12/06/2011

O turismo do "não" do presidente da FUNARTE (pago por nós, claro!)

Todos voces sabem que esse blog não é nem pretende ser politicamente correto, ecologicamente correto, nem nenhum desses modelos de nomenclaturas ultimamante impostas pela mídia. Aqui me dou o direito de postar coisas que ache interessante e que tenham fundamento, sem pretenções políticas ou pessoais. Mas se quiser, postarei elogios rasgados a quem faz arte ou outros talentos bem.
Bom, porque estou falando isso? Não sei! Mas dentre algunms blogs que sigo tem o blog que a Illana Felix escreve e dois textos me chamaram a atenção. Tomo a liberdade de aqui posta-los para todos vocês vêem como a cultura está sendo tratada nesse país. Pasmem e "chupem essa manga".

"O texto abaixo recebi na lista do Forum Potiguar Cultural, repassado por Henrique Fontes. Acho que merece divulgação, porque se for verdade que iremos pagar pelo turismo do Sr. Antônio Grassi que pelo menos ele saiba que Natal não será o seu destino mais agradável. Até porque em época de borboletas, a Cidade do Sol não é mais a mesma. Vale a leitura".




O turismo do "não" do presidente da FUNARTE (pago por nós, claro!)

Olá companheiros,

Estive hoje na Funarte São Paulo, pois houve ampla convocação afirmando que o presidente dessa instituição, Antônio Grassi, iria falar com a categoria teatral. Pela manhã foi com o pessoal do circo.Inicialmente estranhei a divisão por área, mas como sei que cada um tem suas demandas, parecia interessante. Mas após a reunião, penso que é estratégico, pois se trata "individualmente" e assim enfraquece as reivindicações coletivas.Por que digo isso?


Ao chegar, vi alguns gatos pingados, a sala que é pequena, não conseguiu se quer ter metade cheia (e dessa metade uma boa parte era composta pelos puxa sacos de plantões, que adoram autoridades e os funcionários da própria funarte), uma clara alusão de que não se acredita mais nos discursos dos empossados, pois muitos não se deram ao trabalho de comparecer.Iniciado a reunião as 15:30h, o senhor Grassi afirmou que apesar das câmaras setoriais, dos conselhos, de todos os canais de diálogo, estes não são suficientes, por isso está começando a se reunir com as categorias e começou por São Paulo.


Depois percebi que isso queria dizer o seguinte: é preciso fingir que estou dialogando com os artistas, porque a Funarte não tem projeto e pior, NÃO TEM DINHEIRO.Editais para esse ano? Esqueçam. Encaminhamento de uma política séria? Esqueçam.O orçamento do ano para a Funarte era de 120 milhões, com o contigenciamento (palavra e ação criada para dizer: não tem dinheiro para os pobres, apenas para os banqueiros - pois como sabem, a economia é para pagar juros ou socorrer os grandes empresários), enfim, com o contigenciamento restou 60 milhões. Como esse é um governo de continuidade, palavras do senhor Grassi, é preciso honrar o edital do procultura lançado o ano passado e que, estrategicamente, foi prorrogado até 10 de janeiro desse ano (ainda que muitos já tenham até estreiado os espetáculos, como foi relatado na plenária).


Enfim, vão pagar esse edital que custará 58 milhões. Façam as contas e verão quanto restará. Como lançaram editais de ocupação das salas e vinte e poucas oficinas de teatro (atenderá todo o país?), mais vinte e poucas de circo, de dança... foi-se o restante do dinheiro.Querem mais dinheiro? É preciso lutar ao lado da Funarte junto ao ministério do planejamento e da fazenda para que eles descontigenciem a nossa grande bolada! Seria cômico se não fosse trágico.


Grita: Ah mas o Mirian Muniz, que foi uma luta sua no passado, Grassi... nos diga quando será lançado?Grassi: Não será!


Outros editais como Artes Cênicas de Rua, coisa sem importância, se quer foi mencionado. (E eu confesso que não tive a menor vontade de pegar o microfone para lançar essa pergunta, pois tudo parecia tão estranho, parecia filme de Tim Burton - aliás, o cineasta é bom, o clima lá era péssimo!)


E o Prêmio Teatro Brasileiro?
É com o Congresso!


Era e é um diálogo de surdos! Falamos, revindicamos e a galera do governo finge que nos escuta. E depois dá-lhe retórica: "mas estamos dialogando, não seria pior um governo autoritário?"Preparem-se! Agora o senhor Grassi e sua equipe irá viajar pelo Brasil, tudo bancado com o nosso dinheiro, para que ele dialogue com os artistas de circo, da dança, e do teatro. Mesmo sabendo que não tem dinheiro para nada e nem tem projeto. Mas é preciso demonstrar como são DEMOCRÁTICOS.Isso me lembra um poema de Manuel Bandeira, no qual ele descreve a renúncia de Jânio Quadros e em seguida vai viajar pela Europa, finalizando com: "E os pobres que se danem!"


Companheiros, a dependermos desse governo, o teatro de grupo se extinguirá! Anunciem aos quatro ventos: TEATRO DE GRUPO. PERIGO DE EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA!Mas eu sou uma voz pessimista. Havia outros companheiros, Danilo e Renata, quem sabe eles não tem notícias melhores? Pois eu se quer aguentei até o final, sai meia hora antes dos abraços e dos apertos de mãos cordiais.


Há braços
Pernas
E atiradeiras!


Para aonde vão 227 milhões do MinC?

O maior choro da Ana de Hollanda, desde o começo do ano, era que o orçamento do MinC tinha sido cortado drasticamente e restado apenas 60 milhões de reais. E o que é esse aporte orçamentário de 227 milhões que nunca foi falado na história deste país?


DECRETO DE 9 DE JUNHO DE 2011
Transfere dotações orçamentárias constantes do Orçamento Fiscal da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para o Ministério da Cultura, no valor de R$ 227.000.000,00.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista a autorização contida no art. 66 da Lei n. 12.309, de 9 de agosto de 2010,
D E C R E T A :
Art. 1. Ficam transferidas, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para o Ministério da Cultura, dotações orçamentárias constantes do Orçamento Fiscal da União (Lei no. 12.381, de 9 de fevereiro de 2011), no valor de R$ 227.000.000,00 (duzentos e vinte e sete milhões de reais), de acordo com os Anexos I e II deste Decreto.
Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de junho de 2011; 190da Independência e 123o da República.
DILMA ROUSSEFF
Miriam Belchior

Publicado aqui


Atualização 1:

Recebo informação agora de Henrique Fontes, de uma fonte segura, que esse remanejamento é para fazer face aos investimentos do PAC. Nossa, então agora fiquei mais transtornada ainda.

Quem não ouviu falar das lindas PRAÇAS DO PAC, que serão construídas pelo Governo Federal e entregue aos Municípios contemplados por edital para instalação de espaços culturais em áreas com IDH baixo?

A intenção é ótima. A prática é PÉSSIMA. Alguém conhece a historinha de um Governo Estadual que saiu construindo dezenas de Casas de Cultura e repassando suas administrações para governos municipais? Aonde foi terminar essa história? Casas de Cultura fechadas, mofadas e abandonadas em grande maioria. As exceções são as que estão funcionando até agora, ainda que com parca atividade cultural.

O município de Natal mantém, desde o início dessa gestão, três espaços culturais inativos: o Teatro Sandoval Wanderley, o Espaço Jesiel Figueiredo e o Memorial Natal. Sabem quantos servidores efetivos existem para esses espaços? NENHUM.

A prefeitura não consegue manter pessoal (estou falando de porteiro e zelador, não estou falando de bibliotecária porque seria luxo demais), água, luz, telefone dos espaços que tem, aí agora, por causa dessa Praça do PAC no bairro de Nossa Senhora da Apresentação virão anjos tocando arpas e anjas dançando ballet para serem a programação cultural do lugar? Porque verba para manter programação cultural nesse PACzinho NÃO TEM. Se alguém disser o contrário, é história da Carochinha. É um novo elefantinho branco que eu e você iremos trabalhar muito, pagar muito imposto, para construir e ver mofar. Quer ver?


Atualização 2:
A única biblioteca municipal de Natal, a Esmerado Siqueira, até hoje não tem um(a) bibliotecário(a) concursado como prevê a norma que rege a profissão em questão.

Transcritdo POPORRI de Illana Felix

Nenhum comentário: