04/10/2025

Coletivo CIDA (RN) apresenta espetáculo na Bienal Sesc de Dança

Coletivo CIDA (RN) apresenta espetáculo  na Bienal Sesc de Dança

O coletivo artístico potiguar vai apresentar o espetáculo “Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome” em Campinas e São Paulo.

Por Cecília Oliveira

Fotos: Renato Mangolin



O Coletivo CIDA (RN) apresenta o espetáculo 

Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome na Bienal Sesc de Dança, em Campinas, nos dias 4 e 5 de outubro, e também na extensão da Bienal, em São Paulo, nos dias 9 e 10 de outubro. Com acessibilidade em LIBRAS e audiodescrição, o espetáculo propõe uma experiência cênica que acolhe a diversidade de corpos, modos de existir e linguagens híbridas entre dança e teatro.

A obra, contemplada pela primeira edição do Prêmio Sesc de Artes Cênicas, é a segunda parte da Trilogia em Dança-Tragédia, criada pelo coreógrafo René Loui com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior. 

O espetáculo se constrói a partir de um gesto de escuta e evocação de Stella do Patrocínio (1941-1992), poeta negra que viveu por quase três décadas em um manicômio. Suas poesias revelam as agruras de um corpo preto em cárcere, e são essas palavras que permeiam a montagem, segunda obra da Trilogia em Dança-Tragédia, criada pelo Coletivo CIDA.

A peça propõe uma discussão sobre o que pode – ou não – ser considerado dança ou teatro, além de questionar a estigmatização, a desumanização, o extermínio e a invisibilidade de diversos grupos sociais historicamente marginalizados. O falatório de Stella se entrelaça à presença dos corpos em cena, produzindo um campo de fricção entre linguagem e impossibilidade, identidade e alteridade. Numa tentativa de dizer com Stella, e não por ela, a palavra se arrasta, tropeça, se esvai; e o corpo dança como quem recusa a domesticação.

O elenco é formado por Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araujo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira, artistas reconhecidos na cena das artes cênicas do Rio Grande do Norte.


O convite 

O convite para a Bienal surgiu após uma circulação estratégica realizada pelo grupo em agosto de 2024, passando por importantes espaços culturais de São Paulo e Minas Gerais, como o Sesc Santo Amaro (SP), o Cine Theatro Central de Juiz de Fora (MG) e a abertura da Mostra Internacional de Dança de São Paulo (MIDsp), no Itaú Cultural, com o espetáculo “Corpos Turvos”. A circulação foi viabilizada com recursos da PNAB RN. 

A presença nesses palcos ampliou a visibilidade do coletivo, permitindo que críticos, curadores, programadores e gestores acompanhassem de perto as criações do grupo. Em dezembro de 2024, veio o convite oficial para integrar a Bienal Sesc de Dança. Meses depois, o Coletivo CIDA também foi convidado para a Extensão da Bienal em São Paulo, até então, voltada exclusivamente a companhias internacionais. Em 2025, essa curadoria se ampliou e passou a incluir dois grupos brasileiros: o Coletivo CIDA e o Balé Folclórico da Bahia.

Para René Loui, diretor artístico e cofundador do coletivo, a participação na Bienal carrega um sentido profundo de troca e escuta: “A expectativa é alta e tem direção. Quero encontrar artistas, obras e o povo da dança. Espero um ambiente em que ver obras, participar de ações formativas, conversar no pós-sessão e, sim, estar nas festas componha um mesmo campo de trabalho. Vou à Bienal para friccionar a minha prática e a do coletivo CIDA com novos contextos. Quero observar como cada criação se organiza no tempo, no espaço e em relação com o público. Quero desenvolver perguntas que possam me mobilizar ainda mais a partir daí.”

René também destaca a importância de um gesto curatorial que assume a acessibilidade como princípio, e não como adendo: “Nesse momento o que mais me inquieta é esse gesto curatorial que assume a acessibilidade e as diferenças como hall de entrada do evento. Minha expectativa é que isso se materialize nas experiências concretas, nos modos de receber, orientar, descrever e traduzir que não ‘explicam’ as obras, mas constituem as obras. Levo comigo uma pesquisa que venho desenvolvendo ao longo dos anos enquanto artista independente e como integrante do Coletivo CIDA. Uma pesquisa que entende a audiodescrição como partitura poética, que nasce do que a cena pede, com momentos em que a palavra é mínima, outros em que detalha, e outros em que silencia para que som, vibração e alteridades falem primeiro. Levo também LIBRAS e outras camadas sensoriais como presenças cênicas, não como adendos.”

Para Arthur, cofundador e produtor executivo do coletivo, a produção é mais do que logística: “Produção para mim também é linguagem. O que fizemos na nossa circulação em 2024 não foi só deslocamento. Foi criar condições de encontro – quem convida? Quem chega? Quem assiste? Como se documenta? Estar na Bienal confirma que esse cuidado e método podem dar suporte e estruturar a cena. Agora, queremos ampliar essa rede e seus procedimentos, entrelaçar bastidores, compartilhar protocolos e devolver ao campo das artes modos de fruição mais abertos, múltiplos e partilhados.”


Retorno aos palcos

Fotos: Renato Mangolin

Rozeane Oliveira, também cofundadora e coordenadora de marketing, vive um momento de retorno emocionante aos palcos após um acidente que a afastou por meses da dança: “No dia 30 de setembro recebi a alta da fisioterapia. Parece uma frase simples, mas para mim ela carrega um mundo. Desde o acidente em fevereiro, vivi meses de dor, de limites, de recomeços, de reaprender o próprio corpo. Caminhei devagar, muitas vezes com medo, mas nunca estive só. Cada passo que dou hoje é feito também com a força e o cuidado de todos que estiveram ao meu lado nessa trajetória.”

Em suas palavras, o retorno tem um significado ainda mais profundo: “Nestes últimos dias, tenho vivido em suspensão. Como se ainda não conseguisse acreditar que o que eu mais temia – demorar a voltar aos palcos – finalmente se dissolveu. Sempre tive a certeza de que a dança permaneceria em mim, mesmo que meu corpo não fosse mais o mesmo. Hoje, habito um corpo outro. E esse reconhecimento é profundamente significativo. Ele me faz pensar, com ainda mais intensidade, sobre algo que sempre esteve na minha trajetória artística: a transformação do movimento. Trabalhar com pessoas com e sem deficiência sempre me levou a investigar como corpos diferentes podem encontrar a dança. Agora, vivendo essas limitações em mim, essa pesquisa se tornou carne, verdade, urgência.”

Rozeane finaliza dizendo: “As movimentações que eu fazia antes não acontecem mais da mesma forma. Precisam de ajustes, de cuidado, de escuta. Mas elas existem. E isso, para mim, é a maior vitória: compreender que é possível estar em cena, dançar, criar e compartilhar, independentemente da forma. Voltar aos palcos agora não é apenas retomar um trabalho: é celebrar a vida. É resistir. É transformar o que poderia ter sido apenas dor em arte. Eu estou feliz, estou em êxtase. Estou flutuando. Acho que vou passar a viagem chorando de emoção.”

Sobre a Bienal Sesc de Dança

A Bienal Sesc de Dança é um festival de referência no Brasil para a dança contemporânea, que reúne diferentes linguagens, culturas, e públicos, com uma forte vertente educativa e de diálogo social.


Serviço

Coletivo CIDA (RN) apresenta Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome

Grupo: Gênero: Dança contemporânea / Dança-tragédia

Acessibilidade: LIBRAS e audiodescrição


Campinas – Bienal Sesc de Dança

Datas: 04 e 05 de outubro (sexta e sábado)

Horário: 17h

Local: Teatro Sesc Campinas


São Paulo – Extensão da Bienal de Dança

Datas: 09 e 10 de outubro (quarta e quinta)

Horário: 20h

Local: Teatro Sesc 24 de Maio


Ingressos (ambas as cidades):

Inteira: R$ 40,00

Meia-entrada: R$ 20,00

Credencial Plena Sesc: R$ 12,00

29/09/2025

O sucesso da circulação de Rosinaldo Luna com seu Insight Insano pelo RN.

O sucesso da circulação de Rosinaldo Luna com seu Insight Insano pelo RN.
A mine circulação do Monólogo Insight Insano pelo RN foi um enorme sucesso.

É muito bom poder falar aqui, nesse espaço que me pertence, e uso, tanto para divulgar trabalhos de outros quanto para falar de mim, E falar sobre o insight insano é sempre um prazer e um orgulho.
Durante esse mês de setembro circulamos por quatro cidades e podemos experimentar sensações diferentes. Descobrir particularidades dss pessoas que não imaginaríamos. 
Porém essa escritra, antes e tudo, não se trata de um texto jornalistico: É tão somente um relato pessoal e emotivo sobre o que vivenciamos nesses quatro dias e espetáculos.

Ter o poio do SEBRAE/RN via Edital de Economia Criativa foi o que possibilitou tudo isso e já quero deixar aqui meu muito obrigado. 

Foto: Equipe
Estreamos dia 10/09 em Extremoz, não em um teatro mas muma sala de aula, para um grupo de adolescentes fora de feixa que assistem aulas no EJA. Um público totalmente fora dos padrões, um público carente de tudo, principalemtne de arte. Pessoas que nunca viram uma peça de teatro, que nunca foram ao teatro, mas que estavam lá. que embarcaram no drama do Ícaro, personagem da peça, e entenderam suas dores e solidarizaram-se com seus dramas. 
Um pequeno público em numero de espectadores, em uma sala improvisada, a ponto de não conseguirmos nem montarmos a cenografia. Usamos alguns adereços cênicos para ambientar e levar a mensagem do texto. Foi simples, desafiador mas no final entendemos que, para quem não tem nada, o pouco é suficiente. 

Saímos de Extremoz gratos pelo resultado, de como nossa mensagem foi entendida e abraçada ali naquele local tão sem estrutura e realizada para um grupo tão carente porém nosso proximo encontro seria em São Gonçaõ doAmatrante, num teatro, e mesmo alí,  identificamos o quão somos iguais. Também numa cidade que tem um teatro, as pessoas não têm acesso a esses euipamentos. Mais uma vez, tivemos um espetáculo lindo, emocionante, o mais emocionante de minha vida. Ao término, os alunos subiram no palco para falar sobre suas dores e como o Ícaro os atingira, positivametne, a platéia toda comovida, interagiu muito, mas também chorou muito com o drama vivido pelo personagem. Ao final vários vieram abraçar o ator/personagem como que confortando aquele cara que durante mais ou menos 50 minutos se desnudou de pudores e escancarou seus  medos, suas angustias, negações  e proconceitos, entquanto se libertava de tudo isso, ali, na presença de todos.

Foto: Auriberto Bezerril
São Paulo do Potengi chegou e tivemos uma casa linda. O auditório do IFRN estava lotado e foi um
espetáculo emocionante, como são todos os locais por onde passamos. Na platéia alunos da rede publica de ensino: municipal, estadual e estudantes do IFRN, parceiro nosso na cidade e que nos cedeu o auditório para que pudessemos apresentar nosso monólogo. Com o apoio da Sec. Municipal de Cultura e Empreendedorismo, além, do proprio IFRN e parceirtos da iniciativa privada: Alex Supermercados e Mercadinho e Panificadora Central, vivemos um momento lindo e emocionante. 

São Paulo do Potenigi é minha ciade natal e eu amo estar lá, levando minha contribuição para a cultura. Os feedbcaks foram inumeros e muito positivos o que me deixa feliz e garto. 

Finalmente chegarmos a Natal, à casa da Ribeira. O teatro pequeno, 180 lugares aproximadamente, aconchegante e lindo parece ter sido construido para receber bnossa cenografia e nosso personagem. Que felicidade pisar pela primeira vez naquele tablado. Para nossa alegria a casa estava lotada. Na platéia um público mais maduro, intelectualizado e alunos de EJA e professores. Após o espetáclo realizamos um debarte muito caloroso onde pudemos ter certeza de que nosso espetáculo é um grande produto e que ainda tem muito o que circular. E vamos sim.

Agradecemos aqui ao universo por ter permitido agregar tanto e tantas pessoas talentosas, como o amigo Carlos Zens (Musica Loucos) e Canindé Soares Fotógrafo, que fez acobertura fotográfica na Casa da Ribeira muito obrigado. E eu, Rosinaldo Luna, quero deixar aqui meu orgulho em dividir tudo com minha equipe:
 
Serviço:
Monólogo Insight Insano
Com Rosinaldo Luna
Dramaturgia: Rosinaldo Luna
Direção: Marina Gadelha
Equipe;
Pietro Luna (iluminação), 
Lucas sonorização (Sonoplastia), 
Junio Limeira  (Produtor executivo) 
Julia Uchôa (produtora assossiada) 
Leonardo Bruno ( Ass. de Produção) 
Cecília Oliveria (Ass. de Cominicação) 

Contatos:
@insight_insano
(84) 99955 7577
E-mail: insightinsano@gmail.com

Galeria de Imagens:























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