sala que é pequena, não conseguiu se quer ter metade cheia (e dessa metade uma boa parte era composta pelos puxa sacos de plantões, que adoram autoridades e os funcionários da própria funarte), uma clara alusão de que não se acredita mais nos discursos dos empossados, pois muitos não se deram ao trabalho de comparecer.Iniciado a reunião as 15:30h, o senhor Grassi afirmou que apesar das câmaras setoriais, dos conselhos, de todos os canais de diálogo, estes não são suficientes, por isso está começando a se reunir com as categorias e começou por São Paulo.


Depois percebi que isso queria dizer o seguinte: é preciso fingir que estou dialogando com os artistas, porque a Funarte não tem projeto e pior, NÃO TEM DINHEIRO.Editais para esse ano? Esqueçam. Encaminhamento de uma política séria? Esqueçam.O orçamento do ano para a Funarte era de 120 milhões, com o contigenciamento (palavra e ação criada para dizer: não tem dinheiro para os pobres, apenas para os banqueiros - pois como sabem, a economia é para pagar juros ou socorrer os grandes empresários), enfim, com o contigenciamento restou 60 milhões. Como esse é um governo de continuidade, palavras do senhor Grassi, é preciso honrar o edital do procultura lançado o ano passado e que, estrategicamente, foi prorrogado até 10 de janeiro desse ano (ainda que muitos já tenham até estreiado os espetáculos, como foi relatado na plenária).


Enfim, vão pagar esse edital que custará 58 milhões. Façam as contas e verão quanto restará. Como lançaram editais de ocupação das salas e vinte e poucas oficinas de teatro (atenderá todo o país?), mais vinte e poucas de circo, de dança... foi-se o restante do dinheiro.Querem mais dinheiro? É preciso lutar ao lado da Funarte junto ao ministério do planejamento e da fazenda para que eles descontigenciem a nossa grande bolada! Seria cômico se não fosse trágico.


Grita: Ah mas o Mirian Muniz, que foi uma luta sua no passado, Grassi... nos diga quando será lançado?Grassi: Não será!


Outros editais como Artes Cênicas de Rua, coisa sem importância, se quer foi mencionado. (E eu confesso que não tive a menor vontade de pegar o microfone para lançar essa pergunta, pois tudo parecia tão estranho, parecia filme de Tim Burton - aliás, o cineasta é bom, o clima lá era péssimo!)


E o Prêmio Teatro Brasileiro?
É com o Congresso!


Era e é um diálogo de surdos! Falamos, revindicamos e a galera do governo finge que nos escuta. E depois dá-lhe retórica: "mas estamos dialogando, não seria pior um governo autoritário?"Preparem-se! Agora o senhor Grassi e sua equipe irá viajar pelo Brasil, tudo bancado com o nosso dinheiro, para que ele dialogue com os artistas de circo, da dança, e do teatro. Mesmo sabendo que não tem dinheiro para nada e nem tem projeto. Mas é preciso demonstrar como são DEMOCRÁTICOS.Isso me lembra um poema de Manuel Bandeira, no qual ele descreve a renúncia de Jânio Quadros e em seguida vai viajar pela Europa, finalizando com: "E os pobres que se danem!"


Companheiros, a dependermos desse governo, o teatro de grupo se extinguirá! Anunciem aos quatro ventos: TEATRO DE GRUPO. PERIGO DE EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA!Mas eu sou uma voz pessimista. Havia outros companheiros, Danilo e Renata, quem sabe eles não tem notícias melhores? Pois eu se quer aguentei até o final, sai meia hora antes dos abraços e dos apertos de mãos cordiais.


Há braços
Pernas
E atiradeiras!


Para aonde vão 227 milhões do MinC?

O maior choro da Ana de Hollanda, desde o começo do ano, era que o orçamento do MinC tinha sido cortado drasticamente e restado apenas 60 milhões de reais. E o que é esse aporte orçamentário de 227 milhões que nunca foi falado na história deste país?


DECRETO DE 9 DE JUNHO DE 2011
Transfere dotações orçamentárias constantes do Orçamento Fiscal da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para o Ministério da Cultura, no valor de R$ 227.000.000,00.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista a autorização contida no art. 66 da Lei n. 12.309, de 9 de agosto de 2010,
D E C R E T A :
Art. 1. Ficam transferidas, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para o Ministério da Cultura, dotações orçamentárias constantes do Orçamento Fiscal da União (Lei no. 12.381, de 9 de fevereiro de 2011), no valor de R$ 227.000.000,00 (duzentos e vinte e sete milhões de reais), de acordo com os Anexos I e II deste Decreto.
Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de junho de 2011; 190da Independência e 123o da República.
DILMA ROUSSEFF
Miriam Belchior

Publicado aqui


Atualização 1:

Recebo informação agora de Henrique Fontes, de uma fonte segura, que esse remanejamento é para fazer face aos investimentos do PAC. Nossa, então agora fiquei mais transtornada ainda.

Quem não ouviu falar das lindas PRAÇAS DO PAC, que serão construídas pelo Governo Federal e entregue aos Municípios contemplados por edital para instalação de espaços culturais em áreas com IDH baixo?

A intenção é ótima. A prática é PÉSSIMA. Alguém conhece a historinha de um Governo Estadual que saiu construindo dezenas de Casas de Cultura e repassando suas administrações para governos municipais? Aonde foi terminar essa história? Casas de Cultura fechadas, mofadas e abandonadas em grande maioria. As exceções são as que estão funcionando até agora, ainda que com parca atividade cultural.

O município de Natal mantém, desde o início dessa gestão, três espaços culturais inativos: o Teatro Sandoval Wanderley, o Espaço Jesiel Figueiredo e o Memorial Natal. Sabem quantos servidores efetivos existem para esses espaços? NENHUM.

A prefeitura não consegue manter pessoal (estou falando de porteiro e zelador, não estou falando de bibliotecária porque seria luxo demais), água, luz, telefone dos espaços que tem, aí agora, por causa dessa Praça do PAC no bairro de Nossa Senhora da Apresentação virão anjos tocando arpas e anjas dançando ballet para serem a programação cultural do lugar? Porque verba para manter programação cultural nesse PACzinho NÃO TEM. Se alguém disser o contrário, é história da Carochinha. É um novo elefantinho branco que eu e você iremos trabalhar muito, pagar muito imposto, para construir e ver mofar. Quer ver?


Atualização 2:
A única biblioteca municipal de Natal, a Esmerado Siqueira, até hoje não tem um(a) bibliotecário(a) concursado como prevê a norma que rege a profissão em questão.

Transcritdo POPORRI de Illana Felix

07/06/2011

Amor



Me perguntaram
Como posso amar amigos
que nunca vi, e nem conheço...
Eu respondi:
- Nunca vi Deus, mas sinto Ele
dentro do meu coração.

06/06/2011

Jóias Da Música (Vol 7) - Wagner - Abertura E Morte De Amor De Tristão E Isolda.mp3 - 4shared.com - online file sharing and storage - download - Jóias Da Música (Vol 7) - Wagner - Abertura E Morte De Amor De Tristão E Isolda.mp3

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05/06/2011

Diálogos com o teatro popular no Nordeste



Diálogos com o teatro popular no Nordeste





por Joana Abreu Oliveira

Mestranda em Arte na UnB, atriz e arte-educadora





CAMAROTTI, Marco. Resistência e voz: o teatro do povo do Nordeste. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2001. 313 p.

Embora seja possível encontrar uma profusão de manifestações folclóricas no Brasil e especialmente no Nordeste do país, poucos são os estudos aprofundados a esse respeito. É, entre outras coisas, com o intuito de diminuir tal lacuna no que toca ao Teatro Folclórico Nordestino, que o professor, ator e encenador pernambucano Marco Camarotti apresenta suas investigações no livro Resistência e voz: o teatro do povo do Nordeste. Tais investigações giram em torno da origem, das características e do sentido contemporâneo de quatro formas de teatro folclórico representadas no Nordeste do país: o Bumba-meu-boi, a Chegança, o Pastoril e o Mamulengo. Tais formas foram escolhidas por serem, em sua opinião, as que apresentam estrutura dramática mais claramente definida.

A hipótese do autor é que tais manifestações são não apenas restos dos rituais religiosos pré-históricos, como apontam algumas correntes de estudo, mas expressão de relações sociais e políticas. Tal hipótese faz com que Camarotti busque o diálogo com disciplinas como a Antropologia Social e a Sociologia da Arte, a fim de construir uma metodologia adequada para desenvolver suas reflexões e chegar a algumas conclusões. Com o intuito de fundamentar as idéias expostas, na primeira parte do livro, o leitor tem a possibilidade de entrar em contato com informações bem completas a respeito das conexões entre teatro, ritual e teatro folclórico.

A habilidade em tecer relações e diálogos entre autores e correntes de pensamento preocupados com o objeto em questão é um dos méritos do livro que traz ainda um cuidadoso levantamento do histórico e dos símbolos envolvidos em cada uma das quatro formas teatrais escolhidas. Em relação a essa reunião de símbolos, é possível que a obra seja uma das referências mais completas da atualidade, especialmente por trazer a contribuição de questionar a situação de muitos desses símbolos em nossa contemporaneidade. Referência tão abrangente e cuidadosa talvez deixe o leitor desejoso de que alguns símbolos citados fossem mais profundamente explorados.

É importante ressaltar que essa abrangência da pesquisa dá-se em relação à maneira como tais manifestações são realizadas em Pernambuco. Embora o autor cite, entre outros, exemplos do Bumba-meu-boi do Maranhão ou da Chegança da Paraíba, esses surgem apenas no sentido de possibilitar uma visão mais clara da maneira como o folguedo se manifesta em Pernambuco. Isso é bastante compreensível se pensarmos que seria necessário outro estudo, talvez do mesmo porte, para abarcar as especificidades das manifestações em cada um dos outros Estados em que ainda existem, e, certamente, não era essa a intenção do autor.

Para os estudiosos do assunto, o volume apresenta bibliografia bastante completa. Com grande parte dos autores citados, tais como Augusto Boal, Mário de Andrade, Metín And, Câmara Cascudo, Oswald Barroso, Hermilo Borba Filho, Ascenso Ferreira, Peter Burke, Fernando Augusto Gonçalves Santos, o diálogo do texto é bastante preciso, apoiando-se em muito do que já foi dito anteriormente e alçando assim saltos que vão um pouco além. Um arcabouço tão consistente de referências, contudo, faz-nos sentir falta, em alguns momentos, de conexões mais abrangentes com obras como a de Mikhail Bakhtin. Embora citado, talvez esse autor pudesse contribuir mais, principalmente se pensarmos na opção de Marco Camarotti de ressaltar e iluminar o caráter do folguedo como "um potente canal de comunicação" (p. 174) para as comunidades, bem como elemento de expressão da voz desses grupos sociais. Tal contribuição poderia estender-se também para outra característica do folguedo explorada: o cômico, o grotesco e o obsceno como instrumento de crítica e compreensão da realidade.

Para os estudos da performance, as contribuições de Resistência e voz: o teatro do povo do Nordeste são consideráveis, já que explicita diversos elementos presentes no Teatro Folclórico do Nordeste que são fundamentais para qualquer teatro, mostrando, embora não explicitamente, que o Teatro Folclórico pode ser uma referência nos processos de estudo e formação para o teatro brasileiro em geral. Entre esses elementos estão o uso da improvisação e a ampla participação dos espectadores.

Os fatores do contexto social e histórico presentes nos quatro folguedos explorados são bem ressaltados. Isso se explicita, por exemplo, na reflexão sobre "noções como 'autenticidade', 'identidade' e 'raízes'" que, para Camarotti, "são idéias típicas de culturas pós-coloniais que necessitam elaborar sinais que possam reafirmar e enfatizar suas novas condições de nações independentes" (p. 69). Comentário similar é tecido quando se trata das relações de classes, presentes na luta entre opressor e oprimido que se revela nos enredos do teatro de mamulengo ou, mais sub-repticiamente, na sugestão de que os conflitos entre mouros e cristãos presentes nas encenações seriam, atualmente, menos um símbolo da luta religiosa e mais o reflexo das lutas sociais. Essas mesmas lutas sociais poderiam estar fortemente relacionadas com a histórica repressão aos folguedos, sendo os espetáculos do Teatro Folclórico do Nordeste vistos "como uma espécie de ameaça por aqueles que não estão interessados na tomada de consciência do povo e no seu conseqüente fortalecimento como uma massa dotada de voz e vontade próprias" (p. 154). Essa visão ameaçadora deve-se ao fato do teatro, embora não mais carregado da função religiosa propriamente dita, ser uma experiência mágica, de transformação, que reforça a cosmologia coletiva "ajudando as pessoas não só a tomarem consciência da estrutura social e de sua posição dentro dela, mas também a reagirem adequadamente diante de cada situação em particular" (p. 174).

Outro elemento do contexto social ressaltado é a reduzida participação das mulheres na maioria dos folguedos ao longo da história. Possíveis explicações oferecidas por diferentes pesquisadores são mencionadas para justificar tal situação, além de ser citado o fato de, na atualidade, tal realidade estar se modificando bastante. Entretanto, ainda que as mulheres sejam mencionadas várias vezes, fica a impressão de uma visão masculina das mesmas. Falta dar voz a essa figura feminina, não só no próprio folguedo, mas também nas pesquisas.

Na prosa bem construída do livro de Camarotti, trazer à tona tantos elementos do contexto social tem objetivo muito claro. Toda a reflexão do autor se conduz para um fim de estabelecimento de relações entre o Teatro Folclórico do Nordeste e seu Contexto Social para, a seguir, aproximar-se da noção de Drama Social. A fim de empreender essa tarefa, é elaborada uma metodologia específica, apoiada em autores como Mary Douglas, Basil Bernstein, Elaine Turner, Richard Schechner, Victor Turner e Carlo Ginzburg. Assim, Marco Camarotti parte da dinâmica na relação entre indivíduo e sociedade para investigar de que maneira tal dinâmica atua na manutenção e na renovação da cosmologia de cada grupo social, entendendo ainda que é justamente nessa dinâmica de tensões entre o universo do sujeito e o do grupo social que é conferido o significado à pessoa e às suas ações.

Camarotti procura conectar tais idéias à proposição sociolingüística de Bernstein, que afirma que as formas sociais irão atuar no discurso do indivíduo, o qual, por sua vez, acabará por reorganizar essas próprias práticas sociais. Contribui ainda para tal metodologia a visão de Turner, que sublinha o caráter dinâmico e sempre em construção das estruturas sociais, bem como seu conceito de Drama Social como unidade de um processo social desarmônico suscitado em situação de conflito.

A partir de todas essas ferramentas, o autor explicita o forte papel social de tais manifestações e o poder de comunicação de seus símbolos, inferindo, conseqüentemente, que há poucas possibilidades de que tal teatro deixe de existir, mas sim que permaneça e se renove, se adapte, se transforme. Embora a proposta seja bastante interessante e ainda que as ferramentas utilizadas tenham consistência, talvez valesse a pena debruçar-se mais lentamente sobre cada uma delas, bem como sobre as relações estabelecidas entre as mesmas. O próprio autor menciona, na introdução, o fato de o estabelecimento de uma metodologia consistente não ter sido plenamente atingido.

Finalmente, talvez fosse uma contribuição valiosa para o material reunido se pudéssemos nos deparar mais vezes com as vozes dos próprios artistas do Teatro Folclórico a respeito de seu fazer. Passagens como aquela em que Camarotti cita o Capitão Antonio Pereira dizendo que "sem dúvida, esse bumba-meu-boi parece ser uma coisa que ajuda a humanidade inteira" dão um brilho especial à proposta.

Por outro lado, Marco Camarotti alcança com destreza a meta central de fazer um levantamento bastante completo e significativo de informações sobre a situação das quatro formas de Teatro Folclórico escolhidas. Num texto prazeroso e pleno de dados e informações consistentes, o autor não se limita a registrar tamanha riqueza de nossa tradição oral, mas possibilita ao leitor a profunda reflexão sobre o papel que as formas de Teatro Folclórico ocupam e podem vir a ocupar no Nordeste e no mundo.


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Ah!
Mas se um dia eu chegar muito estranho
Deixa essa água no corpo molhar nosso banho!



Hum!
Mas se um dia eu chegar muito louco
Deixa essa noite saber queo um dia foi pouco!

Dalto.

04/06/2011

Assim

A menina flor



A Cia. Cenica Ventura estreia dia19  de junho ás 19:00h no auditório da escola Augusto Severo,em Parnamirim o espetáculo A MENIA FLOR. Um excelente programa para nós que moramos na cidade e somos carentes de bons espetáculos.




A Menina Flor
A fabulosa história da menina que tinha o nome de flor, que desde pequena aprendeu a amar e respeitar a natureza. Uma menina encantadora que fez em sua história, grandes amizades com animais e plantas, com a missão de ajudar a preservar e cuidar do meio ambiente.
Ouvir com o coração: esse é o incrível dom que ela possuía. Sabia que a partir deste dom, podia contribuir com um mundo melhor, um mundo vivo e verde.
Nesta saga, a menina Flor conhece vários animais e plantas ambientados na Caatinga nordestina: o senhor Coruja - sábio e conselheiro; a dona Garça sertaneja - sempre preocupada em colocar seus ovinhos em um lugar seguro; o sapo Sebastião - um vendedor de picolé que foi transformado em sapo e espera algo que desfaça o feitiço; e o cacto Coroa de Frade - uma espécie de planta em extinção que luta por melhores dias. Em suas andanças, a menina conhece ainda o incrível planeta dos QUENS, um planeta inteiro dentro de uma flor que luta por sua sobrevivência.
Por outro lado, temos a vilã: A bruxa Teka, uma madame que representa a ganância e o desenvolvimento não sustentável, destruindo matas e floretas, prejudicando a vida e o equilíbrio natural. A bruxa é auxiliada por dois capangas capachos de plástico: Tico e Teco, ambos fazem tudo que ela manda.
A menina flor com seu dom de ouvir a maravilha da natureza, também ganha um aliado, um Roqueiro chamado Fred. Juntos, eles defendem que se todos colaborarem o planeta Terra será salvo.

Ficha técnica:
Direção, texto e concepção geral: Lindemberg Farias.
Ass. direção: Taunay Thabata.
Direção musical: Caio Padilha.
Preparação Vocal: Agamedes Rodrigues.
Figurinos: Lindemberg Farias e Manoel Evaristo.
Maquiagem: Alex Dant.
Assessoria de comunicação: Valmir Júnior.
Consultoria ambiental: Alan Roque.
Produção: Raquel Rocha.
Contra-regras: Márcio Bento e César Ferrari.
Oficinas em técnicas de Clowns e Máscaras : Cid França.
Costureira: Lela.
Artes gráficas: Brunno Martins
Elenco: Artêmio Monteiro, Edo Sadistic, Kathleen Louise, Lindemberg Farias, Manoel Evaristo, Márcio Bento, Pc Salles e Taunay Thabata.

Faixa etária: livre.
Gênero: Infanto-juvenil.
Duração: 50 minutos.
INGRESSOS:  R$ 5,00

Contatos: (84) 8813-1065 / cia.ventura@hotmail.com  


Fonte: Cia. Cênica Ventura
Rosinaldo Luna 

03/06/2011

Convite




PARTIDO DOS TRABALHADORES
DIRETÓRIO MUNICIPAL DE SÃO PAULO DO POTENGÍ/RN

CONVITE

          A discussão sobre uma emergente reforma política no Brasil vem sendo debatida pela sociedade através de atores que acreditam que a democracia, deve cada vez mais se aprofundar e representar a vontade popular com cidadãos participando, acompanhando, dialogando e opinando.
          Nesse sentido, o Partido dos Trabalhadores convida v. sª para neste dia 04/06 (sábado), participar de um debate sobre a Reforma Política, às 15 horas na Câmara Municipal de São Paulo do Potengí. O Debate terá como Palestrante a Deputada Federal Fátima Bezerra (Vice-Presidente do DN) e a Professora Brasília Ferreira, do Departamento de Ciências Sociais da UFRN.
          A Palestrante Deputada Fátima Bezerra foi designada pela Direção Nacional do PT e a Professora Brasília Ferreira pelo Deptº. de Ciências Sociais da UFRN para realizarem esses debates, onde irão falar sobre o que está em jogo na agenda da reforma política, e responderão a questões de interesse de todos os cidadãos como “por que o Brasil precisa dessa reforma”?
          Contamos com a presença de todo (a)s para fazermos uma grande discussão sobre o tema.
          Atenciosamente

Johan Adonis de Lima
Presidente do Diretório Municipal do PT.



.céu




Por que sou tão sensivel? por que? Uma folha cai e eu me lembro, recordo, construo, imagino, viajo, vou e nao volto. Acordando hoje fui invadido por um medo de ficar sozinho para sempre. Não que eu esteja. Mas estou. Morrendo de medo de me deixar envolver com a vida, estou escondido atras de uma rocha só enviando sinais de fumaça, quando vou dar conta de me entregar de novo? Qual a idade do céu?

Fernando Prado

01/06/2011

Ckrystal na Casa da Ribeira


A cantora Khristal estará no circuito Casa da Ribeira após retorno triunfal do Rio de Janeiro. A artista se apresentará domingo dia 05 de Junho com entrada franca. Uma excelente oportunidade de conferir o talento desta artista batalhadora que vem conquistando a cada dia, mais espaço no cenário cultural do estado e do país. 
A Khrystal é uma dessas pessoas deliciosas, carinhosas e cheias de energia que nos deixa com a impressão  de que vale a pena ter dado essa passadinha rápida aqui na terra só para ouvi-la cantar, pois não se consegue a plenitude sem boas energias e a voz, o carisma e a força desta artista nos dá a impressão que tudo está em perfeita sintonia. Vale muito a pena conferir.

Rosinaldo Luna

Circuito Casa da Ribeira
Ribeira
Dia 05/06/2011
19:00h
Entrada franca
Show: O TREM




30/05/2011

Pluft, o fantasminha no TAM.


Mais uma vez o classico Pluft, o fantasminha sobe ao palco do teatro Alberto Maranhão sob a batuta do grande Costa Filho. Quem puder levar filhos e sobrinhos é uma boa pedida, quem quiser curtir o espetáculo sozinho vale a pena. Serve muito para relembrar a infância e espantar o medo de nossos fantasmas, quu nem sempre são tão queridos quanto o Pluft!

Rosinaldo Luna

29/05/2011

O velório da marquesa de fátimo

Hilário o segundo capítulo da Blog novela do Junior D'Alberto. O texto rapido e simples, mostra a versatilidade do escritor que consegue descrever detalhes e minúcias na discrição dos ambientes. Me diverti pra valer e já estou esperando a publicação do terceiro capítulo.de A Marquesa de Fátimo. Ontem passei na rua em frente ao batalhão de Nova Descoberta e procurei ver a casa de primeiro andar onde foi velada a marquesa mas não ví nada. Será que esta Nova Descoberta é aqui mesmo ou em um mundo paralelo? 
Sei lá, na mente produtiva do talentoso escritor tudo pode. E ele sempre convence que é verdade, como ví, pessoalmente passsando num redemuinho um circo arabe em Pipa Voada Sobre Brancas Dunnas. Verdade mesmo, eu ví. 

Rosinaldo Luna

Marcilio Amorim

As pessoas passam na vida da gente  né?! Algumas passam e nem deixam rastro. Outras ficam gravadas na mamória, outras ainda ficam no coração, como amigos, pessoas importantes de verdade.
Encontrar essas pessoas depois de um tempo é sempre um momento nostálgico. Foi assim nesta semana, reencontrei o ator, produtor, Dj, e artista Marcílio Amorim. Poxa, havia um tempo que não o encontrava. Marcilio é desses caras qeue envolvem todos à sua volta. Em 1996, kkkk somos seculares, lá no início de sua carreira tive a oportunidade de dirigir o Marcílio em um espetáculo promovido péla STTU hoje SEMOB. Um texto do escritor Guto de Castro musical e levado as escolas municipais e shopping's da cidade. Foi uma grata experiência e naquela época, o marcilio já mostrava a que veio. Depois disto o tempo se encarregou de distanciarmos. 
Nos vemos sempre nas redes sociais, mas pessoalmente há muito tempo não nos víamos. Foi um bom momento, estamos mais maduros, e ele continua sua trajetória de jornalista, artista na busca de seu lougar ao sol. Ao meno no sol de Natal ele ljá encontrou. Sucesso kra e muitas realizações.Voce foi uma dessas pessoas que ficou macada no meu coração. 
De verdade!

Rosinaldo Luna

Lucinha Lira in canto! e In perdível!


Sem comentários

Nada a declarar!

Artista do ano

Foi eleita com merecimento ARTISTA DO ANO, no prêmio promovido pelo grande Toinho Silveira. Um merecido reconhecimento pelo trabalho majestoso dessa grande artista potiguar.
Parabens Khrstal.

26/05/2011

Força das comunidades mostra que o povo tem poder.

Uma movimentação que iniciou nas comunidades virtuais provocou muito tumulto hoje no fim do dia no cruzamento da Av. Hermes da Fonseca com a Av. Bernardo Vieira.
O grito de FORA MICARLA ecoava por todo o corredor juntamente com o barulho de apitos e buzinas. Raelamente, quando um povo, ou um grupo de pessoas resolvem tomar uma posição, tudo pode acontecer. Parecia uma grande farra mas era sério o movimento. Não consegui identificar o, ou os líderes desse movimento que surgiu no twitter e ganhou as ruas, a exemplo do movimento contra o preço da gasolina.
É uma pena que um povo tenha que gritar palavras de ordem pressionando a opinião pública em retirar do poder uma pessoa que esse mesmo povo colocou lá pelo voto. Parece que alguem foi enganado!
Aí fica a dúvida?! Quem enganou quem? O povo que deixou o político pensar que tem poder de Deus e está imune a todo e qualquer julgamento, e em nome disso pode  promover todas as barbáries ou o político que conseguiu convencer uma multidão, ao lcolocar em discurssão seus projetos de melhoria para a vida e o bem estar desse povo? Difícil saber.
Acho que os dois foram iludidos e agora, que bom, o povo tem voz.
A censura imposta mascaradamente pelo  poder oficial, torna-se nulo nesse novo meio de  comunicação, democrático, descompromissado, informal e poderosíssima: INTERNET.
 Vamos promover novos discursos, vamos propor novos movimentos, contra a corrupção, a falta de compromisso dos nossos gestores com a cultura, a  educação, a saúde. Vamos nessa  por uma sociedade mais justa, por uma nova postura política e por nossos direitos.

Rosinaldo Luna.

22/05/2011

Seleção de atores para filme


O cineasta Edson Soares está recrutando atores com biotipo europeu. Atores loiros ou ruivos, com olhos verdes ou azuis para comporem o elenco do filme NOVA AMSTERDÂ, TERRA DE SOL BANHADA DE SANGUE. Ele pede que apenas atores com esse biotipo e características se inscreva no momento. Se algeum estiver interssado envie currículum com foto de meio corpo, corpo inteiro e rosto para o  e-mail: luna-natal@hotmail.com, que será encaminhado ao cinesta.
O filme é um importante documento sobre a invasão holandesa no Rio Grande do Norte e já está com a produção a todo vapor. As filmagens iniciam em julho.

20/05/2011

Falta

Sinto falta da sua ausência,
sua indiferença.
Sinto falta de seu pesar,
sua dor sem motivo
seu lamento sem culpa.
Do seu cheiro
seu colo
seu carinho arredio.

Sinto falta do seu amor negado
intenso
embriagado cheirando a wisky.
Sinto falta do seu cabelo roçando meu corpo
me deixando ereto
louco pra te ter.

Sinto falta de saus lágriams de fel,
suas frases de lâminas afiadas
cortando minha alma.
Sinto falta de voce
de tudo
do todo.

Rosinaldo Luna



19/05/2011

Programa de Capacitação em Projetos Culturais 2011


O MINC dará continuidade ao curso de Capacitação em Projetos Culturais em 2011, poré, só a primeira e terceira etapas. A segunda etapa, as oficinas presenciais ficarão para 2012, uma pena, poes estou esperando ansioso para poder continuar o curso. Leia o artigo do site do minc.

Curso de nivelamento à distância e fase avançada são retomados
Boa notícia para aqueles que já participam ou pretendem ingressar no Programa de Capacitação em Projetos Culturais: terão continuidade em 2011 a primeira e a terceira etapas do Programa, que são o curso de nivelamento à distância, destinado a apresentar conceitos básicos do campo da cultura, e a fase avançada, com módulos para o aprofundamento de conteúdos.
As oficinas presenciais da segunda etapa – previstas para as cidades de Fortaleza (CE), Maceió (AL), Natal (RN), Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA), Santarém (PA), Manaus (AM), Palmas (TO), Macapá (AP) e mais cinco cidades a serem posteriormente definidas – continuam mantidas, mas serão realizadas em 2012, devido ao corte orçamentário anunciado pelo Governo Federal no início deste ano.
O Programa de Capacitação em Projetos Culturais é uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Instituto Itaú Cultural (IC).
Curso de nivelamento à distância (primeira etapa)
De livre acesso, a primeira etapa visa a apresentar conceitos básicos do campo da cultura, dentro dos módulos de “Políticas Públicas de Cultura”, “Economia e Financiamento da Cultura”, “Gestão Cultural” e “Direito Autoral”. As inscrições encontram-se abertas, podendo ser efetuadas até 30 de setembro, sendo que, no momento da inscrição, o candidato já opta pelo polo onde deseja realizar a oficina presencial, que fará caso tenha alcançado 70 pontos ou mais na avaliação.
O prazo para finalização da primeira etapa vai até 31 de outubro. Os aprovados recebem o certificado de conclusão do nivelamento, que tem valor de curso de extensão. Na seleção para a oficina presencial são considerados também a atuação profissional do candidato no setor cultural e o seu local de residência, com preferência para aqueles cujas atividades são desenvolvidas na cidade onde ocorrerá a oficina ou em municípios próximos.
Fase avançada (terceira etapa)
Aqueles que cursaram a oficina presencial já estão recebendo as convocações para se inscreverem, até 31/05, na fase avançada, que constará das disciplinas: “Política e Gestão Cultural” e “Marketing, Negociação e Apresentação de Projetos”. O cumprimento com êxito de cada uma dá direito a um certificado de extensão. Essa é a terceira oferta dos módulos avançados do Programa, que tiveram início em julho de 2010 com as primeiras turmas piloto, na disciplina de “Projetos Culturais”, a qual se estendeu até setembro do ano passado. No início deste ano, houve a segunda oferta, na disciplina de “Política e Gestão Cultural”, realizada de janeiro a abril.
A terceira oferta, para a disciplina “Política e Gestão Cultural”, com carga horária de 30 horas, será destinada aos três seguintes grupos: aqueles que participaram com êxito das oficinas presenciais em 2010 e ainda não cursaram nenhuma disciplina do módulo avançado; aqueles que não se inscreveram na oferta de “Política e Gestão Cultural” realizada de janeiro a abril deste ano; e aqueles que, embora tenham se inscrito em 2010 nas turmas piloto da disciplina “Projetos Culturais”, não conseguiram concluir o curso.
No caso deste último grupo, a oportunidade se justifica porque, à época da turma piloto, não havia previsão de punição para a não conclusão. No entanto, pelo novo regulamento, aplicado a partir da 1ª turma de 2011 da disciplina “Política e Gestão Cultural”, aqueles que abandonarem o curso após terem se inscrito serão considerados evadidos e excluídos do módulo avançado, não podendo inscrever-se novamente.
Já a disciplina “Marketing, Negociação e Apresentação de Projetos”, com carga horária de 15 horas, será destinada aos que cursaram “Política e Gestão Cultural” entre janeiro e abril deste ano.
“O MinC reconhece a importância do Programa para qualificar a elaboração de projetos culturais e otimizar a utilização dos recursos públicos no setor. Por isso nos empenhamos em não paralisar o curso, mantendo duas fases abertas”, disse o Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/MinC), Henilton Menezes.
Divulgação de resultados e experiências
No intuito de divulgar os resultados alcançados e as atividades desenvolvidas pelos alunos, está sendo elaborada uma publicação, dentro da parceria estabelecida entre o MinC, o Sesi e o Instituto Itaú Cultural, apresentando o histórico e processo de concepção do Programa, assim como artigos redigidos pelos que participaram da disciplina “Política e Gestão Cultural”.
Para conhecer mais sobre a estrutura do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, acesse a página www.fgv.br/fgvonline/minc.
Outras informações
Atendimento ao Proponente: (61) 2024.2082
Fale com a Cultura no site do MinC www.cultura.gov.br

Rosinaldo Luna.

Produção Cultural

Produção Cultural

18/05/2011

Nova Blog Novela de Junior Dalberto

Junior Dalberto ataca novmente com um super blog novela. Repetirá certametne o sucesso da novala anterior. Sou muito fâ desse menino a quem admiro deste os anos 90 quando tive a feliz oportunidade de conhecê-lo e poder apreciar seu talento. Vou aguardar ansioso.

15/05/2011

Alerta de tsunami em Natal.


Hoje Natal recebeu um alerta de tsunami, dá pra acreditar? Dá. Uma cidade litorânia tem todas as possibilidades, graças a Deus não aconeceu e todo mundo ficou tranquilo, inclusive eu que não fui avisado nem vi em lugar nenhum, mas dizem que o corpo de bombeiros e a defesa civil ficou em alerta e foi dado a alerta de tsunami para todo o litoral do RN. Foi?

Rosinaldol Luna

11/05/2011


Chega!

Apartir de hoje não mais,
Apartir de agora jamais,
A partir deste instante
Daqui em diante, serás pó.
Lembranças perdidas,
Desbotadas,
Jogadas ao vento.

Hoje decidi.
Não acredito em ilusão,
Não existe nisso emoção,
Você não está aqui
Nunca esteve,
Jamais passou por mim.

Todo o sofrimento,
O pranto,
O olhar solto, ao vento
Todos os sonhos doces,
Eram pesadelos disfarçados
Impregnados de você.

Hoje,
A partir de hoje
Nunca mais teu fantasma
Me acordará,
Nem tão pouco embalará meu sono.

De hoje em diante
Matei você das minhas lembranças
Ficará apenas seu perfume de enxofre
Que o vento levará para bem longe
De mim.

Rosinaldo Luna.

AROMA




Degusto o aroma quente do meu
Inferno
Onde as chamas me consomem.

Presencio alheio
A todas as coisas que
Pinto com pena
Carmim

Pinto
O mar dos meus temores
Degusto só
Caetanenado o som
Sandália de prata
Que me faz
Pensar.

Vou pro samba
Do meu inferno
Particular
Vou sambar
Me afogar.

Rosinaldo Luna/Maio de 1999.

10/05/2011

Frase sobre o amor


Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Fernando Pessoa

Frases




Haja ou não deuses, deles somos servos. 
Fernando Pessoa

08/05/2011

Origens da arte teatral


Existem várias teorias sobre a origem do teatro. Segundo Brockett, nenhuma delas pode ser comprovada, pois existem poucas evidencias e mais especulações. Antropologistas ao final do século XIX e no início do XX, elaboraram a hipótese de que este teria surgido a partir dos rituais primitivos (History of Theatre. Allyn e Bacon 1995 pg. 1). Outra hipótese seria o surgimento a partir da contação de histórias, ou se desenvolvido a partir de danças, jogos, imitações. Os rituais na história da humanidade começam por volta de 80.000 anos AC.
O primeiro evento com diálogos registrado foi uma apresentação anual de peças sagradas no Antigo Egito do mito de Osíris e Ísis, por volta de 2500 AC (Staton e Banham 1996 pg. 241), que conta a história da morte e ressurreição de Osíris e a coroação de Horus ( Brockett, pg. 9). A palavra 'teatro' e o conceito de teatro, como algo independente da religião, só surgiram na Grécia de Pisístrato (560-510AC), tirano ateniense que estabeleceu uma dinâmica de produção para a tragédia e que possibilitou o desenvolvimento das especificidades dessa modalidade. As representações mais conhecidas e a primeira teorização sobre teatro vieram dos antigos gregos, sendo a primeira obra escrita de que se tem notícia, a Poética de Aristóteles.
Aristóteles afirma que a tragédia surgiu de improvisações feitas pelos chefes dos ditirambos, um hino cantado e dançado em honra a Dioniso, o deus grego da fertilidade e do vinho. O ditirambo, como descreve Brockett, provavelmente consistia de uma história improvisada cantada pelo líder do coro e um refrão tradicional, cantado pelo coro. Este foi transformado em uma "composição literária" por Arion (625-585AC), o primeiro a registrar por escrito ditirambos e dar a eles títulos.
As formas teatrais orientais foram registradas por volta do ano 1000 AC, com o drama sânscrito do antigo teatro Indu. O que poderíamos considerar como 'teatro chinês' também data da mesma época, enquanto as formas teatrais japonesas Kabuki, e Kyogen têm registros apenas no século XVII DC.

Alguns conceitos para se entender melhor o Teatro-treinamento

As vezes fico na noite procurando artigos que valam a pena publicar. Como não sou graduado, procuro sempre coisas que me acrescente qualidade no fazer teatral. Gosto muito dos artigos do Sr. Centurião, pois são bem claros e objetivos. É de uma linguagem esclarecedora, principalmente para quem está iniciando. E o teatro treinamento que é o foco da minha Cia,  está sempre representado em seus artigos. Boa leitura a todos. 
Por favor ao lerem comentem, pois gostaria de devolver uma impressão suas sobre os artigos ao professor. É muito importante, pois os artigos são publicados sem nenhum pagamento e estão aqui para o bem fazer de todos. 
Um abraço e boa leitura.
Alguns conceitos para se entender melhor o Teatro-treinamento
Para entendermos bem o que é teatro treinamento, precisamos entender melhor o que é teatro. Se você é um conhecedor dos mistérios do teatro, pule este artigo. Mas se você quer conhecer alguns conceitos fundamentais, vamos a duas definições:

Aristóteles: "A tragédia (o teatro) é a imitação da ação".
Na definição de Aristóteles, duas palavras-chave: imitação e ação.
Imitação indica simulação, cópia, alguma coisa que não é a coisa original, mas uma reprodução dela.
E a palavra ação, impregnada de tempo e movimento, sugere algo que se inicia, evolui e conclui, um acontecimento. Não foi por acaso que se desenvolveu uma forma cênica chamada happening.

Stanislavski: "O teatro é a representação da vida do espírito humano, ao vivo e em forma artística".
Em Stanislavski, quatro conceitos: representação, vida do espírito humano, ao vivo e forma artística.
Representação (re-presentar, tornar presente, repetir) traz a idéia de imitação previamente elaborada, de repetição da simulação.
A vida do espírito humano é, para Stanislavski, o escopo da representação. Sem dúvida, um conceito bastante amplo, universo no qual se inserem os nossos conflitos e contradições, fomes e medos e, sem dúvida, também o conhecimento, indissociável da vida do espírito humano.
Ao vivo - o teatro acontece no instante e no local onde é observado, o agente da representação e o seu observador estão no mesmo ambiente, na mesma hora. Não existe reprodução digital, fonográfica ou fotográfica da representação, que possa substituí-la. Essa característica diferencia o teatro das formas dramáticas projetadas, como o cinema e a televisão. A obra deixa de existir ao final da representação, não é possível apreciá-la depois. Quem não viu, visse.
Em forma artística, indica a pretensão do teatro a uma condição transcendente. A representação, além de re-tratar a vida do espírito humano ao vivo, deve receber tratamento estético elaborado. O teatro destina-se ao fruir estético, compartilhado entre quem assiste à ação imitada e quem a pratica. Daí a denominação espetáculo, que designa uma representação teatral e, genericamente, algo digno de se ver.

Ainda alguns conceitos básicos se fazem necessários:
Teatro - a palavra grega teatron designava o local destinado à acomodação das pessoas que assistiam à representação, nos anfiteatros. Literalmente, significa "lugar de onde se vê". Etimologicamente, o produto teatro é definido a partir do ponto de vista do consumidor.
Cena - a ação representada, em público, para ser apreciada. No teatro, todos os elementos são acessórios da cena, tudo deve convergir para que o impacto da ação representada sobre o observador seja máximo. Tal como todas as formas de arte, o teatro é linguagem. A cena é a síntese expressiva do teatro enquanto linguagem. É com este sentido que se encontra a palavra cena neste estudo.
Esta palavra também costuma ser empregada para designar partes de uma peça (ex.: a cena do balcão de Romeu e Julieta), ou o próprio espaço cênico (do grego skène - lugar onde se pratica a ação, palco), ou mesmo o cenário de uma peça. Para evitar confusões, diremos espaço cênico, palco, ou cenário. E quando nos referirmos a uma parte de uma peça, seremos explícitos.
Encenação - Sendo a cena a síntese expressiva do teatro, a encenação é a gramática da cena, o instrumental construtivo e analítico desta linguagem. Toda linguagem tem a sua gramática, que é o conjunto das convenções e elementos estruturais que a formam. O estudo da encenação compreende, portanto, o conhecimento de:
- convenções cênicas;
- estilos e tradições;
- elementos que compõem a cena.
Encenar - É empregar todos os componentes - o vocabulário - do teatro para a construção da cena, segundo regras gramaticais próprias, com objetivo de comunicar, sensorial e intelectualmente.
Ator - aquele que pratica a ação. Dentro da concepção grega, o celebrante do ritual.
Personagem - de persona, pessoa imaginária que é representada, imitada pelo ator. Ator, personagem e espectador são os elementos indispensáveis ao teatro. Se um deles não estiver presente, não há teatro. Todos os outros componentes são acessórios. Puristas discutem se personagem é termo feminino ou masculino. Por julgar a questão irrelevante, utilizaremos indistintamente o personagem ou a personagem.
Espectador - cúmplice do ator na representação. Sabe que se trata de uma imitação e reage como se estivesse diante da personagem a praticar a ação imaginada. De fato, a situação teatral é um jogo. O termo em inglês - "play" dá um bom indicativo. Como disse Peter Brook: "Uma peça é um jogo e um jogo é uma peça". Daí, talvez, a origem da expressão "pregar uma peça".
Peça - O termo é empregado tanto para designar um texto dramático quanto uma representação completa. Quando se pretende diferenciar, utiliza-se os termos texto e espetáculo, ou encenação. Uma peça é dividida em atos e cenas (ex.: a quarta cena do segundo ato).
Alberto Centurião
Fragmento do livro Teatro-treinamento, em fase de elaboração

Teatro Treinamento – A Linguagem

Alberto
Alberto Centurião Carvalho
Consultor de Marketing, O&M e RH, com experiência na coordenação e implantação programas de tre

 Centurião Carvalho
Consultor de Marketing, O&M e RH, com experiência na coordenação e implantação programas de treinamento.
Escritor.
Diretor, Ator e Autor teatral, estreou profissionalmente em 1970, tendo dirigido mais de duas dezenas de espetáculos.

Teatro é linguagem. Poderosa, com alto poder de síntese, rica de possibilidades estéticas e capaz de proporcionar impacto múltiplo e diversificado. Como toda linguagem, o Teatro tem gramática e vocabulário próprios e serve para comunicar qualquer conteúdo.
Não existem temas impossíveis para o teatro, assim como não existe uma temática preferencial. Política, religião, ciência, filosofia, ética, moral, o ridículo e as paixões humanas, o direito e a força, as razões pessoais e as razões de estado, a paz e a guerra, assuntos íntimos e públicos, individuais e coletivos, vêm sendo matéria do teatro há mais de dois mil e quinhentos anos.
Teatro é linguagem, assim como toda forma de expressão, artística ou não. Linguagem com códigos próprios, gramática própria e vocabulário específico, que se apropria do vocabulário de outras linguagens, utilizando-o dentro das suas próprias regras gramaticais. Por vocabulário, entendemos todos os elementos significantes (as palavras) de qualquer linguagem. Por exemplo a cor para a pintura, os movimentos para a dança, o espaço para a arquitetura etc.
Algumas características desta linguagem, entretanto, fazem dela um instrumento particularmente poderoso quando aplicado a qualquer programa educativo e, por extensão, de treinamento.
Assistir a uma peça de teatro, ou participar da ação dramática, é uma experiência diversa e diversificada. Diversa, porque foge ao padrão de vivência habitual, quotidiano. Diversificada, porque essa experiência expõe o indivíduo a um bombardeio de estímulos múltiplos e intensos, que raramente encontra em outras situações.
A atitude do indivíduo diante de uma peça, portanto, é de alerta. O nível de expectativa é sensivelmente mais alto do que o suscitado por qualquer atividade de treinamento convencional. O indivíduo tende a se manter num estado de prontidão, atento ao jogo, participando dele através da identificação, interagindo com os atores-personagens, seja ostensivamente, seja no silêncio de sua consciência e de suas emoções. O teatro gera um fato novo, uma quebra da rotina, que, aliada à diversão, potencializa o evento de treinamento, emprestando-lhe significado transcendente.
A possibilidade de apresentar cenas onde as situações se realizam, com as diversas personagens defendendo seus pontos de vista, proporciona ao teatro instrumentos muito eficazes para transmitir informação logicamente estruturada e desenvolver conceitos e idéias. O conflito, a analogia e a identificação são os principais recursos desse instrumental lógico.
Nada mais eficaz para explicar e demonstrar alguma idéia, do que fazer a coisa acontecer diante das pessoas. Observar a situação ocorrendo, presenciar o debate entre os pontos de vista conflitantes, conhecer cada uma das partes envolvidas e ter a oportunidade de identificar-se com elas, entendendo melhor os seus motivos e linhas de raciocínio, os valores e os sentimentos envolvidos. O teatro tem recursos ideais para proporcionar essa experiência.
A identificação despertada pela experiência teatral cria empatia com as personagens da cena e com as situações retratadas. Esta empatia gera aceitação e envolvimento com os conteúdos trabalhados, que são assimilados ao nível das emoções, além da razão.
Apresentar uma idéia, ou uma informação, vista por diferentes focos, por diferentes pessoas; fazer com ela ensaios e simulações, mergulhar nos sentimentos pessoais que desperta, esse é um milagre que o teatro pode realizar.
O potencial emotivo é maior do que em outras linguagens. A informação no teatro não é fria. Todo conteúdo veiculado através da cena viaja impregnado de emoção. Não se dissocia razão de emoção. Essa característica contribui para a superação de barreiras (defesas) emocionais e resistências psicológicas, ou mesmo ideológicas, aos temas tratados.
Através do jogo de identificação, o indivíduo se envolve emocionalmente, despojando-se de medos e preconceitos. A partir daí, feito uma criança, está disponível para a experiência. Entretanto, assim como a criança em seu jogo de faz-de-conta não perde a noção crítica das coisas, o espectador do teatro também permanece na posse de toda a sua capacidade intelectual, aguçada pelo alto nível de atenção. A visão crítica é preservada no teatro.
A experiência estética é significativa. A cena é objeto de fruir estético. A beleza está presente no teatro, proporcionando um nivel adicional de satisfação ao espectador. Bertolt Brecht, o mestre do teatro didático, autor de tantas peças didáticas, de propaganda ideológica, afirmou certa vez que "a função social do teatro é divertir". Antes de tudo, teatro é diversão, prazer. Assistir a uma peça é participar de um jogo prazeroso. E, divertindo, o teatro tem acesso irrestrito ao indivíduo.
Lembrando a definição de Stanislavski, que condiciona o teatro a "forma artística", concluímos que o fruir estético, mais do que um valor agregado, é via de acesso do teatro ao espectador. A expressão "assistir a uma peça" refere-se ao prazer de presenciar algo que vale a pena ser visto (e ouvido, e sentido).
Buscar uma forma artística não empresta por si só o status de obra de arte a qualquer representação teatral. Da mesma forma que nem toda pintura é arte, nem toda peça de teatro merece tal status. Muitas peças de teatro não alcançam a transcendência criativa e o nível de realização que caracterizam as obras de arte. Considero-as, com todo o respeito, peças de artesanato. Isso nada tem a ver, entretanto, com a temática e os objetivos da peça. Voltaremos ao assunto quando tratarmos do velho cisma entre arte pura e arte utilitária.
Ao atingir o espectador em três níveis - racional, emocional e estético, o teatro é capaz de gerar um registro muito mais consistente na sua memória. Esquece-se de um filme, um livro, um vídeo, uma aula. Mas não se esquece de uma peça de teatro. Mesmo quando não apreciada especialmente, uma peça de teatro é inesquecível. Certa vez, interrogado sobre o motivo por que se dedicava prioritariamente ao teatro e tão pouco ao cinema e à televisão, o ator Paulo Autran respondeu: "Porque eu me lembro de uma peça de teatro que assisti há dez anos e não me lembro de um filme que assisti há um ano, ou de um programa de televisão que assisti há uma semana."
Esta é uma característica do teatro, atingir em profundidade o espectador, criando uma experiência inesquecível. Transferido para um programa de treinamento, este fato resulta em alto índice de assimilação e retenção do conteúdo enfocado. Se duvida, faça uma rápida consulta à sua memória. Que peças você assistiu? Lembra-se de todas? Recorda-se de muitos detalhes? Peças assistidas há muitos anos estão obturadas à sua memória? Emoções são despertadas só de lembrar certa cena? Receio que sim. E dos livros que leu, lembra-se de todos, ou da maioria deles? Receio que não. Filmes? Provavelmente, menos ainda. Televisão? Quando? Na semana passada? Quem? Eu? Onde está Wally?
O poder de síntese da linguagem cênica é muito superior ao de outras linguagens. Ao lançar mão dos recursos expressivos (vocabulário) de todas as outras artes - literatura, pintura, escultura, música, dança, arquitetura - e incorporando ainda as novas tecnologias - projeção bi e tridimensional, iluminação, efeitos luminosos, sonoros e mecânicos - o teatro apodera-se de um vocabulário extremamente poderoso e adquire surpreendente poder de síntese, que permite a expressão de extenso conteúdo informativo em poucos minutos de cena.
Ao agregar elementos das outras artes, o Teatro atinge o espectador em três níveis, pois uma peça é algo para ser visto, ouvido e sentido. Como dizem os estudiosos de Programação Neurolingüística, trata-se de uma experiência total, que atinge o indivíduo pelos canais visual, auditivo e cinestésico (sensorial e intuitivo). Isto lhe permite comunicar, em curto espaço de tempo, um grande volume de informações. Dessa forma, uma peça de teatro equivale, em conteúdo, a pelo menos dez vezes mais tempo de treinamento convencional, com técnicas expositivas e vivenciais.
A presença do ser humano vivo em cena é o maior diferencial do teatro em relação ao cinema e ao vídeo, formas cênicas projetadas. As formas projetadas, bi ou tridimensionais, são frias, hipnóticas e, com exceção das transmissões ao vivo, previamente acabadas. A cena teatral é viva. O instante da criação é presenciado, proporcionando a experiência compartilhada entre ator e espectador, que se encontram num mesmo local, no mesmo instante. A relação interpessoal é possível no teatro. Stanislavski fala de "romper a quarta parede", estabelecendo-se o intercâmbio de energias psíquicas entre palco e platéia. Mesmo numa vídeo-conferência, a interação é restrita e não tem o potencial de integração proporcionado pelo teatro.
Mesmo quando elaborado previamente, o teatro sempre tem um componente improvisacional, abrindo-se para o inesperado. Não existem duas apresentações exatamente iguais de uma mesma peça. Improvisos e adaptações sempre são possíveis. Mais que isso, porém, a própria relação dos atores com os espectadores muda a cada sessão, pois se trata de uma troca emotiva e energética que depende das duas partes e do momento compartilhado. Esta abertura para o inesperado é um dos maiores encantos do teatro, constituindo-se em fator de atenção, interesse e registro mnemônico.
O filme, o vídeo, o quadro, a escultura, a música gravada, são obras concluídas, acabadas. Repetido mil vezes, um filme será sempre igual, salvo algum dano material ou acidente de projeção. No teatro, a repetição nunca será igual. Nisto reside parte do encantamento desta arte efêmera, que se perpetua em quem compartilhou o momento da criação.
Fazendo-se uma análise de custo x benefício de um espetáculo como evento de treinamento, pode-se verificar que o custo per capita é relativamente baixo. Isso porque uma apresentação teatral pode ser assistida por muito mais pessoas do que um treinamento convencional, sem perda de qualidade na assimilação. Além disso, por ser de curta duração, esta forma de treinamento terá impacto reduzido sobre a rotina de trabalho da empresa. 

Essa experiência a MÁSCARA CIA. DE TEATRO desenvolve desde 1996, quando iniciou seus trabalhos com As aventuras do Urbaninho com a STTU. Daí fomos para a Transportes Guanabara e ficamos durante quatro anos consecutivos desenvolvendo projetos de treinamento para os funcionários e coolaboradores da empresa.
A queda em evasção de renda fica em tornao de 42%, um indice elevadíssimo e muito positivo. Ale´m da guanabara trabalhamos com a Conceição, SETURN, PETROBRAS, Caixa e outras entidades importantes para o desenvolvimento da nossa cidade. 


O artigo do Centurião Carvalho é muito importante para quem quer trabalhar com teatro, pois mostra outros caminhos e dá a visão de como é vásto o campo pára o artista, apesar de ainda termos que combater preconceitos e outras formas de discriminação da arte.


Rosinaldo Luna