25/08/2013

Borderline, um louco e fascinante ensaio sobre a loucura.

Surpreendente, atordoante, belo, intenso, maravilhoso, profundo. 

Em qual desses adjetivos se encaixa o espetáculo Borderline?
Sinceramente, em todos. A primeira impressão quando entrei no teatro e vi um cenário branco, com pouquíssimos elementos, foi como que cair num abismo. Um vazio enorme onde não via muito onde me proteger da queda.
A música perturbadora e totalmente desconhecida, pontuava um universo ôco. Vazio e sem muitas perspetivas. Uma coisa desconcertante e imprevisível, como é o transtorno Borderline.
Black Out. Doada surge o ator, digamos de passagem atrevido e brilhante ator, José Neto Barbosa. De branco. Quase invisível, translúcido como devem ser os fantasmas que nos povoam a mente. 
Lindo. A frieza com que o Rutras, descreve seus assassinatos, voluntários ou involuntários, o discurso sobre a personalidade desorganizada, amoral, desconcertante, nos faz ver eu temo sim, um pouco daquilo dentro de nós.
O elo criado pelo autor  Junior Dalberto, ao meu conceito um dos maiores teatrólogos da atualidade, da inspiração grega com os dias de hoje representado nas referências tecnológicas: downloads, usb's etc... Confesso, no início me deixaram meio sem entender o que queriam dizer, mas logo logo entendi, e a partir daí, o texto me consumiu. Foi mágico, lindo e estonteante.
José Neto, ao contrário do experiente autor, ainda está desenvolvendo suas técnicas, deu pra ver em alguns momentos, mais  mesmo assim, mesmo diante de olhares técnicos está comprovado o grande ator que se esconde por traz daquele menino mirradinho de 22 anos que no palco parenta ser um gigante de mais de três metros.
Na platéia algumas figuras importantes do teatro potiguar: O bailarino e ator Dimas Carlos, Ator Pedro Queiroga, atriz Badú Morais, ator Grimário Farias, Ator e dramaturgo potiguar César Amorim, Atriz Ivonete Albano dentre outros. Saíram encantados como espetáculo.
Outro momento emocionante foi a homenagem feita pelo ator José Neto a atriz e diretora doe TCP Sônia Santos que saiu emocionada e muito gratificada pelo espetáculo.
E eu, que no meio daquele povo todo, daquela casa lotada, senti-me sozinho, viajando com meus fantasmas interiores, fui muito fundo tentando entender as entrelinhas do texto. Algo talvez impossível. Preciso ver novamente o espetáculo, preciso mais uma vez sentir aquela sensação de vazio para descobrir o que me preenche. De verdade.
Daqui pra frente é só Merda para a equipe. Certamente, um grande sucesso do teatro potiguar.







By RosinaldoLuna

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