Delegados na II Conferência Estadualde Cultura, Rosinaldo Luna, Stefani Campos, Gilvan e o novo Representante do MInc no Nordeste, Fàbio Lima. |
Estou preocupado com a parada brusca que o movimento cultural está sofrendo. Durante o governo do presidente Luna, principalmente nos dois últimos anos, o processo de discussão em todo do fazer artístico foi acirradíssimo, fazendo com que muitos de nós acreditássemos piamente que ‘agora sim, vai ser verdade, vou poder sonhar em viver da minha arte’, porém agora estou na dúvida. Tudo parou as conferências, as reuniões, os encontros não estão mais sendo divulgados. Pior ainda aqui no snosso estado, parece que cultura não tem realmente importância e que os gestores das entidades culturais estão lá pelo único motivo de ser agregado político de algum político.
Será que isto procede? Não, sei, nós já tivemos administradores de teatro que eram aletriciasta, colunista social, e outros especialistas que tinham muito a acrescentar, mas que não eram sequer admiradores da arte. Lembro que na segunda conferência estadual de c ultura que aconteceu em 2009, saímos de lá com a certeza que estaríamos em maio nvametne discutindo o resultado das propostas priorizadas na conferência estadual. Nunca, nunca mesmo houve sequer um contato, uma intenção de realizá-la.
Os editais de apoio a cultura, nem pensar. Você acesa o site do ministério da cultura, e vai ver que a maioria dos estados estão sim com seus editais durante todo o ano. Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, e até Sergipe, um estado com um território menor que o nosso está lá, propondo ao artista que apresente projeto, pois têm patrocínios par tais propostas. No Rio Grande do Norte é uma vergonha, não tem edital e quando acontece fica como o Festival Agosto, onde o pagamento dos cachês para serem realizados é um deus nos acuda o pagamento dos pontos de culturas, outra dor de cabeça. Ou seja, nossos gestores não estão ou não querem compromisso com a cultura, e que certamente o cargo, a pompa de ser diretor de um órgão cultural, é só mais um cargo sem a responsabilidade em desenvolver o que propõe o cargo.
No âmbito nacional não é diferente, parou tudo. Até os cursos em parceria com FGV, estão parados. Eu estou esperando há um tempo que aconteça o segundo momento da oficina de nivelamento em gestão e elaboração de projetos realizado pela FGV e o MInc. Até agora não veio nenhum comunicado além do que avisava sobre a suspensão do curso até segunda ordem, basta saber quem dá a segunda ordem. Uma pena, pois para nós artistas é imprescindível esse tipo de aperfeiçoamento.
Esta ausência faz artistas como Diana Fontes, Costa Filho, ficarem com seus projetos correndo o risco de não irem ao ar por falta de patrocínio.
Tenho contatos com produtores de todo o Brasil, e todos estão com patrocinadores ávidos por projetos para patrocinar, porém, quando vem pro RN nenhum empresário se interessa! Será que não é a hora de os gestores e nós artistas propormos uma conversa, um fórum, conferência um bate papo com esses empresários para mostrarmos o quanto é importante e que o mercado cultural é muito rentável?
Acredito que todo artista já passou pela sensação de estar pedindo esmolas, e muitas vezes desrespeitados pelos empresários menos sensíveis?
Então pergunto, será que o artista potiguar é menos importante que os seus compatriotas? Ou somos uma classe desorganizada e egoísta que vivemos trancadas dentro de nossas próprias armaduras?
Só podemos mudar esse cenário quando o artista reunido, forçar o poder público a além de investir, der a resposta para nossas necessidades.
Não é cabível um estado onde inaugura-se um teatro onde o artista local não pode entrar. O teatro Riachuelo é a maior agressão ao artista potiguar por ser tão inacessível. O Conselho Estadual de Cultura e Municipal também, não existem? È preciso que essas entidades entrem em defesa do artista. Tenho um pensamento que diz o seguinte: Todo empreendimento comercial aonde venha a existir três salas de cinema que uma destas salas seja um espaço para cine-teatro, eonde forem projetadas acima de quatro salas de cinema, exista um teatro, e que essas empresas ofereçam propostas para a de formação de platéia em conjunto com os conselhos e artistas da terra.
É injusto para todos nós que um espetáculo com a qualidade do Dolores da Cláudia Magalhães e o Isaac Galvão, talvez não suba ao palco do Riachuelo, mas que um grupo de comédia stand AP, venha aqui, sem cenário, sem maiores despesas e cobrem ingressos caríssimos, enquanto nós sofremos para colocar um espetáculo a R$ 20,00 no TCP ou no TAM, e que mesmo assim não dá público. Espetáculos de qualidade superiores a muitos que vem do eixo Rio e São Paulo não encontram espaços para suas apresentações.
Gostaria de propor uma conversa para cobrar tudo isto dos gestores. Quem acompanha o PNC, sabe que as propostas existem e são viável, o vale cultura, os editais, a mais cultura tudo propõe uma qualidade e movimentação para o artista. E isto tem um tempo para estar funcionando plenamente, é 2018. Neste ano todo o sistema deve estar funcionando e atendendo às necessidades do artista e do povo. Mas se não nos movimentarmos, o governo irá fiar parado no tempo e na elaboração de projetos que visem a aumentar ou criar impostos para financiar a corrupção e pagar as mordomias dos políticos e nós continuaremos à margem.
Pensemos nisso.
Rosinaldo Luna
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